Chávez: Um passo adiante na construção da democracia socialista
Representantes de diversos setores da população marcharam nesta quarta-feira (5) na Venezuela em uma grande mobilização nacional para apoiar o bloco revolucionário (PSUV – PCV) durante a instalação da nova Assembleia Nacional (Congresso unicameral do país), para a legislatura de 2011 a 2016.A marcha percorreu várias ruas e avenidas da capital Caracas até as proximidades do Palácio Federal Legislativo, onde os deputados tomaram posse.
Num ambiente entusiástico e festivo, mulheres, jovens, trabalhadores e estudantes foram manifestar seu apoio às forças revolucionárias aliadas do PSUV e do PCV, que obtiveram 98 cadeiras.
Carlos López, coordenador geral da Força dos Trabalhadores Socialistas, disse que os setores produtivos do país apoiaram a instalação da nova Assembleia.
Segundo López, os trabalhadores confirmaram perante os deputados do bloco revolucionário suas expectativas quanto à discussão de uma nova agenda legislativa.
Para ele, a militância do Polo Patriótico garante a segurança a todos os cidadãos que desejem somar-se a essa mobilização, descartando os rumores de que poderiam ocorrer alterações da ordem pública devido à realização da marcha e da festa popular.
Na véspera, o deputado Darío Vivas sublinhou que essa marcha do povo venezuelano é a garantia de que há uma força revolucionária disposta a trabalhar pela aprovação de leis a favor do bem-estar coletivo, além de ser o sinal da vontade democrática e pacífica do povo.
Ele destacou que se trata da vitória de um povo que durante cinco anos acompanhou a gestão da Assembleia Nacional, que em 2010 bateu recorde na aprovação de leis, num cenário que setores da oposição tentaram desestabilizar. Esses setores contam agora com 65 assentos na Assembléia Nacional. A oposição também organizou nesta quarta-feira uma marcha para apoiar seus deputados.
Vozes da verdade triturarão os golpistas
O presidente da República Bolivariana da Venezuela, Hugo Chavez, se uniu à multidão durante a concentração popular no centro de Caracas.
Ele aplaudiu que no ato de instalação da Assembleia Nacional membros da direita tenham estado presentes e seu discurso golpista tenha sido calado pelo povo.
“Me pareceu muito bem que estivessem presentes deputados eleitos pelas correntes contrarrevolucionárias. Que falem, pois nossos deputados os triturarão, como ocorreu outras vezes. As vozes da direita agora estão no Parlamento, ontem estavam no golpe de Estado e na sabotagem petroleira. Onde quer que se apresentem serão sufocadas pelas vozes da verdade de um povo que batalha por seu país”, disse o presidente Chávez na concentração da Maré Vermelha em apoio aos novos parlamentares.
O presidente disse ainda que o ato de instalação da Assembleia Nacional foi exemplar e o classificou como “um bom passo adiante dentro da estratégia da construção da democracia socialista, livre, soberana e totalmente independente”.
Chavez parabenizou o novo presidente da Assembleia Nacional, Fernando Soto Rojas, “velho camarada, que em boa hora foi eleito pelo Partido Socialista Unido da Venezuela, não só pelo seu alentador discurso, cheio de ensinamentos, mas também pela batalha que tem pela frente”.
Assassino rejeitado para vice-presidente
O presidente Chávez, referindo-se à oposição, declarou que espera que “respeitem a Constituição, as leis da República e a instituicionalidade”. E disse que sentia vergonha por esta ter proposto “um assassino, José Sánchez, vulgo ‘Mazuco’, para o cargo de primeiro vice-presidente da Assembleia. Sobre ele uma condenação de 19 anos de prisão por homicidio”. A proposta foi rejeitada. Aristóbulo Istúriz y Blanca Eekhout, ambos do PSUV, foram eleitos primeiro e segunda vice-presidentes.
Reeleição
Chávez também se referiu a sua intenção de candidatar-se à reeleição em 2010, fazendo um desafio: “Os que queiram ser uma colônia ianque terão que ir com a direita, mas os que queiram uma pátria digna e soberana podem somar-se ao projeto bolivariano".
”Vocês escolham, disse para a multidão, se querem seguir com Chávez ou querem que volte a direita.
Voltando a falar dos parlamentares oposicionistas, o chefe de Estado os instou a ocupar seu espaço, mas advertiu que nunca mais terão maioria na Assembléia Nacional nem nos poderes locais e populares.
Chávez admitiu a existência de problemas e disse que o governo sente-se obrigado a incrementar a eficiência na gestão e retificar os erros quando seja necessário.
Ele deixou em mãos do presidente da Assembleia um documento de debate sobre o tipo de universidade de que a Venezuela necessita para o século 21.
Com informações da Agência Prensa Latina
e da Agência Venezuelana de Notícias
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