A prisão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, é uma destas notícias que deixam o mundo da política agitado e perplexo. O esquema de corrupção revelado pela operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, é apenas o escancaramento de um algo que, suspeita-se com veemência, acontece em outras administrações pelo país. A prisão de Arruda não é, portanto, o começo do fim da impunidade ou da corrupção entranhada na máquina pública. Mas é uma medida exemplar e uma golfada de ar para as instituições democráticas que, a exemplo do judiciário, estão com a imagem depreciada.
A prisão de Arruda foi necessária pois estava claro que seu grupo político, incluindo o próprio governador, estavam agindo nos bastidores para apagar provas, comprar testemunhas e prejudicar a investigação do esquema de propinas e corrupção.
Mas a prisão do governador e seu afastamento do governo do Distrito Federal não encerra o assunto. Já está mais do que provado que quase toda a estrutura de governo da capital federal, incluindo boa parte do legislativo, está envolvida no chamado "mensalão do DEM". É preciso, portanto, ir até o fim nas investigações e punir todos os implicados. A começar pelo afastamento do vice-governador, Paulo Otávio (DEM), também suspeito de participação no esquema.
Como todo cidadão que tem à disposição bons e caros advogados, existe a possibilidade de que Arruda seja posto em liberdade em poucos dias. Há antecedentes: isso já aconteceu com Paulo Maluf, Daniel Dantas, Celso Pitta e tantos outros. Mas a decretação da prisão, com amplo apoio dos ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), é por si só uma garantia de que as instituições federais de controle estão atentas aos desmandos praticados por políticos que transformam a administração pública em negócio particular. O senador Agripino Maia (DEM-RN), ex-colega de partido de Arruda, confessou: "a prisão (do governador) constrange toda a classe política".
De fato, desde que as escandalosas imagens do esquema foram divulgadas, vários partidos tiveram que ir a público se explicar. E mais do que isso, os oposicionistas do DEM, PPS e PSDB, que até então brandiam alto a bandeira da moralidade e apontavam seus dedos acusadores contra o PT e aliados, agora perderam definitivamente o discurso.
Mas é preciso ressalvar que "toda a classe política" a que Agripino se refere são aqueles que, em maior ou menor grau, fazem uso de práticas ilícitas. Pois quem tem a consciência tranquila de exercer sua função pública com empenho e honestidade não tem motivos para constrangimento.
Pelo contrário. O episódio da prisão de Arruda pode ser o estímulo que faltava para que o quadro político da capital federal tome novos rumos. Ainda ontem, uma nota dos partidos de esquerda do Distrito Federal salientava que é preciso "permanecer nas ruas mobilizando a população contra a corrupção e pela instauração de um governo ético, democrático e republicano no DF".
É este o desafio que as forças populares e progressistas devem tomar para si até outubro, quando os eleitores do Distrito Federal terão finalmente a oportunidade de afastar da vida pública a quadrilha que tomou de assalto o governo da capital.
A prisão de Arruda foi necessária pois estava claro que seu grupo político, incluindo o próprio governador, estavam agindo nos bastidores para apagar provas, comprar testemunhas e prejudicar a investigação do esquema de propinas e corrupção.
Mas a prisão do governador e seu afastamento do governo do Distrito Federal não encerra o assunto. Já está mais do que provado que quase toda a estrutura de governo da capital federal, incluindo boa parte do legislativo, está envolvida no chamado "mensalão do DEM". É preciso, portanto, ir até o fim nas investigações e punir todos os implicados. A começar pelo afastamento do vice-governador, Paulo Otávio (DEM), também suspeito de participação no esquema.
Como todo cidadão que tem à disposição bons e caros advogados, existe a possibilidade de que Arruda seja posto em liberdade em poucos dias. Há antecedentes: isso já aconteceu com Paulo Maluf, Daniel Dantas, Celso Pitta e tantos outros. Mas a decretação da prisão, com amplo apoio dos ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), é por si só uma garantia de que as instituições federais de controle estão atentas aos desmandos praticados por políticos que transformam a administração pública em negócio particular. O senador Agripino Maia (DEM-RN), ex-colega de partido de Arruda, confessou: "a prisão (do governador) constrange toda a classe política".
De fato, desde que as escandalosas imagens do esquema foram divulgadas, vários partidos tiveram que ir a público se explicar. E mais do que isso, os oposicionistas do DEM, PPS e PSDB, que até então brandiam alto a bandeira da moralidade e apontavam seus dedos acusadores contra o PT e aliados, agora perderam definitivamente o discurso.
Mas é preciso ressalvar que "toda a classe política" a que Agripino se refere são aqueles que, em maior ou menor grau, fazem uso de práticas ilícitas. Pois quem tem a consciência tranquila de exercer sua função pública com empenho e honestidade não tem motivos para constrangimento.
Pelo contrário. O episódio da prisão de Arruda pode ser o estímulo que faltava para que o quadro político da capital federal tome novos rumos. Ainda ontem, uma nota dos partidos de esquerda do Distrito Federal salientava que é preciso "permanecer nas ruas mobilizando a população contra a corrupção e pela instauração de um governo ético, democrático e republicano no DF".
É este o desafio que as forças populares e progressistas devem tomar para si até outubro, quando os eleitores do Distrito Federal terão finalmente a oportunidade de afastar da vida pública a quadrilha que tomou de assalto o governo da capital.
Fonte: portal Vermelho
Nenhum comentário:
Postar um comentário