Política e negócios
O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma hoje o julgamento da Lei da Ficha Limpa, que impede candidaturas de pessoas condenadas pela Justiça, em decisão colegiada, por praticarem crimes de corrupção e abuso de poder econômico, além de homicídio e tráfico de drogas. O julgamento havia sido interrompido após pedido de vista do ministro Dias Toffoli. O relator da matéria, o ministro Joaquim Barbosa, votou pela constitucionalidade da lei. O mundo político aguarda em suspense a decisão da Corte.
Na verdade, o julgamento pode promover um grande expurgo na vida pública, dela afastando políticos e administradores enrolados na Justiça. Grosso modo, numa ordem democrática cujas bases são capitalistas, pode-se dividir os políticos em duas categorias: os que veem a política como bem comum e os que a tratam como negócio. No Brasil, todos os políticos dizem defender o bem comum, já que não existe regulamentação do lobby. Muitos, porém, talvez até a maioria, não sobreviveriam sem a intermediação de negócios. Da coluna do Luis Carlos Azedo
Na velha política, essa prática era admitida como legítima para captação de financiamento eleitoral, embora servisse também, em muitos casos, para a formação de patrimônio de políticos e operadores de campanha. Haveria uma linha imaginária a separar os bons políticos dos ladrões. A Constituição de 1988 acabou com isso: caixa dois de campanha é crime eleitoral e ponto final. Agora chegou a conta de não se levar a sério as regras do jogo para financiamento de campanhas eleitorais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário