terça-feira, 15 de junho de 2010

O que é isso companheiros?


Dirigentes e delegados do PT que apoiam Flávio Dino vão à Justiça

Até quarta (16), dirigentes e delegados do PT no Maranhão vão ingressar com petição na Justiça para que prevaleça a decisão deles no encontro estadual do partido que garantiu apoio à candidatura de Flávio Dino (PCdoB) ao governo local. Na última sexta (11), o diretório nacional do partido anulou essa decisão e aprovou coligação com o PMDB da governadora Roseana Sarney, candidata à reeleição.
Natália Kenupp

Os petistas maranhenses Domingos Dutra (dir.) e Manoel da Conceição estão em greve de fome no plenário da Câmara em protesto contra o apoio do PT ao clã Sarney
Em greve de fome no plenário da Câmara, o deputado maranhense Domingos Dutra (PT) disse que há dúvidas se o recurso será feito à justiça eleitoral ou comum. “Nós estamos definindo a competência”, disse o deputado.

A ideia é que se for na justiça comum eles recorrerão no Maranhão. Caso contrário, o recurso será ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília. “Até amanhã a gente define essas preliminares”, disse Dutra.

Como decisão de juiz ninguém advinha, Dutra afirmou, porém, ter certeza de que será provado que houve uma violência contra a decisão do PT do Maranhão.

“Nós fizemos um encontro com as regras estabelecidas pela direção nacional. O encontro foi acompanhado pelo dirigente nacional Paulo Frateschi (secretário nacional de organização) e a votação aberta e nominal. Não houve sequer uma queixa contra o encontro e o diretório nacional anulou sem processo”, argumentou.

Do ponto de vista político, segundo Dutra, não houve também motivos. A resolução do 4º Congresso admite a possibilidade de dois palanques da base aliada nos estados onde não for possível a unidade.

O deputado disse que isso permitiu a existência de mais de dois palanques da base na Bahia, Rio de janeiro, Rio Grande do Norte, Paraíba, Rondônia, Pará e Tocantins. “Só no Maranhão não pode ter por que Sarney (José –senador do PMDB-AP) não quer. Então não tem fundamento político e nem jurídico”, protestou.

“Última palavra”

Segundo Domingos Dutra, os dirigentes que anularam a decisão tomaram como base uma frase da resolução que diz “que a última palavra é da direção nacional”, mas precisa haver rito e processo. Pelo estatuto do PT, ele explicou que tem a figura da intervenção, mas que precisa ser acompanhada de um pedido, defesa, quorum, produção de provas e destituição da direção.

Na opinião dele o que houve foi intervenção. Isso porque anularam a decisão de uma instância soberana que é o encontro estadual. “Anularam, não justificaram e ainda determinaram para aonde o PT deve ir. Então estou esperançoso de que a Justiça vai anular isso”, apostou.

Enquanto não houver uma definição do processo, o deputado diz que a greve de fome dele e de Manoel da Conceição, fundador em nível nacional do PT, continua. Os dois começaram o protesto na sexta à tarde. “Amanhã vamos nos acorrentar no plenário para evitar que tentem retirar o Manoel daqui”, antecipou o deputado.

Ele explicou que seu protesto não tem caráter eleitoral. Isso porque o grupo que apoia Flávio Dino não lançará candidato caso não haja reversão no processo. Enquanto isso, na sua opinião, cresce o movimento de apoio a Flávio Dino. Nesta segunda (14), Terezinha Fernandes, a ex-deputada federal do PT no Estado, aderiu à greve de fome.

“A decisão de Flávio Dino de manter a candidatura me levou a entrar em greve de fome. Estamos gerando um desgaste maior a Roseana e esperamos que esse gesto se transforme em votos para Flávio Dino”, disse o deputado que já perdeu mais de 2,5kg. “Estou tranquilo. Na minha infância nunca teve fartura; minha barriga é bem estreita”, brincou. Leia também A carta dos petistas maranhenses ao partido


Iram Alfaia

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