sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Quem tem um sonho não cansa.


Um grupo de médicos acreanos que lutava no Estado para revalidar seus diplomas dos cursos de Medicina concluídos fora do Brasil está feliz por ter conseguido apoio em outras universidades do país. Janilson Lopes Leite, Childervando Hassem Maciel, Severina Rachel Padrão Dantas, Sarah Zapico Bretas, Paula Cristina Menezes Simão, Érica Magna Valério, Sandra Maria de Souza Aguiar e Midiala Soares conseguiram a revalidação nas universidades de Minas Gerais, Ceará e Mato Grosso.

“Lamentamos o fato de ser respeitados em outros Estados onde as universidades fazem provas justas, e no nosso Estado, nem o direito de fazer uma prova a UFAC não nos dar. Porém, não vamos desistir, temos centenas companheiros que passarão pelas mesmas dificuldades, além de uma população que precisa de nossa luta”, destaca Janilson Lopes, coordenador da Associação Médica Nacional Maíra Fachini.

O médico diz ainda: “Acreditamos que podemos avançar, sobretudo no âmbito do novo governo, que se propõe a humanizar a saúde e, como humanização sem médicos é impossível, achamos que ele poderá mediar essa negociação com a UFAC. Estamos felizes. Esperamos que ninguém mais nos chame de charlatões ou falsos médicos. No entanto, não vamos virar as costas para aqueles que ainda não revalidaram seu diplomas. A luta continua”, acrescenta .
Ainda de acordo com Janilson Lopes, no Acre há mais de 100 médicos formados no exterior, filhos e filhas de famílias humildes que investiram no sonho de exercer essa profissão. “Hoje há em Cuba e na Bolívia mais de 3.000 acreanos que sonham em trabalhar no seu Estado. O que muitos não sabem é que este sonho pode ser frustrado devido ao descompromisso de seus próprios conterrâneos, que os recebem com preconceito e como foras- da-lei”, frisa.

Janilson critica ainda o posicionamento da instituição de ensino superior no Acre, que segundo ele, nunca revalidou um diploma de médico formado no exterior. “O Acre é um dos Estados do Brasil com menor numero de médicos, mas nem isso tem sensibilizado alguns que detém a possibilidade de resolver esse problema”, acentua.
Ele destaca que em junho desse ano, mediante denuncia do Conselho Regional de Medicina (CRM), a justiça afastou médicos de quatro municípios acreanos (Porto Acre, Acrelandia, Feijó e Manuel Urbano) pelo fato de os mesmo não haverem revalidado seus diplomas no Brasil. “Isto só ocorreu porque a instituição responsável em realizar o processo no Acre continua se recusando a fazer sua parte. Ao retirar esses médicos, outros não foram postos no lugar e a população é quem paga o preço”.

fonte: pagina20

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