segunda-feira, 13 de dezembro de 2010


Brasil melhor: 41% das famílias serão classe média

Em 2020, massa de ganhos dessa faixa de renda vai ser 72% maior do que a de 2009

Estudo prevê que, em dez anos, o Brasil terá 69 milhões de famílias, das quais 29 milhões pertencentes à classe C

No país que já foi chamado de “Belíndia” -por misturar a riqueza da Bélgica e a miséria da Índia-, a nova classe média chega cada vez mais perto do padrão de consumo do Primeiro Mundo.E, daqui a dez anos, essa fatia dos brasileiros deve, sozinha, colocar o equivalente a uma Bélgica no bolso.

O poder de compra da classe C deve quase dobrar e saltar para R$ 757 bilhões em 2020, de acordo com estudo feito pela consultoria Plano CDE para a Folha.Em valores atuais, a projeção é quase o PIB (Produto Interno Bruto) da Bélgica em 2009, de aproximadamente R$ 796 bilhões. Ou perto de duas vezes o da Colômbia, equivalente a R$ 391 bilhões.

Mas é importante frisar que, no quesito PIB per capita, os brasileiros -assim como os colombianos- ainda estão longe dos belgas.Segundo o CIA Factbook, no Brasil o PIB por habitante em 2009 foi estimado em US$ 10 mil (cerca de R$ 17,1 mil), próximo ao da Colômbia (US$ 9.300). Já na Bélgica, cada pessoa tem quase quatro vezes isso para gastar por ano: US$ 36,8 mil.

A massa de renda da classe C brasileira em dez anos seria suficiente, por exemplo, para bancar 126 milhões de pacotes de viagem de nove noites a Nova York, a preços de hoje.

69 MI DE FAMÍLIAS

Para a projeção até 2020, o estudo considera um crescimento médio da economia brasileira de 4% ao ano.

A partir de dados do IBGE, prevê aumento do número de famílias de 58 milhões em 2009 para 69 milhões -sendo, desse total, 29 milhões da nova classe média.O levantamento aponta ainda que o poder de compra da classe C vai ser 20% maior que o da classe A. E quase o triplo das massas de renda das classes D e E somadas.

“Nesse cenário, o “brasileiro médio” passa a ter um padrão de consumo próximo ao observado em países desenvolvidos”, diz Haroldo Torres, economista, demógrafo e diretor da Plano CDE.Em relação à distribuição de renda estimada para o Brasil em 2020, a classe C deverá representar 41% das famílias. Em 2009, eram 34%.

A classe D diminuiria para 22% (saindo de 27%), e a E, para 17% (saindo de 21%).E, levando em conta o número absoluto de famílias, o tamanho das classes D e E permanece praticamente constante de 1999 até 2020.”Esses dados mostram que a ascensão social que tem existido nas classes mais baixas no país é das novas gerações. São os filhos que, com mais estudo, conseguem mobilidade”, diz Torres.

Na Folha

2 comentários:

  1. Enquanto estivermos achando nornal a divisão de classes, estaremos legitimando a exploração do homem sobre o homem. Embora esses avanços citados sejam proveniente de politicas públicas menos injustas, não podemos esquercer que os banqueiros ainda são os que mais lucram no Brasil, produzindo mais injustiça sociais. Não creio que este é o caminho para chegarmos a um país justo, e também não acho que isso seja utópico.

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  2. Concordo plenamente. "Brasil melhor" está bem adiante, é um Brasil justo, muito além das previsões do mercado capitalista.

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