Marina parece que se esforça para deixar transparecer que incorporou um sentimento de desilusão com seu ex- partido e seus heróis. Quando ela fala parece que está cantado musica Ideologia de Cazuza. A impressão é que ela está dizendo: "Meu partido É um coração partido, E as ilusões Estão todas perdida, Os meus sonhos, Foram todos vendido, Tão barato Que eu nem acredito Ah! eu nem acredito... Os ainda torcem para a Marina tomar uma posição em defesa do Brasil, pensam na história dela e Chico Mendes e cantam a segunda estrofe da mesma musica do poeta que diz: " Que aquele(a) garoto(a) Que ia mudar o mundo, Mudar o mundo, Frequenta agora As festas do "Grand Monde"... Agora assiste tudo em cima do muro.
Na verdade Marina nem está decepcionada com seu partido, muito menos assiste tudo em em cima do muro. Mesmo que Marina não se manifeste a favor de Dilma, ela já fez sua opção por Serra e a direita. O comportamento da nossa senadora neste momento importante da vida Brasileira, é o mesmo que ela adotou em 1994, quando se elegeu senadora pela primeira vez. Na época, Tião Viana perdeu a eleição para o governo do estado, ficando, no segundo turno Flaviano -PMDB e Orleir Cameli-PP. Marina preferiu ignorar os dois candidato na disputa, ficando em "cima do muro". Venceu Orleir Cameli. Marina festejou, ela achava que tinha vencido o pior.Isso o ajudaria no seu projeto futuro. Agora Marina aposta na derrota de Dilma para tentar se apresentar na próxima eleição como alternativa.
No dia 22 de abril de 2.000 ela estava na estrada que liga Santa Cruz de Cabrália a Porto Seguro, junto com 3.600 indígenas, de mais de 180 povos, militantes do movimento negro, quilombolas, miltantes do MST, estudantes, mulheres, militantes de inúmeros movimentos populares e sindicais, talvez mais de 10 mil ao todo, de todo o Brasil.
Ela tinha falado no Quilombo, que era o acampamento coletivo, no dia anterior, para alguns destes milhares de militantes.
No dia 22 de abril, logo pela manhã, foi desatada a repressão sobre todos e todas.
O Fernando Henrique estava na Cidade Alta de Porto Seguro, comemorando com o Presidente de Portugal.
Na estrada, a policia do Antonio Carlos Magalhães e as tropas do FHC jogavam bombas de gás, arrastavam negros pelos cabelos, espancavam indígenas e prendiam estudantes.
Havia helicópteros e lanchas da Marinha no cerco.
Um indígena se jogou no chão da estrada, em frente dos soldados, que passaram por cima dele.
Encontrei a Marina com sua assessora Áurea, perdidas na estrada, escutando bombas e tiros próximos.
Coloquei as duas no meu carro, para escapar dali protegendo-as.
Dentro do carro, a Marina falou calmamente que, se respirasse aquele gás, poderia morrer.
Virei o carro para pegar um caminho de terra e ir em direção da praia.
Ela pediu que não fosse, porque tinha visto soldados irem para a praia perseguindo estudantes.
Voltei com o carro prá estrada e levei a Marina até local seguro, longe da repressão e das bombas.
Emocionado porque, segundo a nossa Senadora, eu talvez tivesse acabado de salvar sua vida.
Acho bom ela lembrar deste episódio neste momento, para pensar de que lado ela sempre esteve, e de que lado deve estar agora.
um abraço fraterno
Paulo Maldos ( ex-assessor do CIMi – Conselho Indigenista Missionário)
Nenhum comentário:
Postar um comentário