sábado, 5 de março de 2011

Renda per capita do Brasil é de US$ 10.814


A renda per capita do Brasil ultrapassou a do México no ano passado, indicam dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados recentemente pelos dois países. O PIB per capita brasileiro subiu para US$ 10.814, ante US$ 9.812 do mexicano. Em dólares, o PIB per capita do Brasil está entre os quatro mais altos da América Latina, ao lado de Chile, México e Uruguai, segundo o Banco Mundial.
Na quinta-feira (4), o IBGE informou que o PIB brasileiro cresceu 7,5% em 2010, atingindo R$ 3,675 trilhões, ou US$ 2,089 trilhões pelo câmbio médio no ano. O PIB per capita subiu para R$ 19.016, ou aproximadamente US$ 10.814.

Já o PIB do México cresceu 5,5% no ano passado, indo a 13,88 trilhões de pesos, informou na semana passada o Instituto Nacional de Estatísticas. Em dólares, o PIB mexicano subiu para US$ 1,099 trilhão, pela taxa média do câmbio em 2010, ou cerca de US$ 9.812 per capita, no cálculo com dados sobre a população do censo de 2010.

O Brasil, um país consideravelmente maior do que o México, quase sempre teve uma economia maior, com exceção de alguns anos no início dos anos 2000, quando a economia mexicana passou por um breve boom por causa do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês). Ao mesmo tempo, o real era desvalorizado por uma crise financeira no Brasil no final da era FHC.

A proximidade com os Estados Unidos ajudou a manter o México na liderança da renda, de acordo com números do PIB per capita do Banco Mundial. Isto ocorreu em dias melhores para a maior economia do mundo. Mas a decadência e a crise deflagrada pela recessão em dezembro de 2007 mudaram o quadro. O México sofreu muito mais com a crise em função da proximidade e dependência em relação ao mercado estadunidense, que absorve 80% das exportações do país. O Nafta piorou as coisas.

Impactos da crise

O Banco Mundial calcula que os dois países basicamente tinham o mesmo nível de renda per capita em 2009, quando a economia do México sofreu uma contração de 6,1% em meio à queda da demanda dos EUA. Na mesma época, o PIB do Brasil encolheu apenas 0,6%.

O câmbio também teve um impacto nos números dos dois países: o real brasileiro se fortaleceu no ano passado mais do que nos anos anteriores, enquanto o peso do México continuou enfraquecido.

Economistas afirmam que a mudança reflete tendências que prevalecem há vários anos, com o Brasil emergindo como um poder econômico global, enquanto o México se afoga na dependência em relação aos EUA e sofre com a violência relacionada ao narcotráfico.

"Outro fator que beneficia o Brasil é que a possibilidade de crescimento é mais alta do que no México", disse Alfredo Coutinõ, diretor para América Latina da Moody's Analytics. "Diria que, nos próximos anos, a economia brasileira pode facilmente crescer a uma taxa média de 5% sem criar qualquer problema, enquanto, no México, 3,5% seria o crescimento máximo."

O Brasil é considerado a oitava maior economia do mundo, disse Coutinõ. De acordo com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o país já subiu para a sétima posição. Muitos esperam que ocupe em poucos anos o quinto lugar, superando Reino Unido e França, em função do desenvolvimento desigual, com os emergentes avançando em ritmo bem mais veloz que os países desenvolvidos, que há anos amargam uma nítida tendência à estagnação.

agências

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