quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Aplausos na ONU


Em discurso na abertura dos debates da 64ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, o Presidente Lula advertiu que, um ano após a crise financeira mundial, os países ainda resistem em regular os mercados e se abrigam em medidas protecionistas. Lula ainda defendeu a restituição do presidente eleito de Honduras, Manuel Zelaya, ao cargo, arrancando aplausos dos representantes dos 192 países membros da ONU. Ele ainda defendeu a reforma dos organismos multilaterais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e do Conselho de Segurança da ONU.

O presidente alertou ainda que a comunidade internacional também "deve estar atenta à inviolabilidade da missão diplomática brasileira na capital hondurenha". Segundo ele, sem vontade política, "persistirão anacronismos" como o embargo econômico contra Cuba e golpes de Estado, como o que derrubaram o presidente hondurenho, Manuel Zelaya, que se encontra, desde segunda-feira, refugiado na embaixada do Brasil em Tegucigalpa.

O Presidente Lula, o primeiro a falar segundo a tradição da Assembleia Geral da ONU, abriu seu discurso criticando a resistência de países ricos em reformas multilaterais. Em referência à falência do banco de investimentos Lehman Brothers, ainda que não tenha citado nominalmente, o presidente brasileiro avaliou que, passados 12 meses, constata-se que "houve alguns progressos", mas alerta que "persistem muitas indefinições". "Ainda não há uma clara disposição para enfrentar, no âmbito multilateral, as graves distorções da economia global

Quanto à saída do Brasil da crise, disse que o país não fez mágica e sim preservou o sistema financeiro da especulação e reduziu a vulnerabilidade externa. Ele voltou a defender a presença do Estado na economia. "(O que faliu) foi a doutrina absurda de que os mercados podiam auto-regular-se, dispensando qualquer intervenção do Estado, considerado por muitos um mero estorvo", disse.

O Presidente Lula voltou a cobrar uma atuação maior dos países ricos no combate às mudanças climáticas. "Todos os países devem empenhar-se em realizar ações para reverter o aquecimento global". E prometeu que, mesmo com a descoberta do pré-sal, "o Brasil não renunciará à agenda ambiental para ser apenas um gigante do petróleo". leia +.

O político mais popular do mundo

A "Newsweek", deu a longa reportagem "'The Most Popular Politician on Earth'- O político mais popular do mundo", dizendo que "por sete anos ele fez um trabalho espetacular como presidente do Brasil. Mas Lula pode resistir às tentações para jogar isso fora?" (abaixo, na home).

A revista postou separadamente a íntegra da entrevista com o "carismático Lula", "homem do momento". E fez até uma relação com os "transformadores" ou "líderes que refizeram radicalmente os seus países" encabeçada por Lula, mais Margaret Thatcher, Deng Xiaping, Nelson Mandela, Kim Dae-jung etc.Da coluna do Nelson de Sá

A nova viagem de Lula estimulou também análises com títulos como "Brasil alvoroça a ordem mundial", no espanhol "El País", e "Como Lula posicionou o Brasil no mundo", no argentino "La Nación". O primeiro diz que ele vai falar na ONU "com a autoridade de quem chega com os deveres de casa muito bem feitos". O segundo elogia a ação de Celso Amorim pelo mundo e sublinha seu "apelido no Itamaraty", Duracelso, referência à pilha.


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