domingo, 21 de novembro de 2010

Lula quer unir as esquerdas


Preparando-se para continuar desempenhando papel de destaque na luta política depois de 1° de janeiro de 2011, o presidente Lula vai dando sinais da disposição de avançar no trabalho que iniciou há décadas para afirmar, desenvolver e fortalecer a esquerda brasileira.

Pode-se dizer que ele despontou para essa função quando foi dirigente sindical e líder inconteste do movimento operário que teve papel decisivo na derrubada da ditadura militar. E, desde então, não parou mais. Ao contrário, acumulou credenciais para colocar-se à frente desse trabalho, como disse ontem (dia 18) na inauguração do Centro de Referência do Trabalhador Leonel Brizola, em Brasília.

Ao lado do histórico “Cavaleiro da Esperança”, Luis Carlos Prestes (que, na década de 1929, liderou a Coluna que atravessou o Brasil lutando contra as oligarquias e, depois, dirigiu o PCB - Partido Comunista do Brasil) Lula é com certeza a principal liderança popular de nosso país. Suas credenciais para trabalhar pela união das esquerdas incluem desde a passagem pela direção do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, depois o enfrentamento da perseguição policial e da prisão, a construção do Partido dos Trabalhadores, o mandato como deputado constituinte em 1987/1988, as inúmeras disputas presidenciais de 1989 até a vitória de 2002, os oito anos como presidente da República e a projeção internacional que seu nome ganhou.

Nesse longo período, teve a oportunidade privilegiada de ser o interlocutor de todas as forças de esquerda do Brasil, da América do Sul e do mundo. Ganhou prestígio e aumentou sua experiência pessoal em relação às agendas progressistas, às demandas do povo e dos trabalhadores, e ao trato com as organizações políticas que transformam essas demandas em propostas programáticas.

Lula tem consciência, como reconheceu, que esta não é uma tarefa fácil. Mas ela tem méritos que precisam ser reconhecidos e enfatizados. E a disposição do presidente precisa ser apoiada. Lula já havia defendido, há algum tempo, a constituição de uma “frente ampla” unindo os partidos de esquerda no Brasil que é, tudo indica, o caminho que ele pretende trilhar para unir a esquerda.

A vontade do presidente coincide, também, com o crescimento da consciência social entre os brasileiros, principalmente entre os trabalhadores que, até recentemente, eram relegados à margem das grandes decisões nacionais.

Transformar seus anseios em um programa capaz de unir as organizações políticas que exprimem a variedade dos interesses populares será uma tarefa hercúlea mas necessária. As campanhas eleitorais destas duas últimas décadas acumularam experiência e respeito mútuo entre as organizações, seus dirigentes e militantes, criando as condições para se sonhar com sua atuação conjunta. E revelaram a possibilidade de construção de articulações onde a adesão a um programa comum e avançado caminhe lado a lado com o respeito à integridade organizativa e à identidade ideológica e histórica de cada uma destas organizações.

Os comunistas, que sempre trabalharam pela formação de frentes populares e democráticas, apoiam com vigor o esforço do presidente para unir e fortalecer a esquerda. Fonte: Portal vermelho

Nenhum comentário:

Postar um comentário