quarta-feira, 30 de março de 2011

Resistência a Carapanã

Há dois meses, recebi um convite dos amigos da Aldeia Praia do Carapanã para visitá-los. Muito organizados, eles me enviaram um comunicado informando o tempo de minha permanência na área. Na programação constava no primeiro dia a comunidade faria uma caçada para conseguir alimentos, o horário de chegada e reunião uma todos os representantes da sete aldeias.

Conhecedores da vida na floresta e sabendo que a caça não marca a hora do encontro, recomendaram as mulheres para fazer a recepção na minha chegada. Foi que aconteceu. Quando cheguei os homens ainda estavam embrenhados na mata e as mulheres me esperando.

A noite após um jantar a moda caxinauwá, batemos um bom papo encerramento coroado por uma apresentação de dança tradicional. Na manha seguinte, outra conversa e uma calorosa despedida.

A Aldeia Praia do carapanã, é localizada no alto Rio Tarauacá, numa velocidade média leva-se 8 horas da cidade até o centro da aldeia. Tem 650 habitante da etnia caxinauwá, 60.000 hectares de extensão. Antes da demarcação da terra, os Caxis do carapanã perambulavam pelas cabeceiras dos igarapés afluentes do Rio Tarauacá.

Tendo em vista as pressões dos seringalistas, escolheram um local desabitado conhecido Praia da Carapanã. Os seringueiros não conseguiam fixar moradias em função da pressão de pernilongo, Pium e Maruim. 40 anos depois veio a conquista. Os seringais, Pinheiro Machado, Cocameira, Universo e Apuanã transformaram-se na Aldeia Praia do Carapanã. O principal líder da resistência foi o cacique Jorge Leme, um legenda viva do seu povo, hoje aos 85 anos de idade.





Um comentário: