quinta-feira, 2 de julho de 2009

SENHORES E SENHORAS, "FOGO ZERO" JÁ! VAMOS FAZER A REVOLUÇÃO CIÊNTÍFICA, TECNOLÓGICA E SOCIAL NA AMAZÔNIA?










Zerar o desmatamento na Amazônia é essencial para o equilíbrio climático global e fundamental para garantir o crescimento econômico do Brasil. Para isso, o governo precisa fazer uma revolução na região adotando políticas públicas que valorizem o potêncial e uso responsável dos recursos recursos naturais. Como intenção tudo isso é muito bonito, na prática as coisas não são bem assim.

O Ministério Público Federal e o Ministério Publico Estadual do Acre entraram com ação na Justiça para proibir o uso de fogo na produção agrícola, conforme se faz tradicionalmente no estado. O MP estima que seriam necessários, no máximo, R$ 19 milhões para a prestação de auxílio técnico e material a todas as famílias de produtores rurais do Acre, permitindo que elas trabalhassem sem fazer queimadas.

A ação argumenta que o valor é muito inferior ao prejuízo estimado somente pelas queimadas de 2005 (R$ 155 milhões). Entre os órgãos acionados estão o estado do Acre, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Icmbio), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), além de todas as 22 prefeituras dos municípios acreanos.

Teoricamente ta tudo certinho, mas na realidade as coisas não funcionam na perfeição e na velocidade que nossos dignissimos procuradores desejam. A amazonia tem mais de um milhão de Habitantes produzindo e reproduzindo na floresta. Esses habitantes, em sua maioria, trabalham ainda sem maquinas e tecnologias apropriadas para o nosso tempo.

Para não correr o risco de ficar falando do que não conheço, não vou falar da floresta, vou falar da árvore. Não vou emitir um opinião sobre as complexidades e diversidade da amazonia, vou falar de minha audeia Tarauacá, que conheço quase todos varadouros Rios e Igarapés. Em Tarauacá temos mais de 10 mil pessoas que habitam na floresta e sobreivem essencialmente da plantação de mandioca, minho, arroz, banana e da criação de pequenos animais.

Para começar tocar fogo na floreta eles começam mais menos assim: Cada familia individualmente, ou através de adjunto ( união de vizinhos), escolhem uma área de floresta nativa ou capoeira, amolam seus teçados numa pedra encontada em algum barrano do Rio e começam a desmatar a "vegetação Rasteira", enfrentando cobras, espinhos, maribondos e insetos de várias espécie. concluindo essa etapa, inicia a derrupada das
árvores mais grossa, a maioria no cabo no machado.Depois que a mata está seca no Chão, vem a necesidade de mais uma tragédia. Tocar fogo para limpar o terreno. O fogo não termina ai. É preciso juntar o balseiro que sobrou da queimada e fazer várias coivaras e novamente ater fogo

Quando começar cair as primeiras chuvas de setembro chega a hora de plantar. É preciso pegar no cabo da enxada ou no "ispeque" Para para semear a terra. Um més depois ja é necessário pegar novamente no cabo da enxada e voltar ao roçado para limpar a plantação. Dependendo do tipo de cultura, até chegar o momento da colheta é preciso repetir a limpeza da lovoura várias vezes. Até ai , a luta está apenas começando. A macaxeira, o milho, o arroz todos são colhidos manualmente. muitos ainda pelam o arroz no PILÃO. Chega Né!

na minha região mais de 70% dos moradores da floresta habitam mas mrgens dos Rios e Igarapés. muitos nunca ouviram falar o que significa mecanização de terra. Nossa região foi ocupada ha mais de um século e durante esse tempo o acesso a pesquisa, tecnologia e equipamentos só existiu para um minoria de grandes proprietários. Nesse momento que estou Ecrevendo essas historinha, como está começando o verão, todos os trabalhadores da floresta estão querendo saber como é que vão plantar a macaxeira, o milho , o arroz a banana e ração para alimentar as galinhas, os animais seus seus filhos.

entendo todos os argumentos dos que defendem fogo zero já. eu também defendo, mas ententendo também que o crime de queimar para sobreviver não é maior que o crime de deixar um povo isolado abandonado sem o direito de comer. o que as aligarquias politicas dessa região, não fizeram em 100 anos não dar para resolver tudo em 10. Enquanto a revolução social, ciêntifica e tecnológica não chegar a floresta, lamentavelmente é fogoooo.

Brasil, com uma extensão territorial de cerca de 8.500.000 km², tem aproximadamente 40% da sua área coberta por floresta nativa e possui a biodiversidade mais rica do mundo. Essa imensa riqueza natural constitui um verdadeiro patrimônio científico, tecnológico, econômico e cultural, que precisa ser conhecido, preservado e explorado racional e criteriosamente.

Paradoxalmente, essa biodiversidade valiosa e rica, maior reserva genética do mundo, é a menos conhecida e esse é o desafio: conhecê-la e preservá-la. Segundo estimativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq (Avaliação e Perspectivas, v. 6, Botânica, p. 113-161. 1987) seriam necessários 360 botânicos de alto nível, trabalhando no mesmo ritmo e qualidade de Karl Von Martius, botânico alemão do século XIX, e seus colaboradores, durante 50 anos, para que esse patrimônio fosse, pelo menos, conhecido taxonomicamente, abordando apenas os vegetais superiores.

No que diz respeito à biodiversidade, os números do Brasil também impressionam. O país conta com a maior riqueza de animais e vegetais do mundo: entre 10 a 20% de 1,5 milhão de espécies já catalogadas. São cerca de 55 mil espécies de plantas com sementes (aproximadamente 22% do total mundial), 502 espécies de mamíferos, 1.677 de aves, 600 de anfíbios e 2.657 de peixes. Respectivamente 10,8%, 17,2%, 15,0% e 10,7% das espécies existentes no planeta.


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