O 1º de Maio tornou-se a data comemorativa dos trabalhadores em homenagem à greve dos operários de Chicago, EUA, em 1886. Nos tempos daquele antigo capitalismo selvagem, os operários lutavam por jornada diária de trabalho de 8 horas, carteira assinada e outros direitos. Os patrões responderam com mão de ferro e todo o peso do aparato estatal. A polícia promoveu brutal repressão ao movimento paredista. A “Justiça” condenou os principais líderes grevistas. A pena foi a mesma que se usava para os escravos de antigamente: morte, por enforcamento, para quatro lideranças; prisão para outros. Um suicidou-se (?) no cárcere. No dia do julgamento, August Spies, um dos que morreram na forca, protestou contra patrões e juízes, afirmando com altivez e consciência da justeza da luta da classe: “Podem me matar. Meu lugar será ocupado por milhões.”
Tornado o Dia Internacional dos Trabalhadores pelo movimento socialista em 1891, no Brasil, a primeira comemoração da data ocorreu na cidade portuária de Santos (SP), em 1895. O evento foi realizado em um salão, pois a polícia proibiu que ocorresse em praça pública. Em 1925, o 1º de Maio tornou-se feriado nacional. Após 1930, o governo pretendeu transformar a data em festa oficial. Mas o trabalhador inteligente não vai nessa onda, e aproveita a data para divulgar e ampliar a luta por seus direitos, sem abrir mão do churrasquinho, do almoço com a família, das atividades culturais e esportivas.
Nos dias atuais, o mundo vive os estertores do “novo capitalismo selvagem”, chamado de neoliberalismo, que por muitos anos foi o paraíso da desregulamentação, da desnacionalização, do vale-tudo pelo lucro, em que a produção da riqueza real foi em muito substituída pela especulação financeira. Os grandes banqueiros e seus governos direitistas de plantão, principalmente nos EUA, Europa e Japão, transformaram a economia mundial em um cassino global. No Brasil, a aliança de direita PSDB/PFL, no reinado de FHC, tratou de abaixar a cabeça e, genuflexo, fazer o que o mestre Bush mandou. Agora, profunda crise se alastra pelo mundo. E os donos do capital querem jogar as consequências da crise para cima dos trabalhadores, com demissões (só em dezembro e janeiro passados, 760 mil trabalhadores foram lançados ao desemprego em nosso País); redução de salários e de outros direitos.
Por isso é que esse 1º de Maio de 2009 é um importante dia de luta, para que os trabalhadores ampliem a luta pelos seus direitos básicos. O mais importante deles é a defesa do direito ao emprego, seguido da redução da jornada de trabalho sem redução de salário – única forma da economia absorver os grandes contingentes de desempregados. Da crise atual pode surgir um novo Brasil, mais desenvolvido, com menos desigualdade, mais respeitado no cenário internacional. Para isso, precisa fortalecer o seu mercado interno, aumentar os investimentos públicos, baixar de vez os juros escorchantes (ainda no patamar de 10,25%, um dos mais altos do mundo), proteger o emprego e os salários, incentivar a produção industrial e agropecuária, o comércio e serviços. É de registrar-se ainda que a falência ideológica, econômica e política do neoliberalismo faz ressurgir com força revigorada uma nova e alvissareira perspectiva socialista, que, nesses últimos 20 anos, nunca esteve tão viva e promissora.
Que os trabalhadores do Brsil se inspirem no exemplo dos operários de Chicaco, nos potuários de Santos e não permitam retroscesso. No Acre se espelhem nos nos heróis da revelução e nos empates. Em Tarauacá nos seringueiros que um dia, tomaram de assalto a delegacia de policia e restituiram em suas mãos o que era seu.
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