sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A morte do Barão


Morreu nesta sexta-feira, em Brasília, aos 90 anos, o professor e ex-governador do Acre (1975-1979) Geraldo Gurgel de Mesquita, o Barão, pai do senador Geraldinho Mesquita (PMDB-AC).Ele jamais admitiu publicamente que fundou no Acre o Partido Comunista Brasileiro por volta de 1940 e com isso acabou sendo nomeado governador da Arena pela ditadura militar.- Ele sempre negou, mas sou testemunha de que ele era do PCB

O grande legado do Barão foi ter realizado o primeiro "empate" político contra a bovinização do Acre. Sua gestão foi pontuada pela defesa dos seringueiros, reagindo à desordem promovida pelos fazendeiros que chegaram ao Estado atraídos pelo governador que o antecedeu - afirma do alto de seus 75 anos o jornalista Elson Martins.

Conheci o o ex-governador Geraldo Mesquita pessoalmente em 1989 em um congresso do conselho nacional dos seringueiros em Rio Branco, depois encontrei em 2004 numa reunião da Frente Popular quando discutia-se a escolha do candidato a vice- governador de Tião Viana candidato a governador. Lembro que no momento que a palavra foi concedida o velho Barão, ele sem meias palavras foi logo dizendo: " Eu tenho um nome que acho ser o melhor para ser vice do Tião nesse momento", o Vereador Batista do PC do B é o nome ideal". todos ficaram supresos, nem eu nem o partido acreditava no que estava ouvindo.

O que posso dizer sobre o ex-governador Geraldo Mesquita, é que foi um grande homem publico e um dos poucos governadores honestos da história do acre. Vai em paz Barão, você cumpriu sua missão.


Governador Binho Marques divulga nota pelo falecimento do ex-governador acreano que desde os anos quarenta ocupou os mais destacados cargos públicos e políticos do Acre

O Governo do Estado do Acre manifesta grande pesar pelo falecimento do ex-governador e ex-senador Geraldo Gurgel de Mesquita, também conhecido por Barão Mesquita, ocorrido na manhã desta sexta-feira em Brasília, aos 90 anos de idade. Acreano nascido em Feijó, Mesquita foi um homem público honrado, ocupando desde os anos quarenta os mais destacados cargos públicos e políticos do Acre.

Foi professor de História do Colégio Acreano, jornalista combativo, secretário-geral e líder político ainda no Acre Território Federal. No começo dos anos sessenta, esteve na linha de frente da luta autonomista que levou à criação do novo Estado brasileiro em 1962. Exerceu os cargos políticos de deputado federal, senador e posteriormente de governador do Acre no período 1975-1979.

Na função de governador, em pleno regime militar, foi intransigente na defesa do extrativismo, enfrentando duras pressões de grupos financeiros e do próprio governo militar que planejaram ocupar o Acre com grandes fazendas. Graças à sua visão política, coragem e compromisso social, os seringueiros, ribeirinhos, posseiros e povos indígenas organizados conseguiram empatar um processo que desarrumava a vida dessas famílias e colocava o meio ambiente em risco.

Mesquita deixa esse enorme legado às gerações atuais e futuras do Acre: foi um homem assumidamente amazônico, honesto, ético, que assumiu apaixonadamente a defesa de sua terra e sua gente, e que se antecipou na defesa de um Acre extrativista, lúdico e sustentável.

O corpo de Geraldo Mesquita está sendo velado por seus familiares na cidade de Brasília, onde será sepultado às 11 horas deste sábado, 12 de setembro.

Binho Marques
Governador do Acre

Nenhum comentário:

Postar um comentário