Diante de mil lideranças das seis centrais sindicais (CUT, Força, CTB, UGT, CGTB e NCST), a candidata Dilma Rousseff se comprometeu nesta terça-feira (17) a “honrar todas as mulheres do país” no Palácio do Planalto, tal como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “honrou os operários brasileiros”. A promessa foi feita na plenária “Mulheres Trabalhadoras com Dilma Presidenta”, na Casa de Portugal, em São Paulo.
“O Lula dizia que não podia decepcionar porque, se isso ocorresse, ia demorar muito para outro operário se tornar presidente. Eu também não posso errar. Se errar, vai custar para uma mulher voltar à Presidência. Sei exatamente o que representa uma candidatura nossa”, afirmou a presidenciável da coligação Para o Brasil Seguir Mudando. “Lula está passando para mim a coisa que ele mais ama, que é o cuidado com o povo brasileiro. Vou honrar esse compromisso.”
A plenária — definida no discurso do presidente em exercício da CTB, Nivaldo Santana, como “um ato histórico” — ressaltou os avanços do governo Lula nas áreas sociais e o protagonismo sem precedentes conferido às mulheres. “Se Getúlio Vargas foi o presidente que garantiu o direito do voto às mulheres, Lula nos garantiu uma mulher na Presidência”, frisou o presidente da CGTB, Antonio Neto.
Segundo Dilma, o governo Lula teve “claramente” um compromisso com os trabalhadores e as mulheres. Entre os avanços da gestão federal, Dilma destacou a política “vigorosa” de valorização do salário mínimo, associada ao controle da inflação, e a geração de 14 milhões de empregos formais — “com direito a carteira assinada, 13º salário, férias e FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
Para a candidata, também sobressaem feitos como a melhoria na distribuição de renda, a redução da pobreza e a ascensão de mais de 31 milhões de brasileiros à classe média. “No centro de tudo sempre está uma mulher”, assinalou Dilma, lembrando que são as mulheres que recebem o Bolsa Família e têm prioridade no projeto Minha Casa, Minha Vida.
Ela advertiu que, em seu governo, iniciativas em benefício da mulher criadas na gestão Lula terão continuidade. É o caso da Secretaria de Políticas para as Mulheres e da Lei da Maria da Penha — que acaba de completar quatro anos. Dilma prometeu, ainda, construir ao menos 6 mil creches, sendo 1.500 a cada ano de governo, e integrar as políticas se assistência à saúde feminina.
Agenda
Na plenária, lideranças femininas das centrais entregaram a Dilma a Agenda da Classe Trabalhadora, com suas principais reivindicações ao sucessor — ou sucessora — de Lula. O documento foi aprovado por 1º de junho na 2ª Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat).
A UGT — que não compareceu à conferência e ainda declarou neutralidade na disputa presidencial — também participou da manifestação pró-Dilma, por meio de sua secretária adjunta de Relações Internacionais, Eleuza de Cássia Buffeli Macari. Já a
CTB, primeira central a ter proposto a realização de uma Conclat — 29 anos após a edição pioneira de 1981 —, frisou suas contribuições à Agenda da Classe Trabalhadora.
“Num dos momentos mais importantes da história do movimento sindical, a CTB defende um projeto nacional de desenvolvimento, com valorização do trabalho, emprego para todos, aprofundamento da política de valorização do salário mínimo, fim do fator previdenciário e redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais”, afirmou Nivaldo Santana. “Vamos garantir a bandeira da unidade do movimento em torno de uma candidatura do campo popular e progressista, para eleger Dilma presidente.”
Um dia antes da plenária, pesquisa Ibope sobre a disputa presidencial apontou Dilma, pela primeira vez, à frente do tucano José Serra nas intenções de voto do eleitorado feminino (39% a 33%). Segundo o levantamento, a candidata tem também 43% dos votos totais, contra 32% de Serra e 8% de Marina Silva (PV) — o que garantiria a vitória de Dilma já no primeiro turno.
André Cintra
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