segunda-feira, 5 de abril de 2010

Seprando o Joio do trigo

Moisés Diniz diz que Punição a padres pedófilos não pode servir de álibi para atacar Igreja

A minha adolescência e parte da minha juventude, eu passei dentro de uma congregação religiosa. Os dias mais substantivos da minha vida. E o que tem a ver a minha adolescência religiosa com “as boas intenções de que o inferno está cheio”?

Apesar de abraçar uma fé, uma visão de mundo que não se testa, imaterial, intangível, pós-morte e espiritual, os nossos dias eram integrais, fecundos e ocupados por muita leitura e suor nas hortas e nas quadras de futebol.

Isso significa dizer que, enquanto a gente buscava ver a face secreta de Deus, na sua infinita espiritualidade, nós tínhamos que enfrentar problemas humanos, concretos e cotidianos.

Os pequeninos e terríveis piuns nas hortas, o sol escaldante, o frio nos banhos das 5 horas da madrugada e ainda enfrentávamos uma sexualidade reprimida em pleno vigor juvenil.

Ainda lembro que, uma vez por semana, substituíamos o leite por chá de capim santo (Cymbopogon citratus) no jantar, com pão, farofa de ovos e verdura colhida de nossa própria horta.

Nossos superiores diziam que era um ato de desprendimento material, vinculado ao nosso futuro voto de pobreza que, junto com a castidade e a obediência, nos tornavam verdadeiros discípulos de Jesus.

Mas tarde, meio como desencanto, descobri que aquele chá servia para refluir nossos instintos sexuais, com as suas propriedades febrífugas, sudoríficas, analgésicas, calmantes, antidepressivas, diuréticas e expectorantes. Um excelente chá para acalmar o fogo da juventude.

Leia no Blog da Amazônia a íntegra do artigo

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