segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Dois projetos em confrontos e a oportunidade de avançar


Terminou a eleição, mas a disputa entre as forças políticas e os projetos vitoriosos e derrotados continuam  numa guerra prolongada. No plano nacional tivemos uma das eleições mais disputadas das ultimas décadas. A novidade maior não reside fundamentalmente na pequena diferença entre um concorrente e outro, mas no conteúdo das idéias em confrontos.


 De uma lado, Dilma defendendo as conquistas sociais  de um projeto iniciado em 2002  com o advento do governo Lula. Do outro lado, um projeto conservador que uniu toda a direita orgânica Brasileira, bancos, grandes empresários, com todo apoio da grande mídia e parte significativa  da classe média.

Dilma venceu, mas logo a direita midiática lançou mão de um discurso do "país dividido", tentando com esse artifício, demonstrar que país ficou vulnerável e que Dilma, ou busca a conciliação com os interesses conservadores derrotados, ou fracassará  na governabilidade. O Brasil está dividido. Em primeiro lugar, pela divisão de classes própria do capitalismo. Segundo o censo do IBGE de 2010, os 10% mais ricos da população ganharam, nesse ano, 44,5% do total de rendimentos; enquanto os 10% mais pobres receberam menos de 1,1%. Essa desigualdade ainda persiste, mesmo depois 40 milhões de Brasileiro terem saído da pobreza extrema.  

 Na primeira semana a vitória da presidenta, o PMDB, partido fisiológico da base, que tem o vice-presidente, juntou-se ao PSDB, DEM, PPS e derrubou o decreto  do Governo que assegurava a participação da sociedade na elaboração das políticas publicas.  O PSDB, partido derrotado, entra com um pedido no TSE, para que seja feita a recontagem dos votos da eleição presidencial. Um foto inédito na história da republica.

 Como se pode ver, a eleição de 2014 no Brasil, ganhou novos contornos da disputa e confrontos. A direita, que durante séculos, dividiu o Brasil entre ricos e pobres, agora está preocupada com a divisão do Brasil, ( os 52% que votaram em Dilma e 48% que votaram em Aécio) está preocupada com a participação popular nas decisões dos rumos do país, o Pavor chegou a tal ponto, que passou a questionar e desconfiar da lisura do processo de apuração das urnas eletrônicas, uma tentativa desesperada de encontrar uma saída para vencer no tapetão. Pretensão negada pelo TSE. 

Analistas honestos, avaliam que muitos eleitores votaram em Dilma, mais contra Aécio, para evitar a volta dos tucanos de FHC ao poder. Outros tantos votaram em Aécio contra Dilma, para tirar o PT de Lula do poder. Talvez haja um pouco de verdade na análise, uma situação que também contribui para   o acirramento durante e depois  de encerrada a eleição.
Nas ruas, grupos de extrema direita pede abertamente o impeachment da presidente e a volta dos militares, ou seja, um golpe contra a decisão soberana das urnas.

 Impeachment Já!".
"SOS Forças Armadas".
"Impugnação ou intervenção militar".
"Fora ladrão do PT. Fora Dilma e Lula".
"Fora Bolivariano"!
"Vai para Cuba!"..
" A nossa Bandeira, jamais será vermelha"

O desespero dos conservadores faz sentido. O Brasil de hoje, é um Brasil distribui renda, promove inclusão social e assegura direito. Lula governou 8 anos, elegeu o poste Dilma, que deu seguimento  no desenvolvimento do país e nas políticas de inclusão social,  Dilma reelegeu-se, derrotando todo aparato de guerra oposicionista e em 2018,  Lula mais uma vez pode entrar na disputa e levar a direita Brasileira a uma nova derrotas eleitoral.

Dilma vai precisar negociar com as forças conservadora, sim. Mas vai precisar mais ainda, dialogar com o povo, usando as forças das ruas para aprofundar as mudanças. Em reunião realizada logo apos a eleição, a direção nacional do PT, avaliando o resultado eleitoral e conjuntura, divulga resolução e afirma: "Para que a presidenta Dilma possa fazer um segundo mandato superior ao primeiro, será necessário, em conjunto com partidos de esquerda, desencadear um amplo processo de mobilização e organização dos milhões de brasileiros e brasileiras que saíram às ruas para apoiar Dilma Rousseff, mas também para defender nossos direitos humanos, nossos direitos à democracia, ao bem estar social, ao desenvolvimento, à soberania nacional".


No Acre, depois de impor uma seqüência de cinco derrotas consecutivas a oposição, a Frente Popular fez em 2014, a disputa mais dura, venceu no segundo turno por  de 2 pontos (10.000 votos).  A oposição ampliou sua força no senado, ocupando 2 vagas. O que podemos observar é que, as eleições no estado vem ficando cada vez mais acentuada a polarização. A disputa na capital, Rio Branco e vale do Juruá, o eleitorado   está dividido. O chamado Vale do Acre, virou espaço majoritário da oposição. A região de maior força, continua sendo Tarauacá/ Envira, que compõe os municípios de Feijó, Tarauacá e Jordão, com aproximadamente, 10% do eleitorado.

Do lado da posição, a ofensiva continuará, com certa semelhança a oposição nacional. Alimentar o ódio contra o PT. Em recente entrevista a nesta semana, a um jornal, Marcio Bitar, disparou:    "Eu não desisto do Acre e não vou abandonar este exército que de forma anônima e gratuita esteve novamente nos ajudando. Vou continuar lutando contra o PT, que considero um mal por atentarem contra o Estado democrático de direito"..

Do lado da Frente popular, o PT sai fortalecido, mas é cedo pra dizer como será o segundo mandato do governador Tião Viana, na relação com a oposição, com a sociedade e as forças aliadas. A campanha eleitoral deixou visíveis fissuras nos os partidos e políticos da base da FPA. Esse quadro de descontentamento interno, coloca o governo numa situação nova, que indica a necessidade de uma avaliação cuidadosa sobre o rumo e continuidade do projeto até 2018.

Em Tarauacá, a oposição saiu menor do que entrou, isso levando em consideração a entrada do PDT na aliança estadual, saindo com um deputado eleito de Tarauacá. É cedo para dizer qual será o comportamento do Parlamentar e seu partido em relação ao governo municipal. Analisando o  resultado que emergiu das urnas de Tarauacá, um aspecto não pode ser questionado. A gestão municipal e os partido que compõe o governo saíram fortalecidos, jogando papel decisivo na grande vitória da FPA, Com expressivas votação dos candidatos majoritários, proporcionais e a eleição de uma jovem liderança do PCdoB para Assembléia Legislativa. Dr. Jenilson.   

Para perseguir  no caminho das mudanças e na melhoria do padrão de vida, com  crescente satisfação da população, é necessário e  indispensável, fortalecer os canais de diálogo com a sociedade, ampliando os vínculos de participação popular;   melhorar o nível  de organização institucional e administrativa; realizar uma reforma urbana que permita enfrentar os sérios problemas de moradia, saneamento e planejamento urbano; avançar nas  políticas sociais de saúde, educação, cultura e lazer, com um olhar especial para as necessidades urgentes da juventude.

 Nosso país vive um momento rico de sua história. Nunca um projeto conduzido por forças democráticas e de esquerda teve condições de dirigir os destinos na nação por período tão longo como nos tempos atuais. Nossa atuação em cada cidade deve está conectada com o que está acontecendo no Brasil.  Isso exigirá capacidade para  compreender a sociedade, a natureza do  desenvolvimento capitalista, a luta de classes que se trava nas mais variadas formas. O  fato é que vivemos uma fase de acentuado acirramento de dois  projetos em disputa.  Para o forças democráticas  só há uma alternativa para evitar o retrocesso. A Imperiosa necessidade de avançar.

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