quinta-feira, 22 de abril de 2010

Daqui ao barão

Essa semana sai de Tarauacá pela BR 364 e fui parar na aldeia Barão dos índios Poyanawa no Município de Mancio Lima. Na aldeia participei do Fórum estadual dos Povos Indígenas, na BR conversei as lideranças comunitários , professores, pais e alunos. Na viagem duas coisas tocaram forte na minha consciência e no meu coração.
Primeiro fiquei encantado com o Nível e organização, produtividade e qualidade de vida na Aldeia. Os Poyanawas cultivam várias culturas, mas são especialistas na produção de farinha. Eles são responsáveis por uma grande parte da farinha vendida em Cruzeiro do Sul. Tudo é produzido através de uma processo de mecanização da terra, o desmate é zero.
Na aldeia encontrei um povo feliz com escolas decentes, postos de saúde funcionando, máquinas e equipamentos agricolas a serviço da produção. Vi que lá a responsabilidade é conpartilhada. Comunidades, governo e prefeitura trabalham juntos.
A segunda situação que me comoveu na viagem foi a diferença entre entre o lado de lá e o lado car do Rio Liberdade, marco divisor entre os municípios de Tarauacá e Cruzeiro do Sul. No lado de lá tem transporte escolar, postos de saúde, escoamento da produção, Ramais asfaltados e a presença forte do poder publico. No lado de car, nossos crianças andam a pé no sol escaldantepara estudar. As escolas, ( salvo que São de responsabilidade do governo do estado) estão caindo, não existem postos de saúde, ramais nem transporte para o esoamento da produção para nossos agricultores.
conversandoi com as lideranças do lado de car, nossos conterrâneos todos manifestam uma opinião que me deixou profundamente comovido e contrariado. Dizem que, embora sejam moradores do município de Tarauacá não têm sentimento de Tarauacaenses. Argumentam que não recebem nenhuma atenção da prefeitura de Tarauacá e que depois da eleição nunca mais viram o prefeito, razão pela qual sentem-se inteiramente excluídos.
Tarauacá há oito anos atrás perdeu uma grande parte do seu território para Cruzeiro do Sul. Isso acorreu quando a uma comissão da Assembleia legislativa foi instituida para realizar estudos técnicos e consultas as comunidades para definir os limites dos municípios Acreanos. O povo decidiu que não queria ser Tarauacaense. Com isso, uma faixa de quase 30 km em linha reta, foi anexada a Cruzeiro do Sul.
Agora começa surgir um novo movimento que visa levar mais uma parte do nosso território ou para Cruzeiro do Sul ou para viabilizar a autonomia do novo município de Santa Luzia,. A região incorporaria também parte do município de Cruzeiro do Sul.
Neste momento em que comemoramos 87 anos da nossa gloriosa História precisamos refletir sobre como está sendo cuidado nosso território e nosso povo. Há motivos para festa? Tudo bem, vamos comemorar. porém após a festa vamos defender verdadeiramente o que é nosso. Não vamos deixar que a irresponsabilidade de uns poucos nos arranque mais um pedaço.

Arlete, Associação do Projeto Taquari
Pacífico, Associação. Reserva do Magno

Uma cameleira foi derrubada no meio da BR para protestar contra o abandono

Marion, Presidente da associação do Liberdade

Ramais em cruzeiro do sul são asfaltados

Arena olímpica dos Poyanawas


Joel, Cacique e Vereador da Aldeia Barão


Forum Indigena


Eriton Maia, Vice- prefeito da Mancio Lima

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