Na esperança de uma vida melhor, com sistema de saúde e de ensino público- e fugindo do sofrimento, viemos a morar na cidade. Essas perspectivas foram frustradas pela dura realidade que encontramos. A nossa casa era muito apertada, não oferecia condições mínimas de conforto e privacidade. Os poucos cruzeiros (dinheiros) que restou, rapidamente foi acabando, ninguém da família tinha emprego.
A gente não conseguia entender o impacto da mudança. Em Santa Maria, apesar de não ter escola, assistência de saúde, da exploração do barracão, do castigo do impaludismo, (malária) diarréia e outras doenças, todos os dias tinhamos um quebra- jejum, um almoço e pelos menos um caldo de piaba e caíco para jantar sem precisa de dinheiro. Na cidade até para comer uma banana era preciso ter moeda do bolso.
Já faltava dinheiro para compra material escolar, roupa e calçado para começar estudar. Todos da família precisavam se virar. Meu pai foi capinar rua e meu irmão velho carregar carga, minha mãe era costureira e começou arrumar uma freguesia. Minhas irmãs foram ser domésticas, eu comecei a vender Tapioca, Açaí, picolé e depois bater Tijolos. O outro meu irmão teve que voltar para o seringal para cortar seringa e ajudar no nosso sustento.
Os primeiros dias na escola foram difíceis. Eu não tinha ninguém conhecido na escola. Sabendo que era discriminado por ter chegado do seringal, me sentia completamente fora do meu mundo. Sofria discriminação e era apelidado de Faca torta, se referia a função de seringueiro, Para essas pessoas preconceituosas, seringueiro era consdiderada uma profissão de ultima classe. Inibido e acanhado, eu sempre ficava sentado na ultima cadeira. mesmo assim, não faltava um aluno metido à bacana para me insultar e querer humilhar. Quando a aula terminava sempre rolava uma confusão.
Não foi fácil se adaptar uma realidade completamente diferente. O poder político na cidade não era diferente do poder dos coronéis dos seringais e, além disso, o Brasil vivia sobre o "comando" de uma ditadura. Fincar raízes em outra terra era um grande desafio.
A gente não conseguia entender o impacto da mudança. Em Santa Maria, apesar de não ter escola, assistência de saúde, da exploração do barracão, do castigo do impaludismo, (malária) diarréia e outras doenças, todos os dias tinhamos um quebra- jejum, um almoço e pelos menos um caldo de piaba e caíco para jantar sem precisa de dinheiro. Na cidade até para comer uma banana era preciso ter moeda do bolso.
Já faltava dinheiro para compra material escolar, roupa e calçado para começar estudar. Todos da família precisavam se virar. Meu pai foi capinar rua e meu irmão velho carregar carga, minha mãe era costureira e começou arrumar uma freguesia. Minhas irmãs foram ser domésticas, eu comecei a vender Tapioca, Açaí, picolé e depois bater Tijolos. O outro meu irmão teve que voltar para o seringal para cortar seringa e ajudar no nosso sustento.
Os primeiros dias na escola foram difíceis. Eu não tinha ninguém conhecido na escola. Sabendo que era discriminado por ter chegado do seringal, me sentia completamente fora do meu mundo. Sofria discriminação e era apelidado de Faca torta, se referia a função de seringueiro, Para essas pessoas preconceituosas, seringueiro era consdiderada uma profissão de ultima classe. Inibido e acanhado, eu sempre ficava sentado na ultima cadeira. mesmo assim, não faltava um aluno metido à bacana para me insultar e querer humilhar. Quando a aula terminava sempre rolava uma confusão.
Não foi fácil se adaptar uma realidade completamente diferente. O poder político na cidade não era diferente do poder dos coronéis dos seringais e, além disso, o Brasil vivia sobre o "comando" de uma ditadura. Fincar raízes em outra terra era um grande desafio.
"Fincar raízes é dificil em qualquer lugar, em qualquer momento de nossas vidas..."
ResponderExcluirEssa saga não é facil, mas foi comum para nossos pais.
Camarada continue com seus textos semanais, estarei acompanhando o nessa jornada.
Ah! Uma sujestão de música para você que talvez possa embalar a construção de seus textos: Nada Será Como Antes de Milton Nascimento.