domingo, 27 de junho de 2010

Zé ladeira esnoba convenção do PPS e manda DEM às favas


A crise aberta na campanha do ex-governador José Serra (PSDB-SP) continua a pleno vapor e ganhou mais capítulos neste sábado (26), mas nem por isso o presidenciável tucano controla suas idiossincrasias. Num gesto de indelicadeza política e arrogância, Serra sequer compareceu à convenção nacional do PPS que formalizaria o apoio à sua candidatura.
Confiante da submissão canina e humilhante do aliado, o tucano comunicou sua ausência somente de última hora, num telefonema ao presidente do PPS, Roberto Freire. Mensagens gravadas ou escritas aos militantes do partido? Que nada. Serra simplesmente esnobou o PPS.

O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), também faltou à convenção – e sua ausência é emblemática dos novos tempos da coligação. "Estou cheio de coisas para fazer, atrás de voto para mim", desdenhou. Foi uma mostra claríssima de que, enquanto a chapa não desistir da indicação do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) a vice de Serra, os “demos” não querem nada com nada.

Na próxima quarta-feira, o DEM realiza a sua convenção nacional, à espera de que Serra substitua Dias por um vice “demo” na chapa. "Vamos esperar que ele indique. Se ele não indicar, vamos aprovar o nosso nome na convenção do dia 30", reagiu Maia.

O PSS, correia de transmissão do PSDB, metralhou. “Serra mandou dizer que está firme e não vai se submeter a imposições de quem quer que seja”, disparou um provocativo Roberto Freire na convenção do PPS. No Twitter, o presidnete do PTB, Roberto Jefferson, foi ainda mais longe e chamou o DEM de partido “de merda”. O próprio Serra mandou os apelos do DEM às favas e orientou a coligação a manter tudo como está, com Álvaro Dias de vice.

Mas as reações contra a chapa puro-sangue persistem. “Se eles não querem estar com o DEM, não há motivo para o DEM ficar com eles. Assim sairíamos da aliança formal e não apoiaríamos oficialmente ninguém, como acontece com outros partidos”, ameaçou o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). “Não queremos ficar só com o ônus da aliança, ainda mais hoje que a candidatura não é nenhuma Ferrari.”

Na mesma tecla bateu o deputado federal Ronaldo Caiado (DEM-GO): “Eles se acostumaram com um DEM que chia e depois se acomoda. Desta vez, não vamos deixar isso assim. Ou reagimos ou a sigla acaba como partido, vira subalterna, e não parceira do PSDB”. Mais radical é o deputado Efraim Filho (DEM-PB): "Tenho conversado com lideranças dos democratas. Cresce o sentimento para decidirmos pelo fim da aliança com o PSDB na convenção".

A saída do DEM da aliança representaria para Serra uma perda de dois minutos e nove segundos diários no horário eleitoral em rádio e TV. Sem os “demos”, o tempo de propaganda da chapa de oposição cairia de seis minutos e 46 segundos para quatro minutos e 38 segundos. A presidenciável do PT, Dilma Rousseff, deve ter cerca de oito minutos.

Da Redação, com agências

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