EU, MARINA E FÁBIO VAZ EM 1987, CONCRESSO DA FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE MORADORES
Essa semana que passou e a que se inicia o assunto mais comentado no campo politico é a possível saída da senadora marina silva do Partido dos Trabalhadores para ser candidata a presidência da republica pelo partido verde. Da minha parte não consigo ver essa decisão da senadora como uma atitude individual ou de traição a Frente e ao partido que durante 30 anos ajudou construir.
Não tenho muita proximidade com a Marina, mas a conheço desde de 1987 quando participamos juntos do primeiro congresso comunitário da Famac. foi nessa data que trocamos as primeiras palavras. De lá para car, independente de divergências pontuais, minha admiração por ela se elevou-se. È uma mulher humilde, firme e iluminada.
Lembro que quando ela foi a Tarauacá participar da nossa campanha em 2008, na hora do comício, enquanto as demais lideranças estaduais já chegaram com seus discursos prontos, ela me chamou num canto da palanque e fez a seguinte pergunta: " Batista me diga o que você acha que eu tenho que dizer aqui".
Eu meio constrangido, não sabia se dava um palpite para o discurso da Marina como ela pedirá, ou entrava naquela de querer ensinar o pastor a orar. Meio ao impasse, acabei dando duas sugestões de eixo do debate da campanha. Ela ouviu atentamente e para mina surpresa, na hora do seu pronunciamento falou com muita ênfase sobre palpite que eu lhe dei.
Isso me leva a crer que Marina não é de blefar, é uma pessoa que diz o que e faz e faz o que diz. Com isso creio que ela já definiu seu novo varadouro. Uma pena porque ela é parte substancial de tudo que a frente popular vem construindo no Acre, no mais o Brasil também não pode andar para trás como caranguejo, permitindo volta da direita conservadora ao poder. Foram muitos anos de lutas do povo Brasileiro para podermos chegar onde chegamos.
Entendo que o momento é de união de todos que não desejam o retrocesso. Certamente nessa dicisão tão importante e difícil, Marina não vai pedir minha opinião, mas se pedisse como pediu no comício em Tarauacá, eu responderia a ela sem titubear: fica Marina.
A possibilidade de uma candidatura presidencial da senadora Marina Silva foi, para mim, uma notícia surpreendente. Por isto não comentei o assunto com nenhum jornalista e decidi só fazê-lo depois dela tomar e anunciar sua decisão definitiva.
É publico que neste final de semana Marina veio ao Acre e teve uma longa conversa comigo e o ex-governador Jorge Viana. Mas nenhum encontro, por mais sincero e produtivo possível, seria suficiente para esgotar um assunto tão relevante, ainda mais com os longos anos de história e luta que une a nós e a tantos outros companheiros, inclusive aqueles que deram a própria vida nessa caminhada, como Chico Mendes.
Ainda esta semana devemos voltar a conversar com a Marina, procurando preservar todas as formas possíveis de encaminhamento da nossa luta, já que nossos propósitos são inseparáveis.O que posso afirmar é que qualquer decisão da senadora Marina Silva, certamente será fruto de uma opção de vida que merece todo o nosso respeito. Como amigo, companheiro e conhecedor de suas virtudes, serei sempre solidário a ela.
Também reconheço sua importância na defesa de uma causa maior, uma causa do mundo.Como governador do Acre, tenho responsabilidades que não posso descuidar. Nosso Governo vive o seu melhor momento e tem no presidente Lula o apoio decisivo para consolidar novas conquistas para o Acre e, sobretudo, para os Acreanos mais pobres.
Minha participação política é construída no coletivo, assegurando a continuidade deste trabalho no Partido dos Trabalhadores e com a Frente Popular do Acre, onde queremos ter sempre a senadora Marina.A vida às vezes cobra decisões de partir o coração, mas a maturidade é essencial quando se quer fazer o melhor. Marina tem o espírito livre. Sempre terá. Como terá sempre o meu respeito, a minha amizade e o meu amor de irmão.
Binho Marques Governador do Acre
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