sábado, 11 de julho de 2009

MAIS RESPEITO A ESSES COMBATENTES DE SELVA

Nesta semana a série MAIS RESPEITO A ESSES COMBATENTES DA SELVA, traz o depoimento da Cearense de Quixadá, Nazaré Batista Cruz. Direfente de outros comatentes que vieram para car, ela veio aconpanhandos os seus pais quando tinha apenas 2 anos de idade. casou se no Acre com apenas 14 anos de idade, depois de muito sofrimentos viu seu marido morrer de impaludisno (malária) e lhe deixar sozinha com 12 filhos para sustentar. Dona Nazaré conta barbaridade que presenciou e viveu nesse período, mas como a maioria dos combatentes de selva, o que ela mais lamenta é nunca mais ter voltado ao ceará e encontrado alguém da sua terra natal. "Nazaré Batista da Cruz e seu Maranhão, com quem casou se após o falecimento do seu primeiro esposo e estão juntos até hoje

Quando eu sai da minha terra e vim para o Acre, eu tinha dois anos, minha mãe que se chamava Raimunda soares da cruz e meu pai era chamado João Batista da Cruz, eles saíram do Ceará em 1940 quando sai de lá eu tinha 02 anos de idade. Lá no Lá no Ceará nos morávamos no município de Quixadá, morava toda nossa família

Quando nós chegamos aqui no Acre eu ainda era pequena e nós fomos morar no seringal Transual no rio Murú. Lá passamos bastante tempo e eu já moçota comecei a ver a exploração dos patrões com os seringueiros que era um verdadeiro carrancismo. Naquela época eu já mocinha e vendo como os patrões do meu pai faziam com os seringueiros.

Eu me arrisquei a cortar seringa para comprar os cortes para eu fazer as minhas roupas. Eu me lembro uma vez que eram dois amigos que vieram do Ceara, aí um deles virou patrão de seringal, e ele assim como os outros, começou a coisas absurdas na hora de pagar o saldo dos seringueiros, esse cearense que se tornou patrão já tinha um buraco na parede da loja que dava certinho no cano do rifre, quando o seringueiro vinha acerta de contas ele entrava dizendo que ia pegar o dinheiro e o seringueiro ficava sentado numa cadeira, lá dentro ele pegava o rifre botava no buraco da parede e metia fogo no seringueiro.

Tudo isso acontecia na frente do barracão, ele matava e ninguém fazia nada, Não existia justiça. Quando foi um dia o amigo dele, que veio do Ceará junto com ele foi acertar de contas, só que ele já sabia de tudo e levou um rifre, quando o patrão ajeitou a conta dele e foi pegar o dinheiro o seringueiro meteu bala nas costas dele.

Eu me casei ainda nova como 14 anos de idade, depois de 10 anos de casada meu marido morreu de impaludismo, morreu a míngua, na época não existiam nem médico nem medicamento, ninguém sabia o que era isso. Se adoecesse só ficava bom por milagres. Meu marido morreu e eu fiquei com 12 filhos para criar, mas eu não esmoreci, levava meus filhos para me ajudar no corte da seringa. Até que arrumei outro marido e tive mais 06 filhos e até hoje estamos casado.

Agora uma coisa que me dói muito é que eu nunca mais tive notícia da minha família que ficou no ceará, eu tenho muita vontade de manter contato como eles, mais, fica difícil, pois não sei de nada sobre eles e o dinheiro da aposentadoria não dá pra comer, comprar os remédios e pagar passagem daqui até o Ceará".

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