O Presidente Lula se disse satisfeito, nesta quarta-feira, com a possibilidade de as eleições de 2010 não terem nenhum representante de pensamentos "trogloditas de direita". As declarações de Lula foram no minimo infelizes. Quem tem uma Rede Globo não precisa de candidato reacionário e de direita.No seu Editorial de hoje dia 17, O Jornal O Globo reclama da flouxidão do PSDB e seu Candidato José Serra que estão com medo serem Chamados de entreguistas por Lula. A direita tem sim candidato em 2010 e seu nome é José Serra.
Momento fatal (Editorial de O Globo)
Com a instalação na Câmara dos Deputados das comissões criadas para examinar os projetos de lei do pré-sal, espera-se que o Congresso patrocine um debate à altura da importância do assunto.
E sem que a oposição saia da letargia em que se encontra desde o ufanista anúncio da proposta de troca do modelo de concessão pelo sistema de partilha para essa nova fronteira de prospecção, o país continuará desinformado sobre um tema do qual pode depender o bem-estar das próximas gerações.
É preocupante que o PSDB, dono da maior bancada de oposição, não tenha conseguido até agora formular uma agenda de pontos-chave a serem esclarecidos nas comissões.
Técnicos, especialistas no assunto com visão crítica da proposta do Planalto não faltam, e precisam ser convocados. Apenas o governador fluminense Sérgio Cabral, declarado correligionário do presidente, foi quem pareceu mais se mobilizar, pois o Estado do Rio, o maior produtor de petróleo, não contará com a Participação Especial (PE) sobre a receita dos campos do pré-sal delimitados em seu litoral.
O dinheiro será centralizado na União — dentro do espírito concentrador que tem o novo modelo. Não deve passar ao largo do Congresso um dos aspectos cruciais da revogação do modelo de concessão, e sua troca pelo de partilha para as áreas do pré-sal: na concessão, regiões muito promissoras levam os licitantes a oferecer antecipadamente elevados bônus nos leilões, enquanto a partilha deixa o grosso da repartição dos lucros apenas para quando os poços começarem a produzir. No caso, daqui a no mínimo dez/quinze anos.
Isso significa que o governo Lula, em busca de um volume imprevisível de recursos num futuro distante, decidiu abrir mão de bilhões que podem ser arrecadados já e aplicados imediatamente no combate às carências da sociedade.
Em vez de o Palácio transformar risco em oportunidade, decidiu converter oportunidade em risco. Como se sabe, só perfurando se tem certeza da existência do petróleo.
Há grande risco para a própria Petrobras, ao ser escalada, dentro da visão estatista e da tentativa de se remontar o monopólio do petróleo, única operadora da região e dona compulsória de 30% de todos os consórcios.
Na ponta do lápis é possível ter uma idéia do risco financeiro da estatal: se houver 50 bilhões de barris de reservas, número considerado possível por técnicos da empresa, e cada um deles custar US$ 20 para ser retirado — em bases conservadoras —, a empresa precisará se financiar em US$ 1 trilhão, ou o equivalente a dois terços do PIB brasileiro atual, cifra capaz de desestabilizar países, quanto mais empresas.
A reticência de outro governador de estado prejudicado pelo modelo de partilha, José Serra, de São Paulo, tem uma explicação: candidato em 2010, ele deseja evitar a armadilha que Lula armou e apanhou o Geraldo Alckmin, também do PSDB, no segundo turno de 2006.
Não quer ser chamado de “entreguista” pelos “nacionalistas” Lula, Dilma e demais petistas no ano que vem. Mas silenciar é fazer o jogo de quem deseja enfiar goela adentro do país um projeto vendido como de redenção, mas que pode não trazer todos os bônus acenados, e ainda impedir que parte deles seja colhida agora. Tudo por causa de uma opção ideológica atrasada.
Momento fatal (Editorial de O Globo)
Com a instalação na Câmara dos Deputados das comissões criadas para examinar os projetos de lei do pré-sal, espera-se que o Congresso patrocine um debate à altura da importância do assunto.
E sem que a oposição saia da letargia em que se encontra desde o ufanista anúncio da proposta de troca do modelo de concessão pelo sistema de partilha para essa nova fronteira de prospecção, o país continuará desinformado sobre um tema do qual pode depender o bem-estar das próximas gerações.
É preocupante que o PSDB, dono da maior bancada de oposição, não tenha conseguido até agora formular uma agenda de pontos-chave a serem esclarecidos nas comissões.
Técnicos, especialistas no assunto com visão crítica da proposta do Planalto não faltam, e precisam ser convocados. Apenas o governador fluminense Sérgio Cabral, declarado correligionário do presidente, foi quem pareceu mais se mobilizar, pois o Estado do Rio, o maior produtor de petróleo, não contará com a Participação Especial (PE) sobre a receita dos campos do pré-sal delimitados em seu litoral.
O dinheiro será centralizado na União — dentro do espírito concentrador que tem o novo modelo. Não deve passar ao largo do Congresso um dos aspectos cruciais da revogação do modelo de concessão, e sua troca pelo de partilha para as áreas do pré-sal: na concessão, regiões muito promissoras levam os licitantes a oferecer antecipadamente elevados bônus nos leilões, enquanto a partilha deixa o grosso da repartição dos lucros apenas para quando os poços começarem a produzir. No caso, daqui a no mínimo dez/quinze anos.
Isso significa que o governo Lula, em busca de um volume imprevisível de recursos num futuro distante, decidiu abrir mão de bilhões que podem ser arrecadados já e aplicados imediatamente no combate às carências da sociedade.
Em vez de o Palácio transformar risco em oportunidade, decidiu converter oportunidade em risco. Como se sabe, só perfurando se tem certeza da existência do petróleo.
Há grande risco para a própria Petrobras, ao ser escalada, dentro da visão estatista e da tentativa de se remontar o monopólio do petróleo, única operadora da região e dona compulsória de 30% de todos os consórcios.
Na ponta do lápis é possível ter uma idéia do risco financeiro da estatal: se houver 50 bilhões de barris de reservas, número considerado possível por técnicos da empresa, e cada um deles custar US$ 20 para ser retirado — em bases conservadoras —, a empresa precisará se financiar em US$ 1 trilhão, ou o equivalente a dois terços do PIB brasileiro atual, cifra capaz de desestabilizar países, quanto mais empresas.
A reticência de outro governador de estado prejudicado pelo modelo de partilha, José Serra, de São Paulo, tem uma explicação: candidato em 2010, ele deseja evitar a armadilha que Lula armou e apanhou o Geraldo Alckmin, também do PSDB, no segundo turno de 2006.
Não quer ser chamado de “entreguista” pelos “nacionalistas” Lula, Dilma e demais petistas no ano que vem. Mas silenciar é fazer o jogo de quem deseja enfiar goela adentro do país um projeto vendido como de redenção, mas que pode não trazer todos os bônus acenados, e ainda impedir que parte deles seja colhida agora. Tudo por causa de uma opção ideológica atrasada.
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