quarta-feira, 7 de setembro de 2011


7 DE SETEMBRO: BRASIL LIVRE DA CORRUPÇÃO

Cerca de 25 mil pessoas participaram nesta quarta-feira da Marcha Contra a Corrupção, em Brasília. Com cartazes pregando o fim do voto secreto dos parlamentares e contra a absolvição da deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF), os manifestantes ocuparam toda a Esplanada dos Ministérios até a praça dos Três Poderes.


Marcha em Brasília. Foto: AE

Inicialmente, a Polícia Militar calculou em 10 mil o número de presentes à marcha, mas logo após o fim da manifestação admitiu que 25 mil compareceram. A organização contava com uma adesão entre 25 mil e 30 mil pessoas.

Organizada nas redes sociais – como o Facebook, o Twitter e o Orkut –, a marcha se valeu de cartazes e faixas, algumas bem-humoradas e outras mais radicais, para apelar a um sentimento de mobilização que não se via desde a época dos caras pintadas, quando houve o impeachment do ex-presidente Fernando Collor.


Marcha em São Paulo. Foto: AE

Pressionando a Polícia Militar, que tentava evitar a aproximação do público do local de trabalho da presidente Dilma, os manifestantes conseguiram ultrapassar a barreira formada e deram a volta por trás do Congresso para retomar a marcha pelo outro lado da Esplanada, onde mais cedo ocorreu o desfile militar.

Ministro apoia marchas

Do palanque onde estava, Dilma não pode conferir a manifestação. No entanto, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, declarou ver com bons olhos a amostra de insatisfação popular vista no Dia da Independência.


Marcha em Porto Alegre. Foto: AE

"A marcha é legítima. Da parte do poder público, é dever combater a corrupção. Todos nós do poder público temos esse dever e a presidente da República ressalta isso. Portanto, eu acho que o debate e a manifestação são legítimas e as autoridades públicas em todo o país têm que cumprir o seu papel."

Além de Brasília, inúmeras outras cidades realizaram a Marcha Contra a Corrupção. Em São Paulo cerca de mil pessoas ocuparam a Av. Paulista. Em Curitiba um grupo de 50 pessoas, vestidas de preto e com máscaras do personagem do filme "V de Vingança", protestaram em frente ao Centro Cívico. Em Belém cerca de 300 pessoas participaram da marcha que também serviu de alerta contra as obras da usina hidrelétrica de Belo Monte e contra a divisão do estado. Em Porto Alegre cerca de mil pessoas se manifestaram em frente ao Monumento do Expedicionário, no Parque Farroupilha.


Marcha em Belém. Foto: Futura Press

Manifesto contra a Corrupção

“A corrupção, que em nosso país se alastra como uma pandemia e ameaça a credibilidade das instituições e do próprio sistema democrático, impõe à sociedade civil organizada uma reação que não pode se esgotar em discursos ou manifestações”.

Esta é a abertura da nota de apoio à Marcha Contra a Corrupção, divulgada nesta quarta pela Ordem dos Advogados do Brasil, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e pela Associação Brasileira de Imprensa.

De acordo com a nota, “para tornar vívido o sentimento de independência em cada brasileiro, devem os poderes eleger prioridades que reflitam a vontade da população”, destacando-se as seguintes:

“No Executivo, a necessidade de maior transparência nas despesas por meio da imediata aplicação da Lei Complementar n. 131/2009, que obriga o poder público a disponibilizar suas despesas em tempo real; redução do número de cargos comissionados; aplicação da Lei da Ficha Limpa aos candidatos a cargos comissionados.

No Legislativo, a extinção das emendas individuais ao Orçamento, a redução do número de cargos em comissão, a aprovação do Projeto de Lei que aumenta a pena máxima pelo crime de corrupção de dois para quatro anos, o fim do voto secreto em todas as matérias e uma reforma política profunda, extirpando velhas práticas danosas ao aperfeiçoamento democrático.

No Judiciário, no Ministério Público e nas polícias judiciárias, no âmbito de suas respectivas competências, agilidade nos julgamentos de processos de corrupção e de improbidade administrativa, e a conclusão de inquéritos relativos a crimes de corrupção, por constituírem sólida barreira à impunidade, bem como o imediato julgamento da ADC sobre a Lei Complementar 135/2010 (Ficha Limpa).

Fonte: Vermelho

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