quarta-feira, 23 de março de 2011

Reflexões sobre a crise politíca em Tarauacá


Tarauacá tida como a cidade pais politizada do Acre, aproxima-se do seu centenário vivendo a maior crise política de sua história. Nos últimos trinta dias tivemos um vereador cassado, ontem, mais um vereador e prefeito. O presidente câmara tomou posse em função da ausência da vice-prefeita. Pensávamos que o pior já tinha passado. Ledo engano: Antes de o dia terminar, a policia utilizando um mandado de busca e apreensão, entrou na casa do vereador presidente em exercício da câmara e encontrou um arsenal de armas e munição.


O dia 22 de março de 2011 entrou para história como o dia que a impunidade sofreu um grande golpe em Tarauacá, será um dia para os Taraucaenses lembrarem e fazerem fortes reflexões sobre o paradoxo que nosso município vive: os problemas e as virtudes deste lugar da Amazônia. Com tanta terra disponível, Tarauacá tem aproximadamente, metade da população morando em áreas irregulares e de risco; extrema desigualdade de renda de seus habitantes e sucessivos escândalos que vem imputando a pecha de cidade da corrupção política.

Paralelamente há essa triste realidade, Temos um povo trabalhador, um juventude bonita e exigente, uma rede social de informações como poucas cidades do Brasil, movimentos sociais organizados e sólidos partidos políticos progressistas e de esquerda. Onde mora o problema?

Tarauacá tem imensos desafios de ordem política e social. Desafios que dependem sobremaneira de uma compreensão mais elevada dos partidos e organizações sociais que aspiram mudanças. As forças mais avançadas não tem tido capacidade suficiente para enfrentar os problemas sociais e econômicos causado pela velha política fisiológica e domésticada aos interesses de grupos políticos retrógrados. Nesse quadro, a malandragem política tem ganhado força. Sem uma proposta alternativa representada pela União do povo, integrada pelos partidos , organizações populares e por todas as forças comprometidas em reconstruir Tarauacá, essas forças tem enfrentado dificuldades.

A eleição de Vando Torquato em 2004 e 2008 foi dois estelionatos. É parte de uma engrenagem conservadora e corrupta expressada nos processos eleitorais e na gestão publica. Compra de votos e promessas enganosas foram à marca registrada e o instrumento principal utilizado para chegar ao poder que agora parece desmoronar. Mesmo afastado o prefeito mais complicado que Tarauacá conheceu, não podemos alimentar ilusões em mudanças . Precisamos reconhecer que a impunidade sofreu um forte golpe, mas isso não significa uma mudança de rumo do processo político e a resolução da crise política e moral que Tarauacá sofre.

A reflexão desses acontecimentos é a “luz no fim do túnel". É preciso reconhecer honestamente que a sociedade organizada e os partidos de oposição jogaram pouca influencia no enfrentamento dos problemas que ora nos afligem. Devemos referenciar e aplaudir o papel desempenhado pelo ministério publico e pelo poder judiciário de Tarauacá que decidiram sair da retranca e partir para a ofensiva contra a corrupção e a impunidade.


Chegou hora de os Taraucaenses fazerem escutar sua voz. A união dos partidos e dos setores comprometidos com o progresso, a democracia e a ética, movidos pelo sentimento de justiça, pode formar uma nova maioria e uma nova correlação de forças capaz de tirar Tarauacá da crise e prepará-lo para o seu centenário com a grandeza do nosso povo.

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