terça-feira, 15 de junho de 2010

Bacanal politíco


Em tempo de convenções Jorge Viana critica “bacanal político”


NELSON LIANO JR.

Com a agenda lotada de convenções, o ex-governador Jorge Viana, concedeu, ontem, uma entrevista exclusiva À GAZETA. Jorge Viana foi uma das maiores atrações da FPA nas convenções de Rio Branco e Cruzeiro do Sul. Depois, no domingo, esteve, em Brasília, participando do ato que confirmou Dilma Rousseff (PT) candidata à Presidência da República.

Com a sua volta à política como candidato ao Senado, Jorge Viana não escondeu que considera esse o maior desafio da sua carreira. “Este ano comemoramos 20 anos do movimento político que transformou o Acre”, ressaltou.

História da FPA

Jorge Viana lembrou da criação da FPA. “Nascemos com os ideais de Chico Mendes e o apoio do presidente Lula (PT). Gosto de lembrar que o Chico Mendes assinou a ficha 1 do PT levada pelo Lula para um boteco, em São Paulo, para assiná-la. Isso porque, nos anos 80, ainda havia muita repressão e o ato não poderia acontecer na sede do partido. Esse ato e a ajuda do Dom Moacyr Grechi, que incentivou a aglutinação dos movimentos populares, foram fundamentais para o início do PT, no Acre, em 84. A nossa geração de políticos foi privilegiada por ser apadrinhada pelo Lula e lutar com os ideais do Chico Mendes”, lembrou.


Foi assim que a FPA surgiu unindo as esquerdas acreanas em torno de uma proposta. “Durante esses anos que governamos o Acre o nosso movimento se tornou uma referência política no Brasil. Usamos a bandeira do Acre e o nosso hino para incentivar as pes-soas a um retorno a auto-estima e o orgulho de ser acreano. Com isso implantamos um novo modelo de desenvolvimento que chama a atenção do mundo inteiro. Depois de 20 anos, a FPA continua tão nova e dinâmica quanto antes”, comemorou.


“Bacanal político”

Um dos principais objetivos da sua candidatura ao Senado é ajudar a promover uma reforma política no Brasil. “O que a gente vê é um bacanal político. O PT apoiando a Roseana Sarney (PMDB), no Maranhão. O PV com o Renan Calheiros (PMDB) em Alagoas. O DEM marchando com o PT no Pará e o PSDB aliado ao Roriz (PSC) no DF. Está acontecendo a peemedebização da política nacional. Admito o valor do PMDB, que foi um dos responsáveis pela redemocratização nacional. Mas o partido virou uma frente que tem sérios problemas nos estados”, avaliou.


Questionado se a união entre o PT e o PMDB para a disputa à presidência não seria outro exemplo de contradição, Jorge Viana, discordou. “Essa é uma aliança de conveniência. Ninguém consegue governar o Brasil sem o PMDB. Mas foi uma união feita às claras que será submetida à aprovação popular nas eleições. Por isso quero, com meu irmão político, Edvaldo Magalhães (PCdoB) chegar ao Senado para sermos protagonistas das mudanças necessárias. Temos que fazer uma reforma política que privilegie os partidos políticos. Só teremos uma democracia forte, do tamanho do Brasil que o presidente Lula está deixando, se fortalecermos os partidos”, justificou. Leia mais

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