terça-feira, 6 de abril de 2010

Bolívia: a política na rota do desenvolvimento

Embora ainda não sejam oficiais, os resultados das eleições de domingo, dia 4, na Bolívia indicam o fortalecimento do presidente Evo Morales e de seu partido, o Movimento Ao Socialismo (MAS), e a disposição do primeiro presidente indígena do país de chegar a um acordo com a oposição em beneficio do desenvolvimento do país e do povo boliviano.

Eles delineiam o crescimento do MAS, que poderá eleger os governadores de pelo menos cinco das nove regiões bolivianas (La Paz, que terá seu primeiro governador indígena, Oruro, Cochabamba, Potosi e Chuquisaca). A oposição ficou com três (Santa Cruz, Beni e Tarija). E há um empate técnico em Pando, onde o candidato da oposição alcançou 49% das declarações de voto nas pesquisas de boca de urna, contra 47% dados ao candidato do MAS.

Em Pando ficou tristemente célebre em setembro de 2008 quando a repressão contra os indígenas partidários de Evo Morales resultou numa chacina com mais de 30 mortos e inúmeros feridos e desaparecidos. Ela teve o envolvimento do então governador Leopoldo Férnandez, da oposição, que foi preso e julgado pelo crime de genocídio.

Após a eleição de domingo, Pando viveu momentos de tensão provocada por opositores de Morales, e a contagem dos votos foi adiada para a terça feira.

O MAS pode vencer também em três das dez principais prefeituras (Cobija, Cochabamba e El Alto). Teve um avanço muito significativo pois mesmo nos domínios da oposição, onde não conseguiu eleger governadores, comemorou o aumento no número de votos que recebeu.

Mal foi encerrada a votação, o presidente Evo Morales indicou o caminho da política para o entendimento com os adversários, que convocou para participaram do processo de mudança no país. Sua intenção é superar o confronto entre governo e oposição e criar condições de governabilidade para que os próximos cinco anos possam ser mais produtivos.

Morales está empenhado em deixar para trás o subdesenvolvimento e a pobreza e procura atrair investimentos industriais que lelvem a Bolívia a um novo rumo de desenvolvimento. O exercício da política é essencial para isso, e o presidente - de olho no bem estar da população - quer trabalhar nesse sentido com os dirigentes oposicionistas eleitos no domingo. Quer superar a resistência da oposição que, nos últimos quatro anos, tentou frear as mudanças que se aceleram. E já tem sinais de que seu chamado pode ter êxito: o provável prefeito eleito de La Paz, o oposicionista Luis Revilla, respondeu ao apelo do presidente com um discurso no mesmo tom conciliatório.

Cada nação tem características próprias, e a Bolívia vive a experiência única de integrar sua população majoritariamente indígena num desenvolvimento que combine conquistas técnicas e econômicas com as tradições culturais de seu povo, que são milenares. E é difícil deter a roda da história quando começa a mover-se com maior rapidez, como ocorre no país andino. Morales, personagem central desse movimento, compreende isso e, presidente de todos os bolivianos, procura criar as condições para que todos se juntem no caminho da mudança e os chama à rota da política, no rumo do desenvolvimento. Fonte P Vermelho

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