Salve Geral, de Sérgio Rezende, em cartaz desde 2 de outubro, é baseado em fatos reais do fatídico 12 de maio de 2006: o Dia das Mães em que São Paulo parou por causa dos ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital) à polícia do estado. Embora o filme se concentre no drama de uma mãe para salvar seu filho, não há dúvidas de que há uma forte denúncia do resultado de 13 anos de governos do PSDB no estado: muita violência, injustiça e corrupção. O filme é o indicado brasileiro ao Oscar de 2010.
Por Carla Santos
Lúcia (Andréa Beltrão) é a professora de piano que vê o filho (Lee Thalor) ser preso. Atrás das grades, o jovem conhece um grupo de presidiários liderados pelo Comando. A partir daí, Lúcia entra em um jogo perigoso para libertar seu filho. É com um elenco do teatro e sem passagem pela TV que Sérgio Rezende cria sua ficção. A exceção está em Andréa Beltrão, que faz uma atuação sensacional e muito elogiada pela crítica.
Independente de possíveis erros, sempre cometidos em todas grandes produções, Salve Geral merece ser assistido pelo amplo retrato que faz da situação da segurança pública no estado de SP. No longa todos tem voz: o bandido, a polícia, a classe média, a periferia. Mas não é essa diversidade sobre os ataques que fazem a história grande, mas sim uma ausência de julgamentos.
Ao não impor uma “moral”, dar razão a uma das vozes presentes na trama, o longa ganha. A isenção leva a uma reflexão que está fora da ficção, mas dentro do filme: o resultado de quatro mandatos consecutivos do PSDB no estado. A situação é dramática, dentro e fora das penitenciárias. A violência é mesmo o ingrediente preferido dos tucanos na hora de tratar de segurança. Lembremos que o PCC nasceu como resposta à chacina do Carandiru (1992), onde 111 presos foram executados pela tropa de choque paulista e que também já foi parar nas telas de cinema.
Salve Geral merece ser assistido para que possamos imaginar o que seria do Brasil se Serra estivesse no lugar de Lula: 100% insegurança. Mas o melhor é que nem imaginemos. Basta o filme, ele é fiel retrato do jeito tucano de governar. Quando os presos pediram paz, justiça e liberdade, o governo deu tortura, mortes e agressões. Como resposta a cidade parou, diga-se de passagem, “como nunca se viu antes na história desse país”.
No final do longa, assim como na vida real, o governo cedeu e negociou com o PCC. Fato até hoje negado pelo secretário de segurança do estado no período, Saulo de Castro Abreu Filho, que também contestou o acordo realizado no filme. Uma perda de tempo, todo mundo sabe que o governo negociou. Para que todos saibam, para que nunca se esqueça, aí está Salve Geral. Se não trouxer o primeiro Oscar para o Brasil, pelo menos o PSDB já levou um prêmio: maior fornecedor de tragédias reais para a ficção no cinema tupiniquim.
Por Carla Santos
Lúcia (Andréa Beltrão) é a professora de piano que vê o filho (Lee Thalor) ser preso. Atrás das grades, o jovem conhece um grupo de presidiários liderados pelo Comando. A partir daí, Lúcia entra em um jogo perigoso para libertar seu filho. É com um elenco do teatro e sem passagem pela TV que Sérgio Rezende cria sua ficção. A exceção está em Andréa Beltrão, que faz uma atuação sensacional e muito elogiada pela crítica.
Independente de possíveis erros, sempre cometidos em todas grandes produções, Salve Geral merece ser assistido pelo amplo retrato que faz da situação da segurança pública no estado de SP. No longa todos tem voz: o bandido, a polícia, a classe média, a periferia. Mas não é essa diversidade sobre os ataques que fazem a história grande, mas sim uma ausência de julgamentos.
Ao não impor uma “moral”, dar razão a uma das vozes presentes na trama, o longa ganha. A isenção leva a uma reflexão que está fora da ficção, mas dentro do filme: o resultado de quatro mandatos consecutivos do PSDB no estado. A situação é dramática, dentro e fora das penitenciárias. A violência é mesmo o ingrediente preferido dos tucanos na hora de tratar de segurança. Lembremos que o PCC nasceu como resposta à chacina do Carandiru (1992), onde 111 presos foram executados pela tropa de choque paulista e que também já foi parar nas telas de cinema.
Salve Geral merece ser assistido para que possamos imaginar o que seria do Brasil se Serra estivesse no lugar de Lula: 100% insegurança. Mas o melhor é que nem imaginemos. Basta o filme, ele é fiel retrato do jeito tucano de governar. Quando os presos pediram paz, justiça e liberdade, o governo deu tortura, mortes e agressões. Como resposta a cidade parou, diga-se de passagem, “como nunca se viu antes na história desse país”.
No final do longa, assim como na vida real, o governo cedeu e negociou com o PCC. Fato até hoje negado pelo secretário de segurança do estado no período, Saulo de Castro Abreu Filho, que também contestou o acordo realizado no filme. Uma perda de tempo, todo mundo sabe que o governo negociou. Para que todos saibam, para que nunca se esqueça, aí está Salve Geral. Se não trouxer o primeiro Oscar para o Brasil, pelo menos o PSDB já levou um prêmio: maior fornecedor de tragédias reais para a ficção no cinema tupiniquim.
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