quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O que está em jogo em 2010?

O ano de 2010 começa com boas e más notícias, como é mais ou menos previsível em todos os anos. Afinal, todos os fenômenos estão interligados e em disputa permanente.
As boas notícias vêm da locomotiva chinesa, que cresce ao nível de quase 10% ao ano, mesmo diante da crise provocada pelo “dinâmico” sistema capitalista. Nesse ritmo a economia chinesa será a 2ª do mundo ainda em 2010 e pode ultrapassar os Estados Unidos nos próximos 10 anos.
Vem em certa medida do Brasil, que ao lado de China, demonstrou que o receituário neoliberal tão cultuada pela direita brasileira (especialmente PFL, PSDB e PPS como coadjuvante) é mais do que um atentado a soberania e independência das nações. É um fracasso completo também do ponto de vista econômico. Especialmente quanto aos aspectos de gestão, ética e moralidade. Os escândalos de corrupção revelados nas instituições privadas, notadamente nos bancos americano, fariam o governador do Distrito Federal (Arruda, PFL) se sentir como um monge franciscano.

Mas o golpe militar em Honduras com a deposição do presidente Zelaya e a conseqüente posse de um presidente inventado, numa eleição igualmente inventada, não nos permite esquecer que a democracia na América Latina ainda não está madura.

Mais grave e preocupante, todavia, é a constatação de que nesse episodio as grandes economias mundiais – Estados Unidos à frente – adotaram comportamento que oscilou entre a omissão envergonhada e o apoio dissimulado aos golpistas. Ressalte-se que o Brasil foi um dos poucos “grandes” que claramente se opôs aos golpistas.

A derrota dos socialistas no Chile não tem similaridade com o Brasil, mas serve de alerta para que o governo não deixe dúvidas quanto ao seu projeto e seu “lado”.

Na Venezuela e na Argentina a temperatura política radicalizou, numa clara demonstração dos antagônicos interesses de classe. É preciso habilidade para não cair e no isolamento e colocar milhares de pessoas nos braços da direita, especialmente a sempre brava, irrequieta e combativa juventude.

Assim sendo, a nossa tarefa central em 2010 é assegurar os avanços iniciados no governo Lula e ao mesmo tempo ampliar as conquistas. Impedir o eventual retorno da política neoliberal. É isso que está em jogo em 2010.

*ERON BEZERRA. Engenheiro Agrônomo, Professor da UFAM, Deputado Estadual Licenciado, Secretário de Agricultura do Estado do Amazonas, Membro do CC do PCdoB.

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