Por Renato Rabelo
Concomitante ao triste anúncio da manutenção da taxa SELIC em 8,75%, o governo vem ensaiando e executando medidas muito interessantes de suporte ao capital produtivo nacional.
A mais importante de tais medidas está na alocação, via Tesouro Nacional, de mais US$ 80 bilhões ao BNDES. Na mesma toada, um chamado “Pacote de Natal” contendo 13 medidas que vão desde créditos à construção de embarcações, passando pela ampliação do limite de crédito do Cartão BNDES de R$ 500 mil para R$ 1 milhão, chegando a um Projeto Piloto do próprio BNDES para a capitalização de micros e pequenas empresas dos setores de bens de capital e autopeças.
Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, este pacote tem como objetivo alcançar os níveis de investimentos anteriores a crise, ou seja, entre 15% e 20% do PIB. Com isto, estaria assegurado um crescimento do PIB – para 2010 – para algo em torno de 5% e 5,5%.
Juntamente com essas medidas de estímulo à produção e analisando o conjunto de medidas adotadas pelo governo ao enfrentamento da crise financeira (entre elas o IOF aos investimentos na bolsa, estancando a queda brusca do dólar), só podemos concluir que dentro dos limites colocados pela conjuntura política nacional, o governo Lula vem fazendo o que pode para manter o país num ritmo de crescimento capaz de dar cabo às demandas do país. Algo que ganhou força e se acelerou no segundo mandato.
Evidente que o ideal seria alcançarmos uma taxa de 25% de investimentos sobre o PIB, o que traria robustos resultados em desenvolvimento econômico. Mas, o problema continua e é político. A questão deve ser vista de forma processual. A realidade é que o governo está avançando. E com o apoio do PCdoB.
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