domingo, 30 de agosto de 2009

UM PAPO MUITO LEGAL COM Dr. TOMÉ

Dr. Tomé e sua esposa Lucimar

Neste Sábado dia 29, estava em casa tentando excluir alguns números do meu celular, a memória estava cheia, dirrepente encontrei o telefone do médico Islandês, Thomas Henry Geddis, que trabalhou em Tarauacá de 1967 a 1985, o popular , inesquecível e conhecido dos Tarauacaenses Dr. Thomé. Sabia que ele estava morando em Rio Branco, liguei para seu telefone e me ofereci fazer-lo uma visita em sua casa, ele de pronto concordou dizendo que seria uma honra me recebe-lo.

Cheguei em sua casa e encontrei feliz e sorridente, ao lado de sua esposa Lucimar Tavares uma Evangélica Tarauacaense, com quem se casou após o falecimento da sua ex-esposa, a Irlandeza Hetel Geddis. A primeira pergunta que ele me fez foi como estava minha Mãe, ele a conhece desde desde 1974 quando chegamos do seringal e ela passou a congregar junto com ele na Igreja Batista.

Dr. Thomé trabalhou como médico e sacerdócio em Tarauacá 18 anos, numa época que não existiam laboratórios e equipamentos. Durante muito tempo foi o único médico da cidade. Ia para o trabalho pedalando em uma bicicletinha que trouxe de seu país e ainda percorria toda a cidade para visitar idosos, crianças e pessoas que tinham dificuldades de chegar ao hospital Sansão Gomes.

" Na época tudo era muito difícil, só tinha eu e mais umas quatros enfermeiras para da conta de tudo. Ainda bem que as enfermeiras me ajudavam muito, todas eram muito trabalhadoras e atenciosas. Nesse tempo ainda não existia a violência das drogas, mas existia existia a violência causada pelo álcool. Nos finais de semana sempre aparecia uma uma pessoa baleada ou esfaqueada e a gente tinha que resolver tudo".

Tomé diz que era muito difícil Dormir uma noite sossegado em função das constantes chamadas do hospital e de pacientes em suas casas. " Era muito difícil, a cidade tinha muita lama, não existia carro ou ambulância para transportar os doentes, eu tinha que andar na minha bicicleta, muitas vezes os pneus travavam de lama e não conseguia andar. Durante os tempos que estive em Tarauacá eu nunca guardava a bicicleta dentro de casa, sempre deixava na entrada do portão, ninguém nunca mexia, só um vez uma pessoa pegou e ia levando para o bairro Copacabana, mas uma outra pessoa viu e gritou: para onde você vai levando a bicicleta do Dr. Tomé?, ai pegou e veio deixar na minha casa".

Tomé revela o grande carinho que tem pelo povo de Tarauacá, Lembra de todas pessoas mais antigas da cidade e diz ser muito grato ao Ex-prefeito Jasone por ter homenageado sua esposa falecida, com o nome da maternidade de Tarauacá. Tomé, hoje aos 74 anos de idade mora em Rio Branco e não exerce mais a medicina, sua função e de sua esposa Lucimar é ministrar voluntariamente, aulas nas escolas, sobre Ensinamentos da Biblía.

Dr. Tomé prestou relevantes serviços a Tarauacá numa época que realidade era muito diferente, é personagem do livro do Senador Tião Viana, "Herois que salvam" Tião Diz: "Pessoas como o irlandês William John Woods, ou simplesmente Dr. Guilherme para seus pacientes. Naturalizado brasileiro, cidadão acreano, ele luta incansavelmente para eliminar a hanseníase. Dr. Guilherme veio ao Acre como parte do serviço voluntário de uma instituição religiosa. Da mesma forma como veio, também da Irlanda, Thomas Henry Geddis, que logo ganhou o apelido de Dr. Tomé, outro personagem dessa história".


Aqui quero finalmente ressaltar que, minha visita ao Dr. Tomé, não foi motivada por interesses Jornalístico ou coisa semelhante, a motivação foi pelo reconhecimento e Gratidão que tenho por ele e por todos que serviram e servem a população do meu município com honestidade, respeito e amor a justiça. No mais, foi uma conversa muito agradável que fez lembrar meu tempo de criança e ainda reforçar minhas convicções e sonho de um dia ver Tarauacá Livre da rapingem maltrada nossa gente.

Sonho que um dia a justiça arrancará as Tronqueiras perversas e afundará o barco da injustiça, em um grande movinento de vibração e energia, como o encontro do Tarauacá e Murú, para seguir seu curso e desaguar no Oceano.

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