sexta-feira, 30 de abril de 2010

A cordialidade saiu do armário

Não leio o blog de Luiz calixto, salvo quando sou induzido por algum amigo. Não tenho preconceito ou medo de suas ideias, minha razões são simples: Sua trajetória e conduta não tem correspondencia e coerência com o que diz. Qualquer pessoa de boa fé não pode considerar sério alguém que trata Vando Torquato como o anjinho perfeito, e Jorge Viana como o corrupto e malfeitor.

Calixto é vaidoso, desleal, invejoso, mas também sabe ser frio e cínico quando lhe é conveniente. Carrega sempre consigo trouxas de maldades no intestino. No seu vocabulário chulo, o PT é Petralhas, Lula é bandido corrupto, incorpora um ranço reacionário, è anti-tudo que vem sendo realizado de bom no acre e no Brasil pelas forças de esquerda e base de apoio.

Agora Pasmem! decidiu da aula de humildade, cordialidade, simpatia e amplitude politica- e que amplitude! Saiu do armário para fazer rasgados e apaixonados elogios a um comunista de Taraucá. Foi além, se achou soberano para julgar quem presta e que não presta no PC do B. Luiz diz: "A humildade faz de Meleiro uma das maiores lideranças do PCdoB .Diferentemente de alguns “tranca-ruas” emburrados do seu partido, cujo fim será a solidão e o isolamento.

Não tenho nada contra suas simpatias. Deve ter suas razões- e certamente não é pelos olhos e cabeleira do comunista. De minha parte, dispenso seus elogios. Como sei que sou a parte que não simpatiza, só tenho a dizer o seguinte: Tenho bons amigos e uma família amável. Diferemente de certos falsos cordiais que saõ intrigados com irmãos e parentes. Quando colacam os pés no barro de Tarauacá, andam uma avenida inteira e não encontram uma alma que lhes dê bom dia.

Por fim deixo uma resposta de Lúcifer, quando foi interrogado sobre o motivo de sua rebelião respondeu: "Quando percebi que Deus estava para criar alguém semelhante a Ele e, por conseqüência, superior a mim, não consegui aceitar o fato. Manifestei então os verdadeiros propósitos do meu coração. [Isaías 14:12-14]

Talvez a rebeldia do anjo do mal tenha semelhança com o comportamento do Luiz na sua trincheira.

Frente Popular preparada para mais um embate


Entre as lideranças estavam o ex-governador do Acre, Jorge Viana (PT) que disputará uma vaga no Senado junto com Edvaldo Magalhães (PCdoB), deputado estadual e presidente da Assembléia Legislativa (ALEAC), além de Tião Viana, atual senador e pré-candidato ao governo do Estado.

O governador Binho Marques esteve no encontro. Compareceram ainda os suplentes na chapa de Viana: Nilson Mourão, segundo suplente: Gabriel Maia. E na chapa de Magalhães os suplentes: Júlio Eduardo e o segundo: Carlos Beiruth.

A jornalista Charlene Carvalho (@charlenerbo), postou fotos do evento em sua página no Twitter, exatamente no momento que Jorge Viana falava à platéia.

“Pés no chão e mãos dadas para uma nova caminhada”, este é o slogam da FPA pra disputa eleitoral de 2010.

Durante o evento o assessor do governador Binho Marques e militante partidário, Carlos Albeto (Cacá), foi aplaudido de pé pela força na recuperação de uma doença.

A ex-primeira dama de França, Danielle Mitterrand, também compareceu a solenidade.

Todas as candidaturas ainda serão submetidas e apreciadas em convenção partidária, quando passarão ser definitivamente oficializadas.

Redação, ac24horas

quinta-feira, 29 de abril de 2010

PC do B de Tarauacá é referencia nacional

Politizar, mobilizar e organizar a ação partidária para vencer

As convenções partidárias de junho próximo obedecem à legislação eleitoral, mas igualmente ao esforço de preparar o partido para enfrentar a etapa decisiva de luta pelo sucesso do projeto político-eleitoral de 2010.

PCdoB em Tarauaca


Elas terão importância política no cenário local, porquanto definem oficialmente o posicionamento do PCdoB quanto aos candidatos a governador e vice-governador, duas vagas ao Senado e respectivos suplentes, bem como as coligações partidárias e a lista de candidatos comunistas a federal e estadual. No plano nacional a marca central, que subsume as demais, é o apoio definido pelo PCdoB à pré-candidatura de Dilma Rousseff à presidência da República.

Sendo uma força política em ascenso, é natural que as convenções do PCdoB motivem a atenção dos meios de comunicação, da sociedade em geral e do mundo político em especial. Por essa razão, as direções, a militância e em particular os candidatos podem realizar um grande esforço de mobilização de filiados, simpatizantes, amigos e apoiadores de nossas candidaturas. Nesse sentido, corresponde a uma demonstração de força política e prestígio junto aos aliados.

Espera-se, portanto, que as convenções estaduais sejam eventos de expressão marcados pela politização, armando nosso campo político com argumentos e perspectivas para a refrega eleitoral.

Por outro lado, elas correspondem também a um estágio do esforço de estruturação partidária. É bem verdade que, diferentemente da tradição partidária, a construção do projeto eleitoral em cada Estado vem de um esforço já de dois anos, desde o término das eleições de 2008. Natural, portanto, que o tema esteja bem debatido e conhecido pelos militantes. Entretanto, as definições finais são temas cruciais para o sucesso da caminhada. Elas incluem questões como as candidaturas, coligações, estimativa de votos necessária para vencer, prioridades, divisão de esforços militantes na sustentação do projeto, recursos, TV, relação com aliados, comitês de campanha e núcleos coordenadores, coleta de recursos materiais etc.

O fato é que as convenções têm papel ativo nessas definições, pelo que não devem ser subestimadas enquanto instância efetiva de debate, deliberação e coesão de todo o partido. Isso compreende desde a exigência de incorporar a todos nas definições, até o de planejar a campanha de modo coletivo, ativando todas as organizações partidárias como fator decisivo da vitória.

Leia no Blog de Walter Sorretino

A ideologia da direita é o medo

A esperança e o preconceito: as três batalhas de 2010

Simone de Beauvoir disse que "a ideologia da direita é o medo". O medo foi o grande adversário de todas as campanhas de Lula. Desta vez, o fato de Lula ser governo desfaz grande parte das ameaças que antes insuflavam o temor entre os setores populares. O grande adversário dessa campanha não é mais o medo; tampouco é Serra, candidato de poucas alianças, sem programa e que esconde seu oposicionismo no armário. O grande adversário são os que estão por trás do tucanato e o utilizam como recurso político de uma guerra elitista, preconceituosa, autoritária e desigual. O artigo é de Arlete Sampaio.

Arlete Sampaio

A campanha de 2010 não é apenas uma, mas pelo menos três grandes batalhas combinadas. Uma disputa política, dos que apóiam as conquistas do governo Lula contra aqueles que sempre as atacaram e agora se esquivam de dizer o que pensam e o que representam. Uma disputa econômica, dos que defendem o protagonismo brasileiro e sabem da importância central do estado na sustentação do crescimento, contra os que querem eletrocutar nossas chances de desenvolvimento com a proposta de "choque de gestão" e de esvaziamento do papel do estado. Finalmente, uma disputa ideológica entre, de um lado, a esperança de um país mais justo, igualitário e sem medo de ser feliz, contra, do outro lado, a indústria da disseminação de preconceitos.

Na disputa política, a popularidade do presidente Lula criou uma barreira que a oposição prefere contornar do que confrontar. Serra não quer aparecer como aquilo que ele realmente é: o anti-Lula. O mesmo anti-Lula que ele próprio foi em 2002 e que Alckmin fez as vezes, em 2006. Daí a tentativa de posar como "pós-Lula". A oposição irá para a campanha na vergonhosa condição de fingir que não é oposição, que concorda com o que sempre atacou, que quer melhorar o que tentou, a todo o custo, destruir. Os eternos adeptos da ideia de que o Brasil não pode, não dá conta e não consegue, agora, empunham o discurso de que o Brasil pode mais.

Diante do fato de que alguém precisa assumir o impopular ataque ao governo e ao presidente, para alvejar a candidatura governista, surgiram duas frentes. A mais aberta e declarada é realizada pela imprensa mais tradicional, a que tem relações orgânicas com o grande empresariado brasileiro e com uma elite política que a ela é comercialmente afiliada.

Na ânsia de conseguir, contra Dilma, o que não conseguiu em 2006 contra Lula, esta imprensa tomou para si a tarefa de tentar derrotar ambos. Para tanto, tem enveredado em um padrão autoritário que significa um retrocesso claro até se comparado a seu comportamento na época da ditadura. Naquela época, a ditadura era a justificativa de suas manchetes. Hoje, não. Se não fosse pela democracia e pela mídia regional e alternativa, a situação seria igual à vivida quando era mais fácil ter notícias fidedignas a partir da imprensa internacional do que pela grande imprensa brasileira.

Um exemplo: o tratamento dado à participação do presidente Lula na cúpula nuclear em Washington. Dois dos mais tradicionais jornais brasileiros (Estadão e Folha) deram manchetes idênticas ("Obama ignora Lula..."), numa prova não de telepatia, mas de antipatia. Um editorial ("O Globo", 14/4) chegou a dizer que "Lula isola Brasil na questão nuclear". Se contássemos apenas com esses jornais, teríamos que apelar à Reuters, ao Wall Street Journal, ao Financial Times ou à Foreign Policy para sabermos que a China mudou de posição por influência do Brasil e declarou oficialmente sua opção pelo diálogo com Teerã.

Seria demais pedir que se reproduzisse, por exemplo, o destaque dado à cúpula dos BRICs, que no jornal Financial Times e na revista Economist foram bem maiores do que o conferido à cúpula de Washington. Até hoje, porém, o fato de nosso país estar galgando a posição de polo dinâmico da economia mundial, de modo acelerado, é visto com desdém pelos que não acreditam que o Brasil pode mais.

A questão nuclear teve a preferência porque cai como uma luva à tentativa de trazer para 2010 a questão do terrorismo, além de demonstrar a relação que existe entre as campanhas anti-Dilma, declaradas e mascaradas. A questão do terrorismo é um curioso espantalho invocado pelos próprios corvos (para usar uma imagem apropriada ao lacerdismo que continua vivo na direita brasileira e em parte de sua imprensa). A diferença sobejamente conhecida e reconhecida entre guerrilha e terrorismo e o fato de que os grupos armados brasileiros sempre se posicionaram contra o terrorismo como forma de luta política são esquecidos. Durante a ditadura, os grupos armados eram acusados de terroristas pela mesma linha dura que arquitetava explodir um gasoduto no Rio e bombas no Riocentro para inventar terroristas que, de fato, não existiam. A parte da imprensa que, por conta própria, reedita o autoritarismo faz jus ao título de "jornalismo linha dura".

No campo da política econômica, a batalha será igualmente ferrenha e desigual, apesar dos feitos extraordinários de Lula. Seu governo é de fato o primeiro na história do País a conseguir combinar crescimento econômico, estabilidade (política e econômica) e redução das desigualdades. Segundo estudos, o Brasil conseguiu avançar em termos sociais em ritmo mais acelerado do que o alcançado pelo estado de bem-estar social europeu em seus anos dourados. Mesmo isso não tem sido suficiente para abalar a aposta de alguns setores da elite econômica de que a principal tarefa a ser cumprida é a de tornar o Brasil o país com o estado mais acanhado dentre os BRICs. São os que querem o Brasil mirando o Chile, e não a China, em termos econômicos. Para alguns, que sempre trataram o Brasil como um custo em sua planilha, não importa o tamanho do país, e sim o tamanho de suas empresas.

O que se vê até o momento não é nada diante do que ainda está por vir, dado o espírito de "é agora ou nunca" da direita em sua crise de abstinência. Os ataques declarados são amenos diante da guerra suja que tem sido travada via internet, por mercenários apócrifos que disseminam mensagens preconceituosas.

Dilma é "acusada" de não ter marido, de não ter mestrado, de não ter sido parlamentar. As piores acusações não são sobre o que ela fez, mas sobre o que ela não fez. As mais sórdidas são comprovadas mentiras, como a de ter sido terrorista.

Simone de Beauvoir disse que "a ideologia da direita é o medo". O medo foi o grande adversário de todas as campanhas de Lula, e ele foi vencido em duas, dentre cinco. Desta vez, o fato de Lula ser governo desfaz grande parte das ameaças que antes insuflavam o temor entre os setores populares. O grande adversário dessa campanha não é mais o medo; tampouco é Serra, candidato de poucas alianças, sem programa e que esconde seu oposicionismo no armário. O grande adversário são os que estão por trás do tucanato e o utilizam como recurso político de uma guerra elitista, preconceituosa, autoritária e desigual.

A oposição cometeu o ato falho de declarar que "o país não tem dono", mostrando que ainda raciocina como na época em que vendeu grande parte do patrimônio público e tratou o Brasil como terra de ninguém. Mas, por sorte, o país tem dono, sim. É o povo brasileiro. E, mais uma vez, é apenas com ele que contaremos quando outubro vier.

Arlete Sampaio é médica, foi vice-governadora do DF (1995-1998), deputada distrital (2003-2006) e secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Social, na gestão de Patrus Ananias (2007-2009).

Código Florestal: Aldo intermedeia conflito de interesses



Relator da comissão especial que discute mudanças no Cóigo Florestal, o deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB) está em meio ao fogo cruzado que o tema desencadeia. São muitos os interesses em conflito, envolvendo desde pequenos e grandes produtores, ambientalistas e governo, até potências estrangeiras. Nesta entrevista, ele expõe as polêmicas, denuncia a ação anti-nacionalista de algumas ONGs e afirma que busca uma saída que leve em conta tanto o meio ambiente quanto o desenvolvimento do país.

Por sua postura crítica em relação a algumas entidades ambientalistas, que atuam no Brasil em defesa de interesses de outros países, Rebelo está sendo vítima de uma campanha do Greenpeace, que tenta vinculá-lo aos grandes produtores rurais. É uma mostra de como o assunto acirra ânimos.

Na conversa com o Vermelho, o deputado destaca que, para além do problema ambiental em si, a discussão do código mexe com questões ideológicas, políticas e comerciais, já que tem estreita ligação com a disputa travada na Organização Mundial do Comércio entre a agricultura dos países ricos e aquela desenvolvida em nações emergentes como Brasil.

Aldo Rebelo defende o código florestal, mas critica as modificações que foram feitas nele, ao longo dos anos. Segundo ele, algumas das normas introduzidas são impossíveis de serem cumpridas, prejudicando, em especial, os pequenos produtores. O resultado é que muitos não conseguem manter sua propriedade, e a legislação termina por ajudar a reconcentração da propriedade da terra e a migração para grandes cidades.

Para o parlamentar, é preciso adequar a lei à realidade. Nesta terça (27), a comissão especial que trata do assunto na Câmara se reúne para definir o cronograma de trabalho. Confira a entrevista concedida ao Vermelho, publicada aqui em três partes:

Portal Vermelho: Em que consiste o Código Florestal e por que modificá-lo agora?
Aldo Rebelo: O Código Florestal é uma lei de 1965, construída a partir de uma equipe de trabalho criada em 1961, ainda no governo do presidente Juscelino Kubitschek, e que tinha como referência o grande jurista Osny Duarte Pereira. Em que pese ter sido publicada durante o regime militar, é uma lei de grande qualidade, de vanguarda diante do mundo.

O Código protege as florestas, a natureza, e estabelece condições de convivência entre o esforço do país em proteger o meio ambiente e em se desenvolver, gerar progresso e riqueza para nosso povo.

O problema é que lei de 1965 foi profundamente modificada, principalmente nos anos 1990, e gerou um impasse, pois a última grande mudança, via Medida Provisória (MP), alterou o estatuto da Reserva Legal (RL) e da Área de Proteção Permanente (APP) e tornou impossível sua aplicação no país. De tal maneira que o presidente Lula, já por duas vezes, por decreto, adiou sua entrada em vigor.

Vermelho: Que contradições essas mudanças no Código acarretaram?
Aldo: Pela lei atual, o índio não pode usar o método tradicional de fermentação da raiz de mandioca dentro de igarapé, porque a mandioca libera o ácido cianídrico, que é considerado uma substância tóxica e isso se tornou crime ambiental.

O ribeirinho não pode arrancar uma minhoca na beira do rio, porque também é crime ambiental, a não ser que ele consiga previamente uma licença. Setenta e cinco por cento da nossa produção de arroz, em várzea - como é produzido na China, no Vietnã, na Tailândia e Índia - também se tornaram ilegal, por que a várzea integra a Área de Preservação Permanente.

Toda a criação de gado no pantanal mato-grossense, que é feita há 250 anos, de forma absolutamente sustentável - o pantanal é o bioma mais preservado do país - também virou ilegal. A plantação de banana aqui no Vale do Ribeira, que abastece toda a Grande São Paulo e segura nosso mercado interno contra a invasão das grandes empresas produtoras de bananas dos Estados Unidos também está nessa situação, por ser área de reserva ou proteção permanente.

Os pequenos proprietários estão vendendo suas terras porque não podem cumprir a legislação. Em um único município do Mato Grosso, há 4 mil assentados do Incra sem créditos do Pronaf porque não conseguem seguir a lei. Em outro município, 1920 agricultores também não podem ter estradas, as crianças não podem ir à escola, não se pode construir uma ponte, os trabalhadores também estão sem crédito, por causa da legislação ambiental.

Então é evidente que há algo errado, não com o código, mas com as modificações recentes. É isso que tenta ser corrigido na comissão especial. São 11 projetos, a maioria vindos de deputados que representam a agricultura familiar e a Contag.

Vermelho: Porque as polêmicas em torno do Código só surgiram agora?
Aldo: Na verdade, elas tornaram-se públicas agora. Surgiram desde que a Medida Provisória, que é de 1998, tornou-se lei, em 2001, sem nunca ter sido votada pelo Congresso. Não foi permitida a votação, sempre havia problemas, e em 2001 modificou-se a tramitação das medidas provisórias, por emenda constitucional. E aquelas que não haviam sido votadas passaram a ter força de lei, mesmo sem terem passado pelo plenário. Então a polêmica é desse período e os agricultores estão submetidos a pressões de toda forma.

Vermelho: Que interesses estão em conflito?
Aldo: O primeiro problema que surge, ao se discutir essa matéria, é o ambiental propriamente dito. Porque há um problema ambiental grave no país, no mundo, e a sociedade se mobiliza para proteger o meio ambiente, como uma causa democrática e humanitária, que todos nós apoiamos.

No entanto, a questão ambiental envolve outras disputas também. Há uma disputa ideológica em curso. Em um livro chamado “A Terra em balanço”, o ex-candidato à presidência dos EUA, Al Gore, sustenta que a questão ambiental é a sucessora da luta contra o comunismo, no sentido de ser um fator de unidade e de presença dos chamados países civilizados, das potências imperialistas, em relação aos países mais frágeis.

Há ainda, na questão ambiental, uma disputa comercial muito forte entre a agricultura dos países ricos - que é frágil, subsidiada, não é de mercado, é quase uma atividade estatal - e a agricultura dos países emergentes, em especial do Brasil. O palco dessa guerra é a Organização Mundial do Comércio (OMC).

Acompanho pela Comissão de Relações Exteriores e vejo ali a disputa em torno do algodão, do etanol, do açúcar, das carnes bovina e suína e da soja, na qual os produtores norte-americanos e europeus buscam suplantar, no comércio mundial, a nossa agricultura, impondo o subsídio ou acionando barreiras ambientais.

Ou seja, eles podem usar plenamente o seu território para produzir sua agricultura e querem conter a qualquer custo não só a expansão da nossa fronteira agrícola, mas a expansão de nossa infra-estrutura: hidrovias, ferrovias, rodovias... E a questão ambiental tornou-se uma trincheira dessa guerra comercial. Dificultar a fronteira agrícola do Brasil e criar uma espécie de tributo ambiental sobre o produtor brasileiro tornou-se questão de vida ou morte.

E, para isso, eles organizam e financiam entidades muito influentes, Organizações Não Governamentais, que atuam no Brasil em torno de uma agenda que interessa comercialmente à agricultura europeia e norte-americana.

Há também uma outra dimensão que é corporativa. Essas organizações contam com profissionais bem remunerados, executivos, ou seja, o ambientalismo também é um meio de vida, uma profissão de gente bem sucedida, com padrão de vida bem melhor que 90% dos nossos agricultores. Pessoas que tiram seu sustento dos projetos e financiamentos que recebem para suas organizações, muitas com sede no exterior, que são as mais beneficiadas por esses subsídios.

E há uma dimensão política também, porque existem até partidos que se afirmam com essa bandeira da questão ambiental e vivem da propagação do medo como forma de valorizar a sua agenda. Então quando discutimos o meio ambiente, discutimos para além da questão legítima e necessária do problema ambiental. Há outros interesses subjacentes ao tema que não são os interesses nem do Brasil nem do povo brasileiro.


Joana Rozowykwiat

terça-feira, 27 de abril de 2010

PSB decide apoiar Dilma para "somar, unir e avançar"


O PSB oficializou nesta terça-feira (27) que Ciro Gomes não será candidato à Presidência da República. Após reunião da Executiva, o partido decidiu não indicar candidato próprio para a disputa. A legenda avaliou que se enfraqueceria nos Estados caso mantivesse a candidatura de Ciro Gomes. A tendência é que o PSB declare apoio à candidatura de Dilma Rousseff, do PT. Durante o anúncio, foi lida uma nota afirmando que Ciro é um "administrador vitorioso" que "engrandeceu o debate republicano".
"Foi quase uma escolha de Sofia. Ou levar à degola vários candidatos ao governo e ao Senado ou ter a candidatura própria", afirmou Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente do PSB, para quem o apoio a Dilma é o caminho natural da legenda.

Em nota distribuída à imprensa, o partido afirma que "a Comissão Executiva Nacional avalia como correta e consequente a participação do PSB no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É dever das forças populares contribuir para a continuidade desse projeto, a partir do qual o Brasil retomou o caminho do desenvolvimento soberano", diz o documento.

Eduardo Campos afirmou que ele e o vice-presidente do partido, Roberto Amaral, se reunirão com Ciro ainda nesta terça-feira ou amanhã no Rio de Janeiro, onde ele está, para discutir o futuro político do deputado. O presidente da legenda afirmou que falou com Ciro assim que a Executiva tomou a decisão e que o deputado recebeu a notícia com tranquilidade. O presidente do PSB disse ter certeza de que Ciro seguirá a orientação do partido.

Entre os diretórios regionais do PSB, apenas sete queriam que o partido apresentasse candidato próprio. Na reunião de hoje, apenas dois membros da Executiva votaram a favor de lançar um candidato.

Nos últimos dias, Ciro deu várias declarações polêmicas que refletem seu estilo pessoal mas que ao ganharem ampla repercussão contribuíram para sepultar suas chances de disputar o Palácio do Planalto pela terceira vez. Ciro já havia se candidatado à Presidência em 1998 e 2002, quando ainda era filiado ao PPS.

Tratamento igualitário

Eduardo Campos afirmou que o partido se reunirá na próxima terça-feira (4) com o PT para tratar do apoio da legenda à pré-candidata petista Dilma Rousseff. Campos marcou a reunião com presidente do PT após a decisão da Executiva.

Na internet, corre a versão de que o PSB irá cobrar uma "fatura alta" do PT em troca da desistência de disputar a Presidência. Mas o presidente do PSB negou que a decisão de não ter candidatura própria esteja vinculada a qualquer contrapartida do PT dentro dos Estados. Segundo Campos não há nenhum acordo sobre as disputas regionais. Campos afirmou que a única exigência será a não discriminação de candidatos do partido. "Não estamos condicionando a decisão daqui a qualquer acordo com relação aos candidatos a governador [...]. O que não vamos aceitar é tratamento com discriminação com os candidatos do PSB. O que valer para o candidato do PT vai valer para os candidatos do PSB", disse Campos.

O PSB quer o apoio do PT em quatro Estados, especialmente no Piauí, onde terá como candidato ao governo Wilson Martins, no Espírito Santo, onde Renato Casagrande será o candidato do partido ao governo, na Paraíba, onde a legenda lançará Ricardo Coutinho, e no Amapá, onde a disputa terá Camilo Capiberibe. O PSB também terá candidatos próprios ao governo em pelo menos outros seis Estados: Ceará (Cid Gomes), Rio Grande do Norte (Iberê Ferreira), Pernambuco (Eduardo Campos), Rio Grande do Sul (Beto Albuquerque), Mato Grosso (Mauro Mendes) e em São Paulo, com Paulo Skaf. Neste último, o PT ainda tenta atrair o apoio dos socialistas para a candidatura do senador Aloizio Mercadante ao governo estadual, oferecendo a vaga de vice a Paulo Skaf. Mas o PSB paulista tem dito que as chances de Skaf ser vice de Mercadante são, hoje, as mesmas de Mercadante ser vice de Skaf.

Dilma diz querer Ciro de volta e mais perto

Mais cedo, antes do PSB tomar a decisão de não ter candidatura própria, a pré-candidata Dilma Rousseff disse querer uma reaproximação com Ciro Gomes. Nos últimos dias, Ciro deu declarações que a imprensa repercutiu como sendo críticas à pré-candidata petista. "Não vou responder ao deputado Ciro Gomes. O deputado Ciro Gomes sempre esteve ao nosso lado, espero que ele volte a estar de uma forma mais próxima agora", disse Dilma a jornalistas antes de participar de um evento promovido pelo sindicato dos caminhoneiros. "Para mim, o Ciro sempre foi um apoio", resumiu.

O chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, seguiu na mesma linha e afirmou que Ciro foi um homem 'leal' ao presidente, por isso suas palavras não foram mal interpretadas pelo Palácio do Planalto. "Tudo o que ele falar não vai diminuir o nosso respeito e carinho por ele. Não há nenhum palanque que vai diminuir o carinho que temos por ele. Consideramos o Ciro muito mais aliado do que muitos que elogiam o governo apenas", disse.

A adesão do PSB à pré-candidatura de Dilma Rousseff é uma grande reforço para a campanha da ex-ministra da Casa Civil. Além de aumentar ainda mais seu tempo de propaganda no rádio e na TV, o PSB oferecerá boa estrutura nos estados e colocará sua militância e dirigentes para pedirem votos para a candidata petista.

A saída de Ciro Gomes da corrida presidencial também reforça o caráter plebiscitário da disputa, tal como deseja o presidente Lula. Ainda que Marina Silva (PV) tente se apresentar como uma alternativa intermediária, a campanha deve mesmo se concentrar na comparação dos 8 anos de Fernando Henrique Cardoso no Planalto com os 8 anos do governo Lula.Fonte: Portal Vermelho

Música do dia








Norma Benguell frustra a direita


A imprensa demo-tucana plantou um factóide dizendo que uma foto da atriz Norma Benguell estaria sendo usada como se fosse uma foto de Dilma. Não existe nada no "site", nenhum texto e nenhuma legenda que leve a tirar essa conclusão. Tudo não passou de interpretação pessoal maldosa de jornalistas demo-tucanos que odeiam Dilma.

A Folha de José Serra (Jornal Folha de São Paulo) procurou a atriz Norma Benguell, em busca de intrigas e ouviu o que não queria:

"Eu não vi, não. Uma amiga viu e me contou. Acho normal. Não tem nada que pedir desculpas [pelo uso da foto]. Fiz parte das passeatas contra a ditadura. Aliás, eu gosto da Dilma. Acho que ela é maravilhosa, uma mulher que sofreu muito. Tomara que ganhe...

... Não estou fazendo campanha. Ainda não. Já fiz do Lula, mas quando ele não era famoso. Ele ia à casa da Lucélia [Santos], e a gente ficava conversando. Agora eu não tenho uma decisão formada. Só simpatizo com a Dilma."

Música do dia

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Festa de Tarauacá em Rio Branco


O Aniversário de Tarauacá aqui em Rio Branco aconteceu no sábado (24 de abril) no espaço do Juventus Club. Já na recepção, os filhos dos tarauacaenses (a turma jovem) estavam encarregados de receber os convidados, registrá-los e dirigí-los até as mesas. À medida em que as famílias chegavam, aconteciam abraços saudosos e trocas de contatos. foi emocionante ver as cenas!!!


O Prefeito Raimundo Angelim chegou as 17h em ponto, ficando conosco até o final do evento. No inicio da programação Angelim entregou, simbolicamente, a chave da cidade de Rio Branco às famílias de Tarauacá e, muito emocionado falou do reencontro com tantos amigos de sua famílias.

No segundo momento, Professor Coelho e a Professora Francelina Martins contaram a história do município. Num telão eram exibidos grandes momentos políticos, econômicos e culturais de Tarauacá. Leia mais no Blog do Accioly

Passou a festa...

Os dois de azul estão com pedido de prisão solicitada pela justiça

Depois da festa de aniversário da nossa cidade, dos fogos de artificios e da euforia com o cantor Frederico e qualquer coisa, voltamos a "normalidade" do cotidiano. Ruim para povo, talvez pior para o prefeito.

Depois de ter sido cassado dois anos pelo TRE, Vando Torquato utilizou todos os recursos que tinha direito para permanecer no cargo, pagando uma fortuna. Uma verdadeira sangria de dinheiro que foi parar no na conta bancária de três advogados dos mais caros do Brasil. por ultimo o TSE decidiu pela negativa de Seguimento a Recurso Extraordinário. Aguardando publicação de decisão prevista para amanhá dia 27.4.2010. clique aqui e veja todos os lances desse jogo macabro

sábado, 24 de abril de 2010

Minhas Raízes e a Juventude esquerda católica.

1985 voltei a Tarauacá após uma temporada de muito risco e sofrimento em Rio Branco. Eu continuava nas trevas da escuridão, Precisava avistar um horizonte que me guiasse para luz. Embora estivesse voltado ao convívio com a minha família, a falta de oportunidades e a discriminação não me dava sossego.

Minha rotina diária era sempre a mesma. Durante do dia nada de produtivo. Há noite saia para encontrar com um circulo estreito de amigos. Eram poucos não passava de meia dúzia.


Um determinado dia fui a Praça Tarauacá e encontrei um grupo de jovens (mais esquisito que eu) tocando viola. Dois usavam colares e pulseiras com dentes de macacos, jacarés, onças e tudo que era bicho. As musicas mais tocadas era Geni de Chico Buarque, José de Paulo Diniz e Cidadão de Zé Geraldo. Tocavam também musicas de Padre Zezinho.

Fiquei observando e um dos esquisitos aproximou e apresentou-se dizendo pertencer aos Maristas da Igreja católica. Falou que estavam recrutando jovens para formar um grupo para lutar pelos direitos da juventude. Mesmo com a praça escura, vi uma clareira se abrir em minha frente. Fui convidado para fazer parte da organização e aceitei prontamente.

O grupo se Chamava JESC- Juventude esperança comum. A farda era vermelha, o escudo tinha um fundo branco com um sol encarnado. Realizava reuniões todas as tardes no Coreto da praça ao lado da igreja. Os lideres eram Edvaldo e Moisés. Na segunda reunião fui chamado a assumir tarefas de direção. O mais difícil foi aceitar participar de uma peça de teatro com mais 20 personagens. Tinha o agricultor, o fazendeiro, o seringueiro, a prostituta, o maconheiro e outros. O personagem que eu iria representar se chamava “O Guerrilheiro”. Fique aperreado eu não sabia (como até hoje não sei) representar.

Na apresentação da peça, o diretor ficava perguntado aos atores o que significava a paz para cada um. Lembro que eu o guerrilheiro, respondia com extrema rebeldia: “ Minha paz é ter a certeza que do cano do meu fuzil sairão pão escolas, saúde e agasalho para meu povo. É ver a queda e o desprezo dos generais que transformam proteção oficial em repressão sangrenta e camuflada. É escrever com luta e garra a história do meu povo. É levantar do chão com braços firmes, mãos unidas cruzando montanhas.... Eu nem se quer sabia o que era realmente um guerrilheiro. Todavia fui me apaixonando pelo personagem e o grupo.
A militância no JESC era muito grupal. A gente não dava importância a título ou cargo. Eu estava feliz porque fazia parte de um grupo de pessoas extremamente ligadas entre si, com uma convivência intensa. O grupo logo passou a assumir o protagonismo do movimento juvenil. Organizou grêmios Livres nas escolas, Umes- união municipal dos estudantes e fundou um informativo periódico chamado A VOZ DA LUTA. O Jesc decidiu expandir sua influencia alem do movimento juvenil. Começou a visitar aldeias indígenas, organizar associações de moradores, associação de professores, fazer festivais de musicas e denunciar a corrupção política.


Os padres começaram a desconfiar que dentro da Igreja que era muito conservadora estivesse nascendo um movimento político de esquerda. As relações foram ficando ruins e o grupo que era composto em boa parte jovem de classe média, também passou a divergir.

Não é pretensão afirmar que o Jesc foi o cimento que pavimentou o caminho das idéias socialistas e de esquerda em Tarauacá. Falar do papel do Jesc demanda escrever várias paginas da nossa história, é analisar a construção de uma nova fase do pensamento mais avançado , progressista e conseqüente em Tarauacá.

PMDB de Tarauacá faz festa

Clique aqui para ver a presença do povo e dos convidados ilustres.





Osmar Prado interpreta Maurício Grabois em campanha da OAB-RJ

Diversos artistas, como Fernanda Montenegro, estão entre as celebridades que aderiram à campanha da OAB-RJ, lançada dia 16, pela abertura dos arquivos da ditadura militar. Cada um deles interpreta um desaparecido do período e pergunta: "será que essa tortura nunca vai acabar?". Entre eles está Osmar Prado, na pele do guerriheiro do Araguaia, Maurício Grabois. A campanha se soma ao esforço pelo direito à memória e à verdade. Nenhum dos artistas cobrou cachê para protagonizar a campanha da OAB-RJ.


Tarauacá é minha Ilha

Hoje minha cidade completa 97 anos de fundação. Não há muitos motivos para festa, Tarauacá passa por período de grandes dificuldades. Na programação de hoje divulgada pela prefeitura iniciava com a concentração de autoridades e do povo para hasteamento dos pavilhões nacional, estadual e municipal. Na sequencia seria a palavra do senhor prefeito.

O povo não compareceu, o prefeito também não. Apenas a vice-prefeita Marilete usou a palavra para dizer que o prefeito não estava presente por motivo de força maior. Tentou justificar a ausência do publico e o abandono da cidade argumentando que tudo que está acontecendo em Tarauacá é fruto de uma grave crise económica que vive o Brasil e o Acre. Sem comentários!

já prevendo que o povo não ia comparecer, aliados do prefeito fazendeiro juntaram seus cavalos e organizaram um cavalgada pela cidade. As ruas ficaram mais sujas e fedidas . Quando estava voltando para casa encontrei o Deputado Luiz calixto no seu carrão fazendo zigzague para se livrar das fezes dos cavalos de seus aliados.
Hoje a noite tem desfile das escolas e amanha o povo deve ir a praça assistir O Show de uma dupla sertaneja chamada João Neto e Frederico.

Hoje também os Tarauacaenses organizam uma festa em em Rio branco que tem como objetivo homenagear algumas figuras ilustres da nossa terra- e ao mesmo tempo construir um movimento em defesa de nossa amada cidade. prefiro ficar por aqui. Muito bom que os Tarauacaenses que moram em Rio Branco fortaleçam esse sentimento de amor a nossa terra. Vamos precisar de todo mundo.

Finalmente deixo aqui um musica que o cantor e poeta Acreano Sérgio Souto compôs a meu pedido para homenagear minha ilha e meu lugar. A composição teve o apoio dos Deputados Moisés Diniz e Edvaldo Magalhões que iniciaram suas trajetórias politicas em Tarauacá. O vídeo foi produzido e enviado gentilmente pelo amigo DJ Jardess

A musica tem poesia beleza e sentimento. Vale a pena conferir



Tarauacá

Cantor e compositor: Sérgio Souto

És o bem que a todos conforta
És morena bonita e farceira
mãe divina e abençoada
Orgulhosa de ser Brasileira


No jardim da Amazónia és a rosa
Teu semblante luz de Lamparina
És cantiga és verso és prosa
Emoção jóia rara e menina

Tarauacá, berço dos seringais
Povo dos manguaris
Dos homens de Ideias

O teu rio é mais doce bonança
Desaguando no meu coração
Teu sorriso transborda o amor
Tua pele transpira paixão

O teu céu respingado de estrelas
Como fossem uma nuvem de prata
Teu luar descortina o amor
Os teus olhos Pastoram a mata.

Tarauacá, Canção de amor e paz
Boto e igarapés
Berço dos seringais
povo dos manguaris
Dos homens de ideais.


sexta-feira, 23 de abril de 2010

TARAUACÁ, MINHA CIDADE

Tarauacá Hoje A benção do Senhor enriquece, e com ela não traz desgosto.

Provérbios 10.22

A nossa cidade está em festa! Estamos completando 97 anos de muita história, conquistas, algumas decepções, mas o fato é que batemos na porta do centenário. São quase cem anos de luta de uma gente aprendeu a manusear o celular, o pen drive, conheceu a velocidade da banda larga viu a frota de carros e motos aumentarem, e juntamente com todo esse aparato tecnológico, infelizmente duplicou os problemas sociais, os conflitos interpessoais só aumentaram e drasticamente o número de óbitos só aumenta.

Temos muito que comemorar? Sem dúvida a vida de muita gente mudou, mas ainda existe uma gente – que é a maioria – que tenta sobreviver das migalhas das mesas dos ricos. As pessoas estão distantes umas das outras, distantes dos seus, ausentes delas mesmas, perderam sua identidade. Enquanto estamos lendo esta humilde reflexão ou trabalhando nos nossos escritórios com ar refrigerado, muitos estão tentando consegui o almoço ou o jantar para os seus.


Mas porque tudo isso? Será culpa dos administradores? Também. Mas especialmente de muitos que se esqueceu de Deus. Apenas é louvado em datas religiosas, dias santos e dias afim. Deus quer ter primazia nas vidas dos homens. Não quer o segundo lugar, não deseja o último tempo, para Deus não existe o deixar para amanhã.

Desejo de coração uma Tarauacá melhor para todos. Para os que estão fazendo a atual história e para aqueles que ainda não vieram, e para os que já chegaram a essa cidade, toda saúde, paz, votos de prosperidade e acima de tudo a presença efetiva de Deus em suas vidas. Deus abençoe Tarauacá.

blog caminhos e veredas

Gráfico mostra sete meses das trajetórias de Serra e Dilma

(Clique na imagem para ampliar o gráfico da pesquisa)


O professor e analista político Leonardo Barreto resolveu tirar a teima. Ele coletou os dados das pesquisas de intenção de votos feitas de setembro de 2009 até aqui e obteve um desenho interessante do movimento dos candidatos à presidência da República. O professor reuniu os dados dos institutos Ibope, Sensus, Vox Populli, Datafolha e Sensus, e organizou-os em ordem cronológica.


O resultado visual é revelador. Mostra, por exemplo, que a polarização entre Serra e Dilma é aguda e começou a se acirrar a partir de dezembro de 2009, com o crescimento da ex-ministra. Deixa clara a queda de Ciro Gomes e a estagnação de Marina Silva.


O gráfico registra a aproximação entre a candidata petista e o tucano, movimento que permanece relativamente estável ao longo de 4 pesquisas, até que se transforma num empate técnico, segundo Vox Populli de 31 de março e a polêmica pesquisa Sensus de 9 de abril.


Aliás, uma rápida observação do gráfico mostra que a cada pesquisa Sensus as linhas das trajetórias dos dois adversários se aproximam, enquanto os resultados dos institutos Ibope e Datafolha são relativamente parecidos, quando as pesquisas são feitas em datas próximas por estes institutos.


O PSDB ameaça entrar com uma notícia crime contra o Sensus junto ao Ministério Público. O partido acusa o instituto de 5 irregularidades, e de superestimar as consultas feitas junto aos eleitores de classes de baixo poder aquisitivo, obtendo um resultado destorcido.No blog da Christina Lemos

Alto Acre recebe Jorge e Edvaldo

No DNA da Frente Popular. Xapuri e Brasileia. Brasileia e Xapuri. Sem o protagonismo dessas duas cidades o projeto que se desenvolve no Estado na última década não existiria. A afirmação é forte, mas os neologismos Florestania e Desenvolvimento Sustentável ganharam importância e relevo na luta encampada por Chico Mendes e Wilson Pinheiro, ou Wilson Pinheiro e Chico Mendes, quando iniciaram o desafio de um dos capítulos mais extraordinários da história do Acre.

Em Brasileia, a luta do movimento social emergiu com a criação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, tendo à frente o hoje herói reconhecido Wilson Pinheiro, que deu sua vida na organização dos trabalhadores do Alto Acre chamando à atenção do Brasil, quando o então ainda pouco conhecido, mas já atuante sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva, pôs os pés por aqui pela primeira vez.

Já em Xapuri, a notoriedade do Estado superou todas as expectativas, quando o mundo passou a conhecer um homem simples, que atendia pelo nome de Chico Mendes. Sua luta, em princípio por melhoras aos seringueiros, explorados por coronéis e fazendeiros donos de imensas áreas de terra, tomou contornos amplos e enriqueceu a defesa do meio ambiente, o que ganhou o planeta e é hoje a mais séria e legítima bandeira do homem atual em todos os continentes.

Na terça-feira, 20, todos esses aspectos ganharam destaque quando lideranças das duas cidades e personalidades de Epitaciolândia, Capixaba e Assis Brasil debateram com Jorge Viana e Edvaldo Magalhães o futuro do Estado. Em outubro, pelo calendário da Justiça Eleitora, acontece no Acre a eleição mais importante da década, onde os eleitores aptos a votar escolherão, além do governador, deputados estaduais, federais, senadores e o presidente da República.

Para Jorge Viana, a região do Alto Acre - Xapuri, Brasileia, Epitaciolândia, Assis Brasil e Capixaba - foi a célula mãe do projeto que mudou o Estado na última década. O ex-governador lembrou que o presidente Lula visita a região desde a década de 70. “Lula vem aqui chorar nossos mortos desde quando ele não era quase nada e nós não éramos nada mesmo.”

Foi nessa região, mais especificamente em Xapuri, que nasceu a ideia do governo da floresta, quando o professor Binho Marques e Chico Mendes ajudavam os seringueiros a aprender a ler construindo escolas em locais esquecidos pelo poder público dá época. “Quando vejo o prefeito Bira falando dos empregos (170) que estão sendo gerados pela fábrica de preservativos, fico feliz. Isso é um sonho de 20 anos”, disse Jorge.

Para o ex-governador, o sonho de Chico Mendes, de Raimundão, de Wilson Pinheiro, em Brasileia, ainda está longe de ser alcançado. “Por isso o Acre não pode retroceder no tempo. O governador Binho está fazendo um trabalho maravilhoso e tenho certeza de que se o Tião Viana chegar ao governo (dia 30 a FP deve decidir sobre a sua pré-candidatura) vocês vão ficar de queixo caído com o apoio que ele vai dar ao setor produtivo.”

Segundo Jorge Viana, a viagem à China, coordenada pelo senador Tião, é uma prova de que o Acre está no caminho certo. “A China é hoje a grande potência econômica junto aos Estados Unidos. E nós aqui dessa região precisamos viabilizar as ZPEs (Zona de Processo de Exportação).”

Jorge também fez referência ao nome dele e de Edvaldo Magalhães, cotados pela FP para serem escolhidos como pré-candidatos ao Senado no fim do mês. “Se eu for escolhido vou ocupar a vaga da senadora Marina, que é candidata a presidente. E a outra vaga será de Edvaldo, que me ajudou muito nos oito anos do nosso governo e tem ajudado muito o Binho também. A missão de Edvaldo, caso seja confirmado pela FP, será trazer de volta a vaga de senador que foi tirada da Frente Popular há sete anos.”

Pedido a Jorge

Edvaldo Magalhães, na reunião com lideranças do Alto Acre, fez um pedido de público ao ex-governador, que está fora da política desde que deixou o governo há quatro anos para se dedicar à iniciativa privada. “O pedido que faço é que Jorge Viana volte à política para disputar as eleições. Nós precisamos dele. Foi ele que ajudou a construir os belos capítulos da história do Acre.”

Fazendo um agradecimento especial a Fernando Melo e Henrique Afonso, que renunciaram disputar a indicação como pré-candidatos ao Senado pele FP, Edvaldo Magalhães afirmou que seu nome poderá ser referendado no dia 30 e desde já assume um compromisso político: “Se eu for escolhido pela FP não serei um candidato do PC do B, serei um candidato da Frente Popular”.

De olho no futuro

Dez municípios - Plácido, Acrelândia, Santa Rosa, Porto Acre, Bujari, Capixaba, Xapuri, Brasileia, Epitaciolândia e Assis Brasil - convidaram e foram atendidos por Jorge Viana e Edvaldo Magalhães. Lideranças dessas cidades puderam expressar de forma objetiva suas opiniões sobre o que pensam do Estado e os desafios que vêm pela frente.

Uma coisa ficou visível em todos os cantos percorridos pela dupla de políticos da Frente Popular: o Acre não quer voltar ao passado. Quer continuar apostando no futuro. Fonte: Página 20

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Daqui ao barão

Essa semana sai de Tarauacá pela BR 364 e fui parar na aldeia Barão dos índios Poyanawa no Município de Mancio Lima. Na aldeia participei do Fórum estadual dos Povos Indígenas, na BR conversei as lideranças comunitários , professores, pais e alunos. Na viagem duas coisas tocaram forte na minha consciência e no meu coração.
Primeiro fiquei encantado com o Nível e organização, produtividade e qualidade de vida na Aldeia. Os Poyanawas cultivam várias culturas, mas são especialistas na produção de farinha. Eles são responsáveis por uma grande parte da farinha vendida em Cruzeiro do Sul. Tudo é produzido através de uma processo de mecanização da terra, o desmate é zero.
Na aldeia encontrei um povo feliz com escolas decentes, postos de saúde funcionando, máquinas e equipamentos agricolas a serviço da produção. Vi que lá a responsabilidade é conpartilhada. Comunidades, governo e prefeitura trabalham juntos.
A segunda situação que me comoveu na viagem foi a diferença entre entre o lado de lá e o lado car do Rio Liberdade, marco divisor entre os municípios de Tarauacá e Cruzeiro do Sul. No lado de lá tem transporte escolar, postos de saúde, escoamento da produção, Ramais asfaltados e a presença forte do poder publico. No lado de car, nossos crianças andam a pé no sol escaldantepara estudar. As escolas, ( salvo que São de responsabilidade do governo do estado) estão caindo, não existem postos de saúde, ramais nem transporte para o esoamento da produção para nossos agricultores.
conversandoi com as lideranças do lado de car, nossos conterrâneos todos manifestam uma opinião que me deixou profundamente comovido e contrariado. Dizem que, embora sejam moradores do município de Tarauacá não têm sentimento de Tarauacaenses. Argumentam que não recebem nenhuma atenção da prefeitura de Tarauacá e que depois da eleição nunca mais viram o prefeito, razão pela qual sentem-se inteiramente excluídos.
Tarauacá há oito anos atrás perdeu uma grande parte do seu território para Cruzeiro do Sul. Isso acorreu quando a uma comissão da Assembleia legislativa foi instituida para realizar estudos técnicos e consultas as comunidades para definir os limites dos municípios Acreanos. O povo decidiu que não queria ser Tarauacaense. Com isso, uma faixa de quase 30 km em linha reta, foi anexada a Cruzeiro do Sul.
Agora começa surgir um novo movimento que visa levar mais uma parte do nosso território ou para Cruzeiro do Sul ou para viabilizar a autonomia do novo município de Santa Luzia,. A região incorporaria também parte do município de Cruzeiro do Sul.
Neste momento em que comemoramos 87 anos da nossa gloriosa História precisamos refletir sobre como está sendo cuidado nosso território e nosso povo. Há motivos para festa? Tudo bem, vamos comemorar. porém após a festa vamos defender verdadeiramente o que é nosso. Não vamos deixar que a irresponsabilidade de uns poucos nos arranque mais um pedaço.

Arlete, Associação do Projeto Taquari
Pacífico, Associação. Reserva do Magno

Uma cameleira foi derrubada no meio da BR para protestar contra o abandono

Marion, Presidente da associação do Liberdade

Ramais em cruzeiro do sul são asfaltados

Arena olímpica dos Poyanawas


Joel, Cacique e Vereador da Aldeia Barão


Forum Indigena


Eriton Maia, Vice- prefeito da Mancio Lima

terça-feira, 20 de abril de 2010

Uma Grande Brasileira

A forte presença de Dilma no nosso cenário político é, por si só, um símbolo de mudança. Nenhuma outra mulher desempenhou um papel tão importante num governo brasileiro. Dilma enfrentou e venceu alguns dos maiores problemas que o governo Lula herdou do governo passado: a escassez de energia elétrica, a incapacidade de planejar e executar e a ausência de um amplo programa de obras de infraestrutura.

A cada um desses desafios, Dilma respondeu com uma ação concreta. Colocou ordem na casa e ampliou o setor energético, criou o Programa Luz para Todos, coordenou o ministério, o PAC, o Programa Minha Casa, Minha Vida e a comissão interministerial que definiu as regras de exploração do Pré-Sal. Participou ativamente de todas as grandes definições de governo, incluindo desde a adoção do modelo de TV digital mais adequado para o país até o ousado compromisso assumido pelo Brasil durante a Conferência do Clima em Copenhague (reduzir a emissão de CO2 entre 36 e 39% até 2010).

Primeiro como ministra das Minas e Energia, depois como ministra-chefe da Casa Civil, Dilma aliou competência, determinação e sensibilidade social. Foi assim que deixou a sua marca no governo. E ganhou luz própria. Está pronta para assumir novos e grandes desafios.

Fernando Pimentel


Música do dia

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Um cheiro de Collor no ar

Por Brizola Neto

Segui a dica de um leitor e fui ver o clipe de comemoração dos 45 anos – se fosse só pelo 45 eu não diria nada, não sou paranóico – da TV Globo. Mas o texto do clipe, que vai ser nauseantemente repetido durante a programação tem descaradamente referência no slogan de campanha de José Serra, aquele tal “O Brasil pode mais”

Veja como o redator publicitário global encarnou o papel de propagandista de Serra: “Todos queremos mais: educação, saúde e, é claro, amor e paz. Brasil, muito mais”
Que vergonha!

Você pode assistir o vídeo aí em cima.

Agora veja a propaganda de Serra


Enquanto eu brigava com a velocidade da conexão para assistir, li a matéria do Estadão sobre a pretensa guerra jurídica entre o PSDB e o PT. Digo pretensa porque os tucanos ingressaram com 12 ações no TSE, contra nenhuma ação nacional do PT. Para dizer que há guerra, o jornal apela para uma ação estadual do PT, contra a propaganda de Serra.

O que me espanta na nota é a informação que o presidente do PT andou propondo um “armistício” ao presidente do PSDB, cujo nome parece até ironia, Sérgio Guerra.
Já falei aqui que o senhor Dutra está achando que o dragão não morde, querendo agir de “bom-moço”. Se o presidente do PT ficar achando que o jogo é de lordes, gentis, éticos, cavalheiros, os resultados vão ser cada vez mais abusos.

Tem dirigente petista ainda achando que as coisas vão ser na base do “paz e amor”. Não entenderam que estão lidando com alguém bem diferente do candidato anterior, Geraldo Alckmin. Alckimin sempre foi o mesmo. Serra, não. Serra é um homem frio, duro. Tanto que foi capaz de matar pedaços de si mesmo, o Serra da juventude, o Serra socialista, o Serra nacionalista, para tornar-se aquilo que vimos na foto, outro dia: o privatizador, o entregador do patrimônio e das riquezas do país.

Quem faz isso, do que não é capaz?

Existe UJS em todo canto do Brasil

UJS) é uma entidade de caráter brasileiro com sede em São Paulo, SP.

Foi fundada em 22 de setembro de 1984, enquanto partidos políticos socialistas e comunistas ainda eram proibidos.Oficialmente a UJS não tem nenhuma filiação ou relação com partidos. É conhecida por possuir trabalho de base no Movimento Estudantil, e de ser a maior força política do mesmo.

A UJS é organizada em núcleos, direções municipais, direções estaduais e a direção nacional. Esta entidade tem direção estadual organizada em todas as Unidades da Federação.

O principal fórum da UJS é o seu Congresso Nacional. Este delibera a executiva que irá guiar a UJS nos próximos dois anos, até que ocorra um novo congresso e a mesma seja mudada novamente. No último congresso nacional, o 13º de sua história, foi eleito presidente da entidade o ex-presidente da UBES Marcelo Gavião. Hoje a UJS defende o voto aos 16 anos, a não redução da maioridade penal, a solidariedade internacional, o respeito ao meio ambiente, os investimentos públicos na cultura, esportes, educação, saúde, a reforma agrária, dentre outras bandeiras do campo democrático do movimento social do país.

Apesar de ser dita como uma entidade não-partidária, a UJS é o braço político do PCdoB (Partido Comunista do Brasil), muito embora congregue pessoas de várias correntes ideológicas e políticas.

Em Tarauacá a União da juventude Socialista Foi fundada em 1987. Desde do nascedouro a UJS sempre esteve na linha de frente da luta da juventude por direitos a educação, cultura, lazer emprego e em defesa de uma sociedade mais justa.

Atualmente a UjS vem desenvolvendo um importante papel de organização da juventude de Tarauacá, buscando elevar o nível conscientização politica e garantia de espaços de lazer e cultura. Nos 30 dias a UJS vem visitando todas escolas do município, mobilizando os estudantes através projeto Iter-sala, reunindo os estudantes para realização da prática de esportes.

Neste fim de semana a UJS esteve na escola 15 de Junho, localizada na Zona Rural, no km 17, sentido Tarauacá- Feijó. A atividade foi um sucesso. A UJS é uma entidade juvenil representante de um Pensamento mais progressista e avançado da sociedade. Parabéns a direção e os militantes da UJS de Tarauacá, que mesmo sem condições financeiras, consegue fazer pela nossa juventude o que o Governo do município não faz.


A bandeira está sempre hasteada na hora do tabalho

Depois de cumprir as tarefas todos vão extravazar as energias na água fria




A bandeira na hora da diversão


domingo, 18 de abril de 2010

Música do dia


Todo dia é dia de indio

Nas telas de um tal cinema



Escrito por Fernanda Birolo *

A linguagem é a mesma. As ferramentas são iguais. Mas o olhar muda tudo. As histórias, ao mesmo tempo contadas e protagonizadas pelos índios, fazem do cinema um importante instrumento de luta – de uma resistência que é cultural, mas também fortemente política.
Os temas são os mais diversos: tudo que permeia a realidade dos povos indígenas e a visão dos mesmos sobre aquilo que vem de fora. É contar a história ao inverso – um inverso tão verdadeiro, mas que nunca teve seu devido espaço. Agora, com câmeras nas mãos, os índios enfim conquistam o direito de reconstruir as distorcidas imagens de seus povos.

Até pouco tempo, o papel da narração era exclusividade dos não índios, que entravam nas aldeias, captavam as imagens, utilizavam para os mais diversos fins e nunca mais voltavam. “Os brancos é que falavam por nós”, lembra o realizador Guarani Kuaraê (em português chamado de Ariel). O resultado era uma visão distorcida pois, como observa o Xavante Caimi Waiassé, “as coisas vistas por terceiras pessoas são tratadas como exóticas”.

Um novo olhar - O cinema indígena trouxe nova visão para a história de um país. Este olhar diferente e tão particular mostra os povos indígenas de uma forma como nunca se viu. São eles mesmos apresentando sua própria cultura. Com um toque intimista, fazem registros que branco algum seria capaz de captar.
Isso porque, para saber de um índio, é preciso muito mais que perguntar. É uma questão de alma, revela o cineasta Kuaraê. Ele explica que, para um índio, é muito importante haver respeito. É entrar na casa de alguém e perceber se ele está bem para filmar ou não. Nem é preciso dizer, basta sentir.
É um sentir de ambas as partes, dos dois lados da lente: quem questiona e quem responde, quem capta e quem mostra. Entre eles, sentem-se à vontade e falam a verdade. A importância desta relação é confirmada pelo acreano Zezinho Yube, cineasta Huni Kui: “Os velhos só ensinam o que eles sabem para aqueles que eles confiam”.

Registro cultural - Os filmes produzidos pelos cineastas indígenas são instrumentos de valorização e preservação da própria identidade. Servem como importante ferramenta de memória de uma cultura que é tradicionalmente oral, da qual muito tem se perdido. Zezinho Yube alerta: “Quando um velho morre, leva todo o conhecimento que ele sabe”.

Para Yube, os vídeos funcionam como registro para os próximos que virão: as festas, as músicas, as pinturas, os kenês. É também uma maneira de ver seus próprios erros e tentar fazer melhor. E têm ainda um papel de revitalização cultural, possibilitando aos índios resgatar as tradições que aos poucos já caiam no esquecimento.
Mas este trabalho não é voltado somente para as aldeias. É também uma maneira de mostrar aos outros povos sua realidade, sua cultura e sua história. E preparar os cidadãos, de qualquer parte e qualquer crença, para compreender e conviver em uma sociedade multicultural.

Aldeias na cidade - “O pessoal da cidade precisa aprender muita coisa com a gente”, provoca o cineasta Caimi Waiassé. E ele tem razão. A sociedade como um todo precisa se reeducar, para aprender a respeitar. É um trabalho difícil, mas nem por isso impossível.

Rio Branco teve a oportunidade, nesta última semana, de assistir uma série de filmes que convidam a este respeito. São obras de cineastas indígenas, produzidas através do projeto Vídeo nas Aldeias. A mostra deu ao público a chance não somente de ver os documentários, mas também conhecer os seus realizadores – índios de vários lugares do país, dispostos a responder sobre dúvidas, curiosidades e os mais diversos questionamentos da platéia.
Para os cineastas, foi uma oportunidade de ver o resultado de seus esforços. Vincent Carelli, coordenador do Vídeo nas Aldeias, ressalta ser esse um importante momento de confrontar os autores com seu público e ver como seu trabalho é sentido.

A mostra, que aconteceu entre os dias 12 e 18 de março, foi realizada pelo projeto Vídeo nas Aldeias em parceria com o Governo do Estado do Acre, através da Fundação Cultural Elias Mansour, Biblioteca da Floresta e Secretaria de Educação. Participaram da programação cineastas Kuikuro, Guarani, Xavante, Ashaninka e Huni Kui, trazendo seus filmes e apresentando ao público as culturas de seus povos.

Nas telas das escolas - Como parte da programação da Mostra, foi lançada no último dia 13, na Biblioteca da Floresta, a coleção de DVDs “Cineastas Indígenas: um outro olhar”. Voltada para o uso em escolas de ensino médio, é um material didático para o estudo das Histórias e Culturas Indígenas, obrigatórias no currículo escolar. O projeto Vídeo nas Aldeias, com patrocínio do Programa Petrobrás Cultural, fez a doação dos kits para as escolas locais, através da Secretaria de Estado de Educação.

Como avalia Vincent Carelli, coordenador do Vídeo nas Aldeias, esta inclusão dos estudos sobre a cultura indígena nas escolas tem sido um grande desafio. Há muita dificuldade em vários sentidos, como por exemplo a falta de preparo dos professores: “Como é que os educadores vão poder ensinar os estudantes se nem mesmo eles sabem do assunto? Provavelmente passarão aos demais o conteúdo com a sua visão preconceituosa”, afirma.

As igrejas e a tradição - Outro desafio apontado por Carelli é a censura na divulgação do conteúdo em escolas que estão sob a autoridade de religiosos que não compreendem a tradição indígena. É uma delicada e polêmica questão, enfrentada não somente na educação, mas também dentro das aldeias.
Este foi um dos problemas levantados pelo jovem Zezinho Yube, cineasta Huni Kui de Tarauacá, em seu novo filme – As Voltas do Kenê, ainda não finalizado. Pesquisando sobre as tradições do Kenê, ele descobriu que a cultura de seu povo estava morrendo, mesmo nas últimas comunidades que tiveram contato com os “brancos”. Segundo ele, as culturas estavam sendo reprimidas pelos novos líderes das aldeias.

Em um tom corajoso e desafiador, Yube associa a perda das tradições à prática das religiões evangélicas, que estão invadindo as terras indígenas. Ele conta, entristecido: “Um parente meu me disse: você tem que se converter, porque a nossa cultura não existe. Ela é errada, pois não está na Bíblia.”
Yube calcula que, das 14 aldeias do povo Huni Kui, apenas cinco ou seis permanecem com suas crenças. Ele ressalta que não é contra nenhum tipo de religião, mas que é necessário haver respeito às tradições indígenas. Atualmente, ele vem enfrentando uma luta árdua para resgatar os rituais, danças, artesanato e histórias do seu povo.
“Esse é o meu dever. Não me conformo em ver os nossos jovens perdendo essa riqueza”. Yube tem clara consciência de seu papel enquanto cineasta da aldeia: “Meu trabalho não é só abordar o problema”. É preciso tentar resolver a questão e preservar a cultura.

* Jornalista e mestra em Ciências da Comunicação (colaboração de Brenna Amâncio, estudante de jornalismo)