No DNA da Frente Popular. Xapuri e Brasileia. Brasileia e Xapuri. Sem o protagonismo dessas duas cidades o projeto que se desenvolve no Estado na última década não existiria. A afirmação é forte, mas os neologismos Florestania e Desenvolvimento Sustentável ganharam importância e relevo na luta encampada por Chico Mendes e Wilson Pinheiro, ou Wilson Pinheiro e Chico Mendes, quando iniciaram o desafio de um dos capítulos mais extraordinários da história do Acre.
Em Brasileia, a luta do movimento social emergiu com a criação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, tendo à frente o hoje herói reconhecido Wilson Pinheiro, que deu sua vida na organização dos trabalhadores do Alto Acre chamando à atenção do Brasil, quando o então ainda pouco conhecido, mas já atuante sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva, pôs os pés por aqui pela primeira vez.
Já em Xapuri, a notoriedade do Estado superou todas as expectativas, quando o mundo passou a conhecer um homem simples, que atendia pelo nome de Chico Mendes. Sua luta, em princípio por melhoras aos seringueiros, explorados por coronéis e fazendeiros donos de imensas áreas de terra, tomou contornos amplos e enriqueceu a defesa do meio ambiente, o que ganhou o planeta e é hoje a mais séria e legítima bandeira do homem atual em todos os continentes.
Na terça-feira, 20, todos esses aspectos ganharam destaque quando lideranças das duas cidades e personalidades de Epitaciolândia, Capixaba e Assis Brasil debateram com Jorge Viana e Edvaldo Magalhães o futuro do Estado. Em outubro, pelo calendário da Justiça Eleitora, acontece no Acre a eleição mais importante da década, onde os eleitores aptos a votar escolherão, além do governador, deputados estaduais, federais, senadores e o presidente da República.
Para Jorge Viana, a região do Alto Acre - Xapuri, Brasileia, Epitaciolândia, Assis Brasil e Capixaba - foi a célula mãe do projeto que mudou o Estado na última década. O ex-governador lembrou que o presidente Lula visita a região desde a década de 70. “Lula vem aqui chorar nossos mortos desde quando ele não era quase nada e nós não éramos nada mesmo.”
Foi nessa região, mais especificamente em Xapuri, que nasceu a ideia do governo da floresta, quando o professor Binho Marques e Chico Mendes ajudavam os seringueiros a aprender a ler construindo escolas em locais esquecidos pelo poder público dá época. “Quando vejo o prefeito Bira falando dos empregos (170) que estão sendo gerados pela fábrica de preservativos, fico feliz. Isso é um sonho de 20 anos”, disse Jorge.
Para o ex-governador, o sonho de Chico Mendes, de Raimundão, de Wilson Pinheiro, em Brasileia, ainda está longe de ser alcançado. “Por isso o Acre não pode retroceder no tempo. O governador Binho está fazendo um trabalho maravilhoso e tenho certeza de que se o Tião Viana chegar ao governo (dia 30 a FP deve decidir sobre a sua pré-candidatura) vocês vão ficar de queixo caído com o apoio que ele vai dar ao setor produtivo.”
Segundo Jorge Viana, a viagem à China, coordenada pelo senador Tião, é uma prova de que o Acre está no caminho certo. “A China é hoje a grande potência econômica junto aos Estados Unidos. E nós aqui dessa região precisamos viabilizar as ZPEs (Zona de Processo de Exportação).”
Jorge também fez referência ao nome dele e de Edvaldo Magalhães, cotados pela FP para serem escolhidos como pré-candidatos ao Senado no fim do mês. “Se eu for escolhido vou ocupar a vaga da senadora Marina, que é candidata a presidente. E a outra vaga será de Edvaldo, que me ajudou muito nos oito anos do nosso governo e tem ajudado muito o Binho também. A missão de Edvaldo, caso seja confirmado pela FP, será trazer de volta a vaga de senador que foi tirada da Frente Popular há sete anos.”
Pedido a Jorge
Edvaldo Magalhães, na reunião com lideranças do Alto Acre, fez um pedido de público ao ex-governador, que está fora da política desde que deixou o governo há quatro anos para se dedicar à iniciativa privada. “O pedido que faço é que Jorge Viana volte à política para disputar as eleições. Nós precisamos dele. Foi ele que ajudou a construir os belos capítulos da história do Acre.”
Fazendo um agradecimento especial a Fernando Melo e Henrique Afonso, que renunciaram disputar a indicação como pré-candidatos ao Senado pele FP, Edvaldo Magalhães afirmou que seu nome poderá ser referendado no dia 30 e desde já assume um compromisso político: “Se eu for escolhido pela FP não serei um candidato do PC do B, serei um candidato da Frente Popular”.
De olho no futuro
Dez municípios - Plácido, Acrelândia, Santa Rosa, Porto Acre, Bujari, Capixaba, Xapuri, Brasileia, Epitaciolândia e Assis Brasil - convidaram e foram atendidos por Jorge Viana e Edvaldo Magalhães. Lideranças dessas cidades puderam expressar de forma objetiva suas opiniões sobre o que pensam do Estado e os desafios que vêm pela frente.
Uma coisa ficou visível em todos os cantos percorridos pela dupla de políticos da Frente Popular: o Acre não quer voltar ao passado. Quer continuar apostando no futuro. Fonte: Página 20
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