domingo, 17 de abril de 2011

UMA HISTÓRIA TRÁGICA

O homem da foto é Turiano, índio kampa da(Ashaninka)aldeia primavera no alto rio Tarauacá. Antes da demarcação da terra Turiano e sua família, (um grupo de aproximadamente 15 pessoas) viviam subindo e descendo o Rio, era um grupo nômade sem paradeiro. Com a crise da borracha e a desativação do seringal primavera e Goiás, Turiano de sua família tiveram sua terra reconhecida e demarcada pelo governo federal.

A tragédia na aldeia primavera começou quando um seu filho osvaldo foi preso no município do Jordão de posse de 250 mg de maconha encaminhado para o presídio de Tarauacá. A aldeia ficou sem entender os motivos da prisão, ele e seu povo sempre viveram distante dos costumes e das leis que regem o comportamento do "homem branco”.

Diante do impasse, Turiano decidiu vir a cidade disposto a levar o filho de volta para aldeia. Sua frustração aumentou quando viu seu filho preso em uma estrutura de concretos, fechado com grades de ferro cadeados. Na impossibilidade de levar o filho, retornou para a aldeia e anunciou sua morte.

Ao chegar na sua terra, o velho cacique, deixou a família e em casa e saiu para o meio da floresta, logo no “asseiro” do campo,tirou umas palhas de jarinas, fez uma cama arrancou da terra uma uma batata venenosa ingeriu e morreu. A família sentindo sua ausência sai a procura do patriarca e encontrou já sem vida.

a aldeia ficou toda sem rumo e decidiu vir mais uma vez para cidade na tentativa de resgatar o filho preso. Essa semana a mulher de Osvaldo (preso) e sua mãe mulher de Turiano falecido entraram em crises e começaram a tomar rumo diverso, deixando as crianças e os demais membros da família sem dizer para onde partiram.

Tomei conhecimento da situação e comuniquei a Funai e o secretário estadual de direitos humanos sobre a complexidade do problema. Com ajuda de uma pessoa da funasa, conseguimos encontrar as duas mulheres e providenciar condições de alimentação e acompanhamento. nesta segunda o O problema deverá ser levado para analise do ministério publico e do Juiz da comarca.

Vejo com muita preocupação essa situação dos índios Kampa do primavera. Preocupa-me também a informação que outro indígena de Feijó foi preso portando maconha. É uma questão que as lideranças indígenas e as instituições publicas não pode tratar apenas como caso de policia.

No caso dos kampas do primavera, eles nunca se aproximaram do dito mundo civilizado,a vida e crença deles sempre foi
Intrinsecamente ligada a natureza, onde sentem-se seguros.Antes da morte do patriarca Turiano, um fato ocorrido na aldeia chamou a atenção.Um índio foi picado por uma surucucú e veio a óbito , eles não aceitaram a morte, uma cobra não podia matar um kampa. Contrariados, decidiram não enterrar o corpo, colocaram o defunto dentro de uma casa. Ficaram mais 100 dias esperando, até o corpo se decompor completamente.Isso demonstra que o mundo deles é bem diferente do nosso.



Um comentário:

  1. Lamentavel o como a lei pode servir para fazer o mal, estas questões devem ser tratadas de outra forma, falta bom senso por parte dos profissionais.
    Sr Batista, também quero divulgar meu trabalho que deve interessar ao senhor. O Txai Terri me indicou seu blog por causa da foto que tens do Sr Inácio de Feijó, gostaria de te pedir autorização para utilizá-la pois o meu trabalho envolve a pessoa dele, além de outras informações que o Sr poderia ter.
    O trabalho é este:
    www.enverseios.blogspot.com , www.baquemirim.blogspot.com e
    http://www.myspace.com/uirapuruantoniopedro

    Grato
    Alexandre

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