sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Vida e Mídia

A Venezuela de Chávez, como sabemos, pela leitura diária dos jornais e o martelar inclemente das tevês, é um dos piores lugares do mundo para se viver. Só pode ter sido um erro, assim, atribuir aos venezuelanos um nível de satisfação com a vida tão elevado, como o que consta no Relatório de 2011 do Índice de Desenvolvimento Humano da ONU. Numa escala de 1 a zero, os mais felizes com a vida no planeta são os noruegueses: 7,6 ;o Brasil registra um grau de felicidade de 6,8. O dos venezuelanos é de 7,5.

No mesmo relatório, a Argentina, que a narrativa dominante retrata como uma sociedade que cavou a própria sepultura após oito anos de populismo kirchnerista, emerge em 45º país em desenvolvimento humano. Isso numa lista de 187 nações avaliadas e comparadas com base em indicadores de expectativa de vida, escolaridade e renda per capita.

Outra discrepância notável é o caso de Cuba. Literalmente despencando, desprovida de qualquer mérito e legitimidade, a julgar pelos relatos jornalísticos, a ilha que há 50 anos vive sob o cerco do embargo comercial norte-americano resiste em 51º lugar, logo abaixo, quatro degraus, do grupo que inclui as nações com os melhores IDHs da terra. Deve haver algum equívoco.

Assim também como parece um total despropósito que o Iraque amargue ainda a 132ª posição, depois de oito anos de ocupação norte-americana, enquanto a Líbia, depois de 40 anos sob o inominável regime de Kadaffi, ostente o 64º melhor desenvolvimento humano - 23 degraus à frente da bem comportada e moderna Colômbia, por exemplo, até há pouco dirigida pelo sempre agraciado com elogios midiáticos, o operoso e respeitado democrata, Álvaro Uribe.

Por Saul Leblon

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