Tenhamos ou não plena consciência disso, o que mobiliza nossas energias no cotidiano de nossas vidas é a busca de objetivos que ultrapassam o horizonte imediato. Há sempre algo superior a acontecer, e imaginamos construir a cada passo as condições para que de fato aconteça.
Na militância política isso quer dizer a perspectiva estratégica, que dá conteúdo às lutas imediatas e que necessita de definições que nos sirvam de referência. Essas definições estão no programa do partido a que pertencemos.
Hoje isso está claro aos nossos olhos. Mas, mirando o finzinho dos anos sessenta, quando após o Ato Institucional número 5 editado pelo regime militar cessaram todas as garantias e direitos democráticos e muitos de nossa geração tivemos que mergulhar na militância clandestina, dá pra ter a medida da coragem e de desprendimento de uma parcela expressiva de nossa juventude que aceitou de desinstalar e lutar com a cabeça a prêmio – sem uma perspectiva clara que ultrapassasse a derrubada da ditadura e o ideal socialista quase abstrato.
Nos dias que correm as coisas se dão de maneira muito diferente – pelo menos para os militantes e amigos mais próximos do PCdoB. O mundo mudou, o Brasil idem, o Partido amadureceu teórica e politicamente e chega ao seu 12º. Congresso aclarando em patamar superior o seu programa. Com um detalhe de extraordinária importância: a perspectiva estratégica esta vinculada às possibilidades de mudanças estruturais em nossa sociedade ainda de envergadura mediana, alcançáveis no horizonte político visível.
No texto do novo programa submetido a debate, o socialismo é o rumo, o fortalecimento da Nação é o caminho. Ou seja: o modo de abordar na prática a construção de condições para a realização do objetivo estratégico é a viabilização de um novo projeto de desenvolvimento nacional que afirme nossa soberania, estenda a democracia a todo o povo e promova conquistas sociais consistentes. Por essa via se forjará a consciência social avançada indispensável à luta em favor da superação do capitalismo pelo socialismo.
Como será o socialismo no Brasil? O novo programa do PCdoB não detalha isso, nem poderia. Afirma, sim, que o ponto de partida nesse sentido haverá de ser a conquista do poder estatal das forças sociais e políticas interessadas no trânsito para o socialismo renovado com feição brasileira. E que é possível trabalhar agora com indicações seguras para uma transição preliminar do capitalismo para o socialismo. Entre essas indicações estão reformas estruturais de sentido nacional, democrático e popular: a reforma política, a dos meios de comunicação de massa, a educacional, a tributária, a agrária e a urbana.
Trocando em miúdos: em nossa militância, a luta cotidiana ganha dimensão estratégica e pode arrebatar a consciência e o entusiasmo de milhões.
*Luciano Siqueira, Médico
Na militância política isso quer dizer a perspectiva estratégica, que dá conteúdo às lutas imediatas e que necessita de definições que nos sirvam de referência. Essas definições estão no programa do partido a que pertencemos.
Hoje isso está claro aos nossos olhos. Mas, mirando o finzinho dos anos sessenta, quando após o Ato Institucional número 5 editado pelo regime militar cessaram todas as garantias e direitos democráticos e muitos de nossa geração tivemos que mergulhar na militância clandestina, dá pra ter a medida da coragem e de desprendimento de uma parcela expressiva de nossa juventude que aceitou de desinstalar e lutar com a cabeça a prêmio – sem uma perspectiva clara que ultrapassasse a derrubada da ditadura e o ideal socialista quase abstrato.
Nos dias que correm as coisas se dão de maneira muito diferente – pelo menos para os militantes e amigos mais próximos do PCdoB. O mundo mudou, o Brasil idem, o Partido amadureceu teórica e politicamente e chega ao seu 12º. Congresso aclarando em patamar superior o seu programa. Com um detalhe de extraordinária importância: a perspectiva estratégica esta vinculada às possibilidades de mudanças estruturais em nossa sociedade ainda de envergadura mediana, alcançáveis no horizonte político visível.
No texto do novo programa submetido a debate, o socialismo é o rumo, o fortalecimento da Nação é o caminho. Ou seja: o modo de abordar na prática a construção de condições para a realização do objetivo estratégico é a viabilização de um novo projeto de desenvolvimento nacional que afirme nossa soberania, estenda a democracia a todo o povo e promova conquistas sociais consistentes. Por essa via se forjará a consciência social avançada indispensável à luta em favor da superação do capitalismo pelo socialismo.
Como será o socialismo no Brasil? O novo programa do PCdoB não detalha isso, nem poderia. Afirma, sim, que o ponto de partida nesse sentido haverá de ser a conquista do poder estatal das forças sociais e políticas interessadas no trânsito para o socialismo renovado com feição brasileira. E que é possível trabalhar agora com indicações seguras para uma transição preliminar do capitalismo para o socialismo. Entre essas indicações estão reformas estruturais de sentido nacional, democrático e popular: a reforma política, a dos meios de comunicação de massa, a educacional, a tributária, a agrária e a urbana.
Trocando em miúdos: em nossa militância, a luta cotidiana ganha dimensão estratégica e pode arrebatar a consciência e o entusiasmo de milhões.
*Luciano Siqueira, Médico
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