PHA: A visita da presidenta à Folha é um mau sinal.
O Nunca Dantes não foi à festa dos 90 anos da Folha (*).A presidenta Dilma Rousseff foi.
Fez um discurso que não acrescentará uma vírgula à sua biografia ou à História do Jornalismo brasileiro.
Mas, teve uma novidade:
A censura obrigou o primeiro jornal brasileiro a ser impresso em Londres, a partir de 1808. Nesses 188 anos de independência, é necessário reconhecer que na maior parte do tempo a imprensa brasileira viveu sob algum tipo de censura. De Líbero Badaró a Vladimir Herzog, ser um jornalista no Brasil tem sido um ato de coragem. É esta coragem que aplaudo hoje no aniversário da Folha.
… no Brasil de hoje, nesse Brasil com uma democracia tão nova, todos nós devemos preferir um milhão de vezes os sons das vozes críticas de uma imprensa livre ao silêncio das ditaduras.
Citou Vladimir Herzog.
Na plateia, ela esteve cercada pelo Padim Pade Cerra à frente, e o Zé Eduardo Cardozo na fila atrás.
Uma tropa de choque informal do Daniel Dantas.
Porém, relevante é observar que o “Zé” (é como o pessoal do Dantas chama o Ministro da Justiça, que já foi à Itália, como deputado, para advogar pelo Dantas), segundo a Carta Capital, adotou a posição murista, diante da decisão do Nelson Johnbim de impedir a anistia aos cabos de 64, como demonstrou o Leandro Fortes, na Carta Capital.
Neste exato momento, também, segundo o relato de Ricardo Kotscho no iG, o Zé tenta reparar uma aparente resistência do Ministério da Justiça à abertura dos documentos referentes à morte de Herzog.
O jornalista Audálio Dantas escreve um livro sobre Herzog e até ontem pareceu enfrentar uma barreira tão sólida quanto a que se antepõe à anistia dos cabos de 64.
Vamos ver se o Audálio tem mais sucesso que os cabos.
Nessa polêmica, quem, com certeza, já obteve retumbante sucesso foram os torturadores do regime militar.
A visita da presidenta à Folha (*) é um mau sinal.
A Folha (*) é um símbolo estrelado do PiG (**).
O jornal da ditabranda e da ficha falsa da terrorista Dilma, aquela que ia bombardear o Delfim como se fosse uma precursora do Gaddafi.
O gesto da presidenta não implica em nenhuma concessão dos filhos do “seu” Frias.
O compromisso deles é com o pai – com a “Revolução de 32” e a “Revolução de 64”.
Se alguém cedeu foi a presidenta.
Ainda bem que o Nunca Dantes, que, segundo o Otavinho, não podia governar, porque não sabe falar inglês, ainda bem que ele não pisou lá.
Em tempo: discursou na solenidade o Otavinho. Uma sinfonia em torno da platitude. Nem o Cerra seria capaz de tanta banalidade.
Paulo Henrique Amorim
Nenhum comentário:
Postar um comentário