quinta-feira, 11 de junho de 2009

300 familias de sem terra estão acampadas a margem da BR 317, próximo ao município de Senador Guiomar. Eu fui lá!

Visão parcial do acampamento
Bandeira exige: Reforma Agrária já!
Acampado anima o pessoal para luta

Trabalhador levanta seu acampamento


Criança sentada nos pés da mãe, fica atenta aos encaminhamentos dos trabalhos

Jairo-tesoureiro do sindicato dos Trabalhadores Rurais de Senador Guiomar, Eu, o Deputado Moisés, juntos com Roberto Rodrigues e Gracilda Silva, Líderes do movimento.


A multidão houve com atenção as palavras do Deputado

Jairo fala a proposta do sindicato

Jairo e Manoel Cumarú fazem os encaminhamentos.

Esses que puxam conversa sobre se chove ou não chove - não poderão ir para o Céu! Lá faz sempre bom tempo. (Mario Quintana)

Hoje (quinta feira) junto com Depudado Moisés Diniz , o tesoureiro da Fetacre Manoel Cumarú, visitei um acampamento de 300 familias sem terra, Próximo ao municipio de senador Guiomar. Apesar do sofrimento de homens mulheres e crianças, que presenciei, me senti em casa e fiquei cheio de esperança e entusiasmo com que vi.

Vi um povo sofrido, enfrentando sérias dificuldades de Alimentação, agasalho, saúde , estrutura de Higiene, em baixo de barracas de lona, mas com forte espírito de de união, cheios de alegria e esperança. E bom que fique claro que a terra ocupada, já foi desapropriada pelo governo federal há mais de Três anos. Todas as famílias acampadas estão cadastradas no CIPRA- Cadastro individual de reforma agrária, instrumento de avaliação do perfil das pessoas que podem serem beneficiadas pelo programa nacional de reforma agrária.

Os acampados reclamam da morosidade do Incra no processo de assentamento das famílias cadastradas. O deputado Moisés Diniz Além de se comprometer politicamente com a causa das famílias, ainda colaborou na aquisição de alimentos.

No Brasil a concentração da posse da terra é alarmante e incompatível com o momento de desenvolvimento econômico, social e cultural em que vivemos. É possível reverter essa situação? A história brasileira de exclusão social das classes pobres, aliada a outros fatores, permite considerar que, a curto e médio prazos, é ilusório esperar a reversão completa das situações existentes. Mas é possível minorar o impacto negativo de alguns graves problemas, recompor socialmente situações críticas de exclusão e reverter fraudes, sustar grilagens, fazer retornar ao património públicos enormes extensões de terra, ordenar minimamente a caótica ocupação dos espaços, diminuir o ritmo da devastação e evitar novos focos de tensão.

Instrumentos legais e técnicos existem e estão disponíveis.Na atualidade, a composição e a evolução da estrutura fundiária brasileira está condicionada por um lado, por tipos específicos de uso, ou em determinados casos, estas estruturas permanecem ociosas por especulação dos proprietários. De acordo com o INCRA -Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, 82,6% dos estabelecimentos com menos de 50 atingem apenas 13,5% da área total, ou seja, um grande número de propriedades com espaço extremamente reduzido, sendo que destes 53,7% possuem menos de 10 hectares, em sua maioria, caracterizando-se como minifúndios. As propriedades com área entre 50 e 1.000 hectares perfazem um total de 16,6% dos estabelecimentos e ocupam área de 43% do total. Nas áreas acima de 1.000 o número de estabelecimentos é menor do que 1,0%, (2.174 estabelecimentos), entretanto, a área atinge 43,5% do total, demonstrando uma acentuada concentração fundiária.

Na região Norte o grau de ociosidade chega a 65,8% do total, sendo que nestas, quase sua totalidade a incidência de latifúndios (88,4%). Na região Nordeste 54,4% das terras estão ociosas sendo que nelas 85,9% são latifúndios. Na região Centro-Oeste a ociosidade das terras é de 42,6% e, destes 95,5% são latifúndios. Este índice é o mais expressivo de todo o Brasil. As regiões Sudeste e Sul apresentam, respectivamente índices menores de ociosidade da terra. (21,1% e 15,2%). Quanto à presença de latifúndios nestas áreas chega a 84,0% no Sudeste e 74,1% na região Sul, dando um padrão da estrutura fundiária diferente das demais regiões.

Há um grande debate sobre a relação entre a população rural e urbana. Se por um lado, as estatísticas mostram uma população urbana bem superior à rural – números estes que servem de argumento aos conservadores no que diz respeito à falta de importância da reforma agrária – por outro lado, a expulsão dos excluídos para os centros urbanos mostra que o campo “mandou seus problemas para as cidades”. Assim, a reforma agrária e a agricultura familiar são apontadas como alternativas para a diminuição da miséria. Com os minifundistas, em torno de 2,5 milhões de famílias e os eventuais beneficiários de uma redistribuição da terra, cerca de 2,4 milhões, seria possível retirar milhões de pessoas do estado de miséria e fome.

O Presidente Luís Inácio Lula da Silva numa referência recente aos conflitos no campo, afirmou: "Para um país do tamanho do Brasil, com a quantidade de terra agricultável que tem, não existe nenhuma explicação para que tenha qualquer ato de violência no campo de quem quer que seja”. Lula disse que a reforma fundiária não é uma vontade nem do latifúndio nem dos sem-terra. "É uma necessidade social que todos os países do mundo fizeram e, portanto, o Brasil precisa fazer também. Está passando da hora.

Um comentário:

  1. O Blog sai na frente ao publicar e provocar uma corrente solidária aos assentados por parte de cada um (a) de nós, pois são famílias que sofrem diretamente com a morosidade do Incra e merecem nosso apoio, respeito e solidariedade.

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