A tomada de posse do novo presidente peruano, Ollanta Humala, nesta quinta-feira (28), no mais elevado posto da República vizinha é acontecimento de grande relevância para o avanço das lutas democráticas e anti-imperialistas da atualidade, que em cada momento e lugar se revestem de formas e ritmos peculiares.
É fato auspicioso que merece o mais entusiástico apoio das forças progressistas dos países irmãos. Sem sombra de dúvidas, a instalação do novo governo corresponde a um despertar nacional, abre novo ciclo político no país andino e cria condições para superar o período de neoliberalismo, conservadorismo, repressão política e corrupção desbragada que caracterizaram os governos peruanos no último quarto de século.
Como se fosse o tema principal, adquiriu relevância o debate se Ollanta Humala seguirá o modelo “lulista” ou o “chavista”, sem que um e outro sejam definidos com precisão.
O novo presidente peruano tem certamente afinidades políticas com os mencionados líderes, mas não faz sentido apostar que as escolhas políticas que fará a partir de agora serão condicionadas por alinhamentos de qualquer natureza.
Importa mais observar os sinais emitidos no ato de posse e principalmente a mensagem que pronunciou para inferir sobre o rumo que o novo governo adotará.
O destaque principal corresponde à luta pela maior presença do Estado na economia, a inclusão social e o combate ao mal endêmico da corrupção. Ademais, na mensagem inaugural Humala anunciou uma política exterior independente e integracionista, com prioridade para a região andina e a América do Sul.
Os gestos simbólicos do novo presidente foram também reveladores dos seus propósitos. No momento da posse, por uma questão de rito e protocolo, Humala fez o juramento sob a égide da Constituição neoliberal vigente. Mas rompendo a fórmula tradicional, ele jurou também pelo “espírito”, os “princípios” e “valores” da carta magna nacionalista de 1979, justamente aquela que os golpistas e os neoliberais revogaram e substituíram pela atual, em 1993. Foi sob o manto da Constituição neoliberal que os governos privatizaram a economia e praticamente alijaram o Estado nacional da gestão da vida econômica.
Lugar destacado na mensagem presidencial coube ao juramento de acabar com a exclusão social. O novo presidente prometeu com solenidade apagar "o lacerante rosto da exclusão e a pobreza do país". É algo que cala fundo na consciência do povo em se tratando de um país em que a desigualdade social é gritante e a pobreza é um flagelo.
“Soldado da democracia”, Ollanta Humala firmou ainda o compromisso de realizar profundas transformações, através de um governo “para todos”, em que pontificarão conceitos como reforma, democracia, liberdade, inclusão, redistribuição, crescimento, paz com justiça, segurança, soberania, transparência e acordo.
Há, portanto, fundadas razões para a esperança. O povo peruano, com o novo governo, tem amplas possibilidades para construir um caminho próprio, um modelo nacional de desenvolvimento, democracia, inclusão social e soberania nacional. Parafraseando o pensador socialista José Carlos Mariátegui, um modelo que não será decalque nem cópia de modelos externos, mas criação heroica do próprio povo.
Também a América Latina tem muito a ganhar, pois a incorporação do Peru à grande coalizão de nações soberanas fará avançar o processo de integração e criará uma nova correlação de forças a favor da ampliação da luta anti-imperialista. Editorial do portal Vermelho
É fato auspicioso que merece o mais entusiástico apoio das forças progressistas dos países irmãos. Sem sombra de dúvidas, a instalação do novo governo corresponde a um despertar nacional, abre novo ciclo político no país andino e cria condições para superar o período de neoliberalismo, conservadorismo, repressão política e corrupção desbragada que caracterizaram os governos peruanos no último quarto de século.
Como se fosse o tema principal, adquiriu relevância o debate se Ollanta Humala seguirá o modelo “lulista” ou o “chavista”, sem que um e outro sejam definidos com precisão.
O novo presidente peruano tem certamente afinidades políticas com os mencionados líderes, mas não faz sentido apostar que as escolhas políticas que fará a partir de agora serão condicionadas por alinhamentos de qualquer natureza.
Importa mais observar os sinais emitidos no ato de posse e principalmente a mensagem que pronunciou para inferir sobre o rumo que o novo governo adotará.
O destaque principal corresponde à luta pela maior presença do Estado na economia, a inclusão social e o combate ao mal endêmico da corrupção. Ademais, na mensagem inaugural Humala anunciou uma política exterior independente e integracionista, com prioridade para a região andina e a América do Sul.
Os gestos simbólicos do novo presidente foram também reveladores dos seus propósitos. No momento da posse, por uma questão de rito e protocolo, Humala fez o juramento sob a égide da Constituição neoliberal vigente. Mas rompendo a fórmula tradicional, ele jurou também pelo “espírito”, os “princípios” e “valores” da carta magna nacionalista de 1979, justamente aquela que os golpistas e os neoliberais revogaram e substituíram pela atual, em 1993. Foi sob o manto da Constituição neoliberal que os governos privatizaram a economia e praticamente alijaram o Estado nacional da gestão da vida econômica.
Lugar destacado na mensagem presidencial coube ao juramento de acabar com a exclusão social. O novo presidente prometeu com solenidade apagar "o lacerante rosto da exclusão e a pobreza do país". É algo que cala fundo na consciência do povo em se tratando de um país em que a desigualdade social é gritante e a pobreza é um flagelo.
“Soldado da democracia”, Ollanta Humala firmou ainda o compromisso de realizar profundas transformações, através de um governo “para todos”, em que pontificarão conceitos como reforma, democracia, liberdade, inclusão, redistribuição, crescimento, paz com justiça, segurança, soberania, transparência e acordo.
Há, portanto, fundadas razões para a esperança. O povo peruano, com o novo governo, tem amplas possibilidades para construir um caminho próprio, um modelo nacional de desenvolvimento, democracia, inclusão social e soberania nacional. Parafraseando o pensador socialista José Carlos Mariátegui, um modelo que não será decalque nem cópia de modelos externos, mas criação heroica do próprio povo.
Também a América Latina tem muito a ganhar, pois a incorporação do Peru à grande coalizão de nações soberanas fará avançar o processo de integração e criará uma nova correlação de forças a favor da ampliação da luta anti-imperialista. Editorial do portal Vermelho
Nenhum comentário:
Postar um comentário