sábado, 14 de agosto de 2010

Fidel Castro, 84, está ativo na cena política


O líder cubano Fidel Castro, um dos ícones do século 20, completa hoje 84 anos de vida. A comemoração não é apenas pelo aniversário, mas também pela saúde recuperada do Comandante e seu retorno à cena política cubana, surpreendendo os que o consideravam definitivamente aposentado, gagá e incapacitado para mais nada além da espera do fim, sem falar nos gusanos de Miami, que torciam como nunca por sua morte e, assim, pela morte da Revolução cubana.

Por Luiz Manfredini*
A rigor, Fidel nunca deixou a cena política de Cuba. Nem mesmo no período em que adoeceu gravemente, transferindo por isso a chefia do Estado e do governo a Raúl Castro e retirando-se para um tratamento e uma convalescença que ocupou os quatro últimos anos. Esse recolhimento compulsório não evitou que Fidel recebesse personalidades e iniciasse a publicação de suas reflexões no "Granma". Ainda que à distância, sua imagem mítica pairou dia e noite sobre a Ilha.

A diferença é que agora o Comandante voltou à cena em pessoa. Subitamente reapareceu no Centro Nacional de Pesquisas Científicas, em sete de julho último. E não parou mais. Seguiram-se a visita ao Centro de Estudos da Economia Mundial, a participação num programa de TV, encontros com intelectuais, jovens comunistas e uma centena de embaixadores cubanos na sede da chancelaria e, ponto alto, sua participação numa sessão extraordinária do parlamento nacional. Vestindo a jaqueta verde-oliva, a das suas “mil batalhas”, discursou longamente sobre a ameaça de uma guerra nuclear que, não sendo evitada, fatalmente destruirá a humanidade.

Fidel vem sendo das personalidades mundiais mais importantes nos últimos 50 anos. E seguirá assim, a julgar pela vitalidade, entusiasmo e discernimento que vem ostentando em sua militância mais recente. Um Fidel sempre altivo, insubmisso, inquieto e revolucionário. Um Fidel segundo o qual “se alguém não faz, o tempo todo, tudo aquilo que pode e até mais do que pode, é exatamente como se não fizesse absolutamente nada”. E ele faz.

*Jornalista e escritor

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